Cap. 7 - Eu Canto pra você minha preciosa flor.

Nos dias que se seguiram, Lanna, apesar de relutar muito, retornou ao trabalho. Ela saiu do hospital aos prantos, sentindo o coração apertado, por ter que passar algumas horas na empresa. Ela ainda deixou todos os contatos com o médico e as enfermeiras, não queria correr o risco de ficar sem comunicação.

Assim um mês se passou, e a rotina dela era manhã na empresa, correndo feito uma louca, dividido o tempo entre a fábrica, a loja e a administração.

Ela perdeu dinheiro, pois os documentos que estavam com Hellen, não foram atualizados no computador, sendo perdidos no acidente. Como, ela acabou não cumprindo no prazo com o contrato, acabou tendo que pagar uma multa...

Lanna - Aí Sara...eu estou tão preocupada, perdi um dinheirão e ainda tenho que repor o estoque da fábrica, pagar todos os funcionários e ainda tem o mais importante, o hospital da minha filha.

Sara - Lanna relaxa, todo empresário passa por esse tipo de dificuldade. Vