5 . Ângela

Ângela acorda, se espreguiça, olha o celular e vê a mensagem de Cacá '' Não precisa vir hoje, descanse, me ajudou muito ontem.'' Ângela sorri, poderá ficar na cama até mais tarde, domingo sempre tem menos movimento mesmo. Didi também se espreguiça e vai até seu pote, está na hora da ração. Ângela prepara o seu café puro e forte, volta pra cama, pensa em ir visitar sua mãe, precisa lhe contar que largou o emprego na fábrica e está só na lanchonete, sabe que sua mãe vai lhe apoiar, ela a apoia sempre, ficou triste quando Ângela decidiu ir morar sozinha mais a ajudou em tudo. Ângela já havia saído de casa antes, morou com amigas durante um bom tempo, depois voltou para o ninho, mais com vinte e sete anos precisava ter seu canto, sua liberdade, suas coisas. Alugou um lugarzinho, pequeno mais aconchegante, bem localizado, cozinha, quarto e banheiro, deixou tudo de seu jeito, logo nos primeiros dias Didi apareceu, magrinho, choroso, um gatinho laranja se enrolando em suas pernas e desde então é seu companheiro. Liga para sua mãe avisando que vai pra lá mais tarde, precisa levar suas roupas pra lavar, pois não tem máquina, pergunta se ela precisa de alguma coisa da cidade e como sempre não quer nada.

Ângela: - E aí Didi!? Vamos dar um passeio?? Vamos ver a vovó!? Mais só depois de arrumar tudo.

O gato mia parecendo concordar com ela, ele adora ir pra roça, lá pode passear livre, em nada se parece com o magrelo de antes, se tornou um gato gordo e grande.

Ângela sempre foi muito esforçada, já passou por vários empregos pois numa cidade pequena é assim, mantém o emprego enquanto precisam ou até um parente precisar do serviço, aí dispensam, estava com dois, numa fábrica e na lanchonete, isso porque Cacá é um primo distante, mais estava ficando muito pesado e preferiu deixar um. Gosta do trabalho na lanchonete, não é nem um pouco monótono e vários de seus amigos trabalham lá, além de ganhar bem e ser bem tratada pelo chefe e por todos.

Ângela nunca apresentou nenhum namorado a sua mãe, o que a preocupa as vezes, achando Ângela muito solitária e triste apesar de Ângela afirmar estar bem, cobra netos das filhas pois é seu desejo ser avó, mais se depender de Ângela não o realizará.

Ângela sofreu muito durante um tempo, sentia-se só, ficou até depressiva quando um amigo muito querido se suicidou. Ela já foi apaixonada quando era adolescente, mais não deu certo, passou. Depois achou ter encontrado o amor com Augusto, não soube bem o que houve, se afastaram e ele não a procurou a deixando desiludida. Com o tempo começou a dar valor mais nas amizades deixando o lado romântico de lado. Nem se lembra mais da última vez que saiu com um homem, recebe cantadas, e muitas no lugar onde trabalha, por isso pediu para ficar na cozinha, por parecer ainda uma menina garotos e homens de todas as idades flertam com ela que leva na brincadeira e acaba ganhando mais amigos. Ela dá muito valor a sua liberdade, poder decidir o que fazer, se vai ou não a algum lugar, sem ninguém pra lhe cobrar atitudes e comportamentos que não lhe agradem, não liga para dinheiro, nunca ligou, ganhando o suficiente para pagar o aluguel e comprar a ração de Didi está ótimo.

Ângela é formada em administração, mais não quis ir embora atrás da profissão. Tem uma irmã, Dri, mais nova que mora fora desde os quinze anos, Dri trabalha de segunda a sábado não tendo muito tempo para conversarem, sempre foram muito unidas, mais a vida adulta e seus compromissos a separaram um pouco, se vêm uma vez ao mês na casa da mãe, se falam quando dá.

Ângela arruma tudo, pega Didi que já sabe pra onde vão ficando sentadinho no banco do passageiro ao lado dela em seu golzinho azul. Tem esse carro há quase dez anos e ele nunca a deixou na mão, por isso sentiu tanto quando o ruivo o chamou de lata velha.

Um sorriso se faz em seu rosto ao se lembrar do ruivo, ficou irritada em ter que ser babá de bêbado por estar cansada e com sono, mais agora acha graça de tudo que aconteceu.'' Apesar de todo dinheiro que ele possui foi levado pra casa por uma garçonete em seu carro velho.''

Ângela: - Chamou meu carro de lata velha!! Ouviu isso Didi?? Que cara mais idiota!! Bonito, com um corpo... ruivo Didi, é ruivo, quase da sua cor!! E com os cabelos quase tão macios como seu pêlo. Mesmo assim um granfininho idiota.

Didi olha pra Ângela e mia, parecendo entender tudo que ela diz.

Ângela: - Acho que mamãe tem razão!! Estou conversando com um gato. Mais você não é um gato qualquer né Didi!?! É o meu gato!! Meu fofo......

Ângela acaricia Didi que abraça sua mão, já estão chegando na casa da mãe que está na varanda esperando por eles.

Richard toma um banho demorado, faz a barba, se perfuma, se olha no espelho pretende ir a lanchonete, Cacá lhe ligou avisando que seu carro estava seguro no estacionamento da lanchonete e ele poderia mandar buscar quando quisesse. Mais não é pelo carro que vai voltar lá, não. Precisa agradecer o anjo que o levou pra casa. Ou melhor a anja......

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Comments

Fatima Maria

Fatima Maria

EU ACHO BONITO QUANDO TEM PESSOAS QUE GOSTAM DE ANIMAIS E FALAM COM ELES. EU ACHO LINDO ELES NO SEU LUGAR, AGORA EU CUIDAR NÃO. E TBM NÃO GOSTO DE QUEM MALTRATA OS BICHINHOS.🐕🐕🐕🐕🐕🐕🐈🐈🐈🐈🐈🐈

2025-04-13

1

Lena Macêdo E Silva

Lena Macêdo E Silva

muitas vezes os animais de estimação nos entende e nos acolhe tanto quanto alguns humanos. fora que é um monólogo saudável 🤭😊💗

2023-11-23

11

Rose Gandarillas

Rose Gandarillas

Tô gostando de início, mas preciso te falar... anjo é comum aos dois gêneros, ou seja, serve para feminino, quanto masculino. Sempre será ANJO.

2023-10-23

1

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