capítulo 1

NOTA DA AUTORA: Olá, bem-vindos aos novos leitores! Venho avisar que a história está completa. Porém, sou apenas uma pessoa revisando, então estou corrigindo erros ortográficos e trocas de nome. Avaliem a história, se possível. ☺️☺️☺️ Sigam-me no Instagram: @maduuh_16.

Me chamo Jackeline, tenho 32 anos, casada há 12 anos. Tive a minha filha com apenas 15 anos. Na época, a minha mãe ficou uma fera e me expulsou de casa. O meu marido, como um bom apaixonado, enfrentou a minha mãe e a dele para ficar comigo. Por conta disso, moramos com ela durante 6 anos.

 Precisei parar de estudar por conta da gravidez, pois a mãe dele dizia que não era obrigada a me sustentar de graça. Então, em troca de comida e moradia, passei a cuidar das tarefas de casa, inclusive cozinhar. Até que depois ele se formou em Administração e começou a trabalhar na melhor empresa de software para computadores da Califórnia, a Oracle.

Na época, fiquei muito feliz por ele, mas como sempre dizem: "tudo que é bom dura pouco". Ele passou a ficar noites fora, sempre em reunião de trabalho. Não tinha mais tempo para Giselly, nossa filha. O que mais me machucava era ver a cara dela de decepção. Eu fazia de tudo para animá-la, mas não conseguia. Com o tempo, a nossa filha passou a sair raramente, vivendo enfiada com a cara nos livros e sorrindo menos.

 Eu passei a cuidar menos de mim. Se arrumar? Já nem entendo o significado disso. Se pelo menos meu marido me procurasse... Já faz dois anos que não transamos. Eu já tentei de tudo nesse período: me arrumar, tentar ser sexy, entretanto, de nada adiantou. Ainda por cima, quando perguntei se havia alguma coisa errada comigo, ele disse que eu estava muito gorda. Eu me lembro de chorar por dois dias seguidos, e aí mesmo parei de me cuidar. De manequim 42, passei para 48. Parei de cuidar da minha pele, do meu corpo, do meu cabelo, e no fim decidi aceitar... Covardemente, decidi fingir que estava tudo bem, mesmo vendo um mundo verde e colorido que um dia existiu à minha volta, se tornou cinza e vazio, esquecendo que a vida foi feita para viver e não para sobreviver definhando.

👇 Jackeline

JACKELINE

Acordo às 9 horas da manhã e olho para o outro lado da cama de casal. Vejo que meu marido não está lá. Fico um pouco desapontada. Hoje é o nosso aniversário de casamento , no ano passado, ele pelo menos deixou um bilhete me desejando um bom dia. Hoje, nem isso. Às vezes, eu esqueço que estou casada.

Hoje ainda é sexta-feira, então minha filha já foi para a escola. Giselly sempre foi independente,desde pequena, sempre falou e conversou como uma adulta. Às vezes, esqueço que sou a mãe nesta casa. No entanto, ela é muito tranquila e confiável. Graças a Deus, aquela superstição de que pagamos como mãe pelo que fizemos como filha não se aplicou a mim. Ela vai para a escola sozinha , aos 17 anos, pode ir aonde quiser. Ela quase não sai e é muito responsável.

Saio dos meus pensamentos e volto ao que realmente interessa: a surpresa para o meu marido. Primeiro, começo a arrumar a casa de cima a baixo. Depois, preparo um frango assado que eu sei que ele adora. Arrumo bem a cama e preparo uma boa iluminação para o quarto.

Resolvo dar uma passada no shopping e comprar um conjunto bem sexy de lingerie para agradá-lo. Faz quatro meses que eu não tento nada, e como dizem, "quem não arrisca não petisca". Decidi passar no cabeleireiro e fazer umas mechas loiras. Faz anos que eu não vou a um cabeleireiro. Consegui um horário para hoje em um salão que eu frequentava antes.

Chego ao salão e sou recebida calorosamente pela cabeleireira que costumava cuidar dos meus cabelos. Conversamos um pouco enquanto ela preparava tudo para as mechas. Sinto uma mistura de ansiedade e empolgação, algo que não sentia há muito tempo.

O salão está cheio, mas o ambiente é acolhedor e animado. Sento na cadeira e ela começa a trabalhar. À medida que ela aplica a tintura e conversa comigo, começo a relaxar e aproveitar o momento. A sensação de ser cuidada é reconfortante e revitalizante.

Depois de um tempo, ela me vira para o espelho. Quando vejo meu reflexo, fico sem palavras. A mulher que me olha de volta é linda e radiante, com mechas loiras que iluminam meu rosto. Fazia muito tempo que eu não me via tão feminina. Sinto os meus olhos se encherem de lágrimas de felicidade.

Agradeço profundamente à cabeleireira, que com apenas uma tintura, conseguiu renovar minha autoestima e me fazer sentir tão especial. Ela sorri e diz que estou sempre bem-vinda lá. Saio do salão com um novo vigor e uma sensação de renovação. Volto para casa me sentindo renovada e pronta para surpreender meu marido.

Chego em casa por volta das 5 horas da tarde e percebo que Giselly não está em casa, o que é muito estranho. Então, ligo para ela.

