Cinco anos depois
Mais uma vez brigando com meu cabelo logo pela manhã, pensou Thea Peters ao
pentear seus cabelos grossos, ela geralmente perde a batalha, seus cachos se recusam
a se curvar a sua vontade toda vez que ela tenta, ela decidiu deixá-los vencer mais uma
vez e deixar seus cachos livre ao vento.
Ela é uma mulher na casa dos vinte anos, este
ano fará vinte e cinco anos, ela não se considera muito bonita, mas ama suas
características físicas, ela tem 1,50m de altura e mostra sua cintura fina e quadris largos, ela é a primeira filha de uma mãe holandesa e um pai sul-africano, Thea sempre foi feliz com sua herança, tanto de seu pai, mãe ela tinha dois irmãos mais novos, Leon e Anya, sua família sempre foi rica proprietária um navio de cruzeiro em Miami, Flórida.
Quatro meses atrás, Thea decidiu deixar a casa dos pais e se mudar para Seattle, para
seguir a carreira de pintora. Desde que ela decidiu deixar a casa dos pais e se mudar
para outro estado, agora ela consegue morar sozinha em um apartamento, no centro de seattle, não é tão grande quanto a casa dos pais em Miami, mas é grande o suficiente para ela, tem dois quartos, dois banheiros, uma espaçosa sala e cozinha, um espaço para seu ateliê de arte e uma sacada cuja vista da sacada contempla boa parte da cidade de seattle, saudades de casa mas agora tenho vinte e cinco anos e eu tenho que ter meu espaço e privacidade, viver do meu jeito, pensou ela.
E agora suas manhãs são parcialmente as mesmas, acordando em seu pequeno apartamento, levantando-se, vestindo sua roupa de ginástica e caminhando na esteira por uma hora, fazendo sua rotina de higiene e beleza com as infinitas etapas de cuidados com a pele que ela encontra em na internet, tomando café da manhã, cria uma playlist de músicas aleatórias que combinam com seu humor diário e se fecha em seu pequeno ateliê de 2 m² e pinta até sentir fome e repete no dia seguinte e no outro dia seguinte.
Thea Peters não sai muito de casa, sua vida social é completamente inexistente, ela mora longe de sua família e não tem amigos no centro de Seattle, com exceção de Sean e Danielle dois irmãos, donos da confeitaria que ela frequenta. assiduamente, ela não conhece
mais ninguém, o que resulta em uma vida solitária que faz os vizinhos se perguntarem
se ela é uma criminosa em fuga ou uma sociopata, mas ela nunca fez nada que os
fizesse mudar de ideia sobre a forma como ela era vista. , aliás, ela deixou de se importar com isso quando entendeu que a opinião alheia não pagava suas contas.
Hoje é um daqueles dias em que ela vai deixar o seu pequeno estúdio de arte, chegou
o tão esperado dia em que finalmente reencontra Helena D'are, ela está esplêndida,
parecendo confiante e uma artista com grande potencial.
Thea ainda não conseguia acreditar que dias atrás ela recebeu uma ligação da assistente de Helena, enquanto ela entrava no carro lembrou do dia que seu celular tocou e a tela mostrava um número desconhecido, inicialmente ela não quis atender mas ela pensou que diabos e decidiu atender.
—Olá—disse Thea com certa atitude.
—Thea Peters? perguntou a voz vibrante do outro lado da linha.
—Sim.
—Fala Jennifer Hilbert, assistente de Helena D'are da Galeria D'are.
—Sim.
—Estou ligando para você a pedido da Sra. D'are, a fim de marcar um encontro com você para discutir a possibilidade de expor suas pinturas em nossa galeria.
—Sim claro, Thea disse incrédula.
—Gostaria de saber se podemos marcar um encontro no dia 6 às 10h?
—Sim eu faço.
—Perfeito, até logo senhorita Peters.
Oh meu Deus! Thea pensou depois e desligou a ligação que teve tanto efeito sobre ela,
quer dizer que ela sabia que seriam necessários muitos quadros para serem notados e convidados a expor suas obras de arte em uma galeria do tamanho do D'are, será que eles viu alguns dos trabalhos que vendo no site? ela pensou, ela rapidamente pegou seu celular e pesquisou no Google Galeria D'are.
O primeiro resultado que chamou a atenção foi o anúncio dos 25 anos de existência da galeria e eles teriam um mês inteiro com exposições de novos artistas e também de artistas consagrados que expuseram suas pinturas ao longo dos anos na Galeria D'are.
Ao olhar pela janela do carro ainda em movimento, viu no horizonte um prédio
envidraçado com paredes revestidas de granito preto, e com a Galeria D'are escrita em
letras maiúsculas, sentiu seu corpo congelar e sua pele arrepiar, ela cuidadosamente saiu do carro por causa do salto alto que usava.
Entrando no corredor ela viu uma linda
loira de olhos azuis brilhantes, que a olhou de longe e a observou atentamente da cabeça aos pés. Ela deve estar questionando minhas habilidades artísticas através da minha roupa, ou é isso ou tem tinta no meu cabelo, pensou Thea, então se dirigiu à bela mulher no balcão.
—Bom dia, sou Thea Peters e tenho uma reunião com a Sra. D'are.
— Bom dia Srta. Peters. Você está adiantada, muito bem, a Sra. D'are valoriza muito o gerenciamento de tempo, você pode sentar aqui e eu vou anunciar você. Diz a mulher.
—Srta. Peters, disse Jenifer, a senhora D'are espera por você.
—OK!
Helena D'are é uma bela mulher, aparentava descendência italiana ou espanhola, sua
pele morena, cabelos escuros aparentemente na casa dos cinquenta anos, seus cabelos escuros curtos delineavam seu rosto, olhou Thea de cima a baixo, e quebrou o silêncio dizendo.
—Pode se sentar, Srta. Peters, disse Helena D'are.
—Obrigada.
—Vi um quadro seu na sala de uma
amiga minha e adorei e tenho interesse em fazer uma exposição com seus quadros,
disse Helena.
—Fico feliz por ouvir isso, Thea respondeu.
—Temos um grande evento se aproximando e gostaríamos de contar com você, espero
que esteja disponível.
—Sim, estou disponível—Thea disse tentando não demonstrar sua felicidade excessiva.
—Perfeito! Gostaríamos que você trouxesse cinquenta pinturas inéditas para o evento que será realizado no dia 15 de maio, esperamos que não seja tarde demais!
—Sim claro que não. respondeu Thea.
—Ótimo, minha assistente vai ligar para ti e passar os detalhes do contrato, tem alguma dúvida?—Helena perguntou
—Não, por enquanto não.
-Bem ótimo— disse Helena, enquanto se levantava da cadeira e estendia a mão para
Thea.
Ao sair da porta do escritório de Helena, Thea viu Jenifer em seu balcão, sorrindo como se estivesse participando de um comercial de creme dental branqueador.
—Muito bem Srta. Peters. Gostaria de pedir seu e-mail para que eu possa lhe enviar toda a informação—Jennifer disse.
—Apenas Thea, por favor.
—Ok, Thea, por favor, escreva suas informações aqui.
—E é tudo? perguntou
—Por enquanto sim—respondeu Jennifer com o mesmo sorriso no rosto.
—Tchau.
No caminho para casa ela não pôde deixar de se lembrar do dia em que seu companheiro de viagem na Turquia a convenceu a mudar de curso, deixar a faculdade de medicina para seguir seu sonho de ser pintora.
Ao chegar em casa e fechar a porta de seu modesto apartamento, sentou-se e recobrou o juízo, percebendo o que acabara de acontecer.
Oh meu Deus! cinquenta quadros? Como diabos vou pintar em tão pouco tempo? Thea pensou.
Com o passar dos dias, Thea foi pintando e reciclando telas até chegar no resultado
que ela gostava, ela não podia desperdiçar telas ou tinta, ela tinha pouco tempo, durante o período de preparação, ela acabou conversando mais com Jennifer a assistente de Helena.
—Jennifer eu gostaria de falar com você, thea disse com a intenção de tentar extrair
alguma informação extra sobre a exposição.
—Ok Thea, onde vamos?
—Tem uma confeitaria na Segunda Avenida.
—Ok, venha na minha hora de almoço.
As duas acabaram ficando amigas, por causa da coordenação da exposição, entre cafés e almoços acabaram descobrindo que tinham muito em comum, entre as saídas as duas acabaram passando muito tempo em confeitaria de Sean e Danielle.
—Então hoje você viu com uma amiga—disse Danielle, dona da confeitaria.
—Sim, hoje eu vim com a Jennifer.
—Prazer em conhecê-la, Danielle.
—Jenifer.
—Vocês trabalham juntos?
—Sim— respondeu Jennifer com o sorriso habitual.
—Mas eu vou obrigar ela a ser minha amiga, é a primeira pessoa que foi legal comigo desde que eu cheguei—disse Thea.
—Ah, não me desculpe se nunca trocamos uma palavra com você, disse Sean ao ouvir a
conversa atrás do balcão.
—Eu não estava falando de você.
Ainda durante o período que durou a preparação para exposição, Thea foi almoçar na casa de Jennifer e acabou conhecendo a mãe de Jennifer, Mora e seu irmão, Steve, e o namorado dele, Mateo, que Thea acabou convidando para ir à exposição.
—Sério vocês tem que ir, vou precisar de um ombro pra chorar quando não vender
nenhum quadro.
—Mentira ela é super talentosa mas adora fazer drama, disse Jennifer.
—Sim, vamos, disse Mateo,
—Vamos comprar um quadro para o nosso apartamento, acabamos de nos mudar, disse
Steve.
—Não poderei ir, tenho um evento já agendado, disse Mora, mãe de jennifer.
Os dias se passaram e Thea ficou cada vez mais ansiosa.Ela frequentemente tinha ataques de pânico durante o tempo que passava pintando no estúdio, nessas horas ela liga para o pai ou para a mãe para ajudar a acalmar ela.
—Fica calma filha, é só uma fase, tudo vai melhorar. Disse Dael Peters
—Não é bem assim, mãe.
—O que é? Querida, quer que eu te mande dinheiro?
—Não mãe, não é necessário.
Ela não queria contar à família o que a deixava ansiosa, como poderia? seus pais ainda
tinham dúvidas sobre sua escolha, segundo eles demora muito para ser notado ou
levado a sério como pintora.
Ainda insegura com com o resultado, ela chamou Jennifer para avaliar casa uma das pinturas e pediu a opinião dela.
—Uau! é incrível, eles parecem incríveis Thea, adorei o tema e o esquema de cores
que você escolheu.
—Sério? perguntou a thea
—Muito sério! Jennifer continuou.
—Acredito que você vai se encaixar perfeitamente— disse Jenifer.
—Falar assim me deixa ainda mais nervosa Jenny.
—Não fique, é verdade e depois da exposição vamos sair para nos embebedar, você nem vai se lembrar de nada.
—Isso é verdade.
—Bem vou te deixar sozinha com suas inseguranças infundadas.
—Tchau Jenny.
***Faça o download do NovelToon para desfrutar de uma experiência de leitura melhor!***
Atualizado até capítulo 54
Comments
France !!!
E essa introdução 👌🏽💗, TimeSkip's sempre me deixam mais interessado em obras , desde mangas a livros, sinto que assim o autor queria realmente nos centrar no trama principal da história
2023-06-02
4