– Alô, minha princesinha, cadê você? – pergunto.

– Oi, mãe, eu tô na casa da vovó. Eu vou dormir aqui hoje – responde Giselly.

– Tá bom, filha, mas da próxima vez avisa. Eu fiquei preocupada.

– Tá bom, me desculpe. Eu não queria te preocupar. Boa noite.

– Boa noite, minha filha. Fica com Deus. A mamãe já está com saudade.

Assim que desligo o celular, começo a sorrir. Bom, tem cabaré essa noite, e tudo está conspirando a meu favor até o momento. Vejo a hora e decido começar a me arrumar. Corro para o banheiro e faço uma depilação caprichada; eu estava parecendo a Mata Atlântica misturada com toda a fauna e flora existentes no planeta. Faço uma boa hidratação corporal, visto a lingerie nova que comprei, passo perfume e sento na sala para esperar meu marido chegar.

Estou muito ansiosa, me sentindo totalmente poderosa e, ao mesmo tempo, nervosa. Resolvo, então, ligar por vídeo para minha melhor amiga, Elaine.

— Uau, mulher, você tá um arraso! Decidiu pular o muro? Eu apoio.(diz Elaine batendo palmas e comemorando do outro lado da linha)

— Nada disso. Hoje é meu aniversário de casamento. Eu me arrumei para ele. Espero que ele goste. Estou me sentindo tão bem; faz tanto tempo que eu não me sentia eu mesma. Olha que eu só fiz o cabelo (digo rindo da sinceridade dela).

— Que bom, amiga! Fico feliz por você. Olha, se ele te der um bolo de novo hoje e não te comer, pode ter certeza que eu te como. (ela diz com determinação).

–Só você para me fazer rir uma hora dessas. Deseje sorte, amiga. Beijos.(digo em meio a gargalhadas).

Assim que desligo, me sinto menos nervosa. Afinal, se ela gostou, ele deve gostar, né? Penso comigo mesma: para, para, para! Você está perfeita, mulher. Respiro fundo e vou esquentar a comida. Afinal, são 9 horas; ele já deve estar chegando.

Sento-me no sofá para esperar por ele, se passam:uma, duas, três horas e acabo pegando no sono. Acordo com o barulho da porta, solto um sorriso espontâneo, finalmente ele chegou, já estava na hora.

Felipe abre a porta e entra, olha para mim sério de cima a baixo como quem não gostou e vai para o quarto,sigo ele até o quarto.

— Nossa amor, é nosso aniversário de casamento e eu não ganho nem um beijinho? (digo fazendo bico.)

Ele suspira, me dá um selinho seco rápido e vai para o banheiro tomar banho. Eu me sento na cama e suspiro tensa. Será que ele não gostou da roupa? Ou do cabelo? Começo a me desesperar, "Jackeline, não pense assim, segue o plano, ainda tem o jantar", digo a mim mesma internamente.

Ele sai do banheiro, vai direto para o guarda-roupa pegar uma camisa.

— Amor, eu fiz seu prato favorito, frango assado. Também comprei aquele vinho que você adora para comemorarmos esse dia especial(digo estremamente animada).

— Jaqueline, eu não estou com fome, eu comi na rua.(diz parecendo irritado).

— Ok, sem problemas, leva para o trabalho amanhã.(Digo sorridente)

Eu o abraço por trás e beijo as suas costas.

— amor, eu estou com saudades do seu cheiro, do seu corpo, quem sabe a gente não aproveita bem essa noite(susurro no ouvido dele).

Ele sai de perto de mim como se eu tivesse lepra e começa a rir.

— sério isso Jackeline você acha que uma tinta no cabelo vai te deixar bonita, faça-me o favor.(Ele suspira e passa a mão pelos cabelos)

—Nossa Felipe precisava ser estúpido assim era só falar que não gostou.( digo sentindo vontade de chorar).

— não se faz de vítima mulher se chegou no ponto em que está é porque você não se ajudou, supõe que você tá bonita nessa lingerie? Você está parecendo uma porca, na verdade, é o que tem sido nos últimos anos.(Ele diz sem nenhum tom de remorso)

Fico em choque com a fala dele, após falar tudo que disse para me machucar, ele pega a carteira e um casaco dizendo:

— quer saber eu tentei ser legal, mas desde que eu cheguei você só enche o meu saco, eu vou dormir fora amanhã eu volto, boa noite.

Bate a porta do quarto e sai que nem um furacão. Eu olho no espelho para mim mesma, toda a autoconfiança que eu consegui reunir hoje falhou, a baixa autoestima estava de volta e vejo uma dona de casa gorda e acabada,o mais doloroso é não me enxergar como uma mulher incrível.

Vou para a cozinha e para extravasar minhas emoções conflitantes, quebro pratos, copos, travessas, menos o vinho, eu preciso dele. Olho a bagunça que eu fiz e, apesar de não ter forças para fazer nada, lembro que amanhã de manhã a Giselly vai estar em casa e eu não quero que ela veja isso. Limpo a bagunça que eu fiz e vou dormir, amanhã é outro dia.

giselly👇👇

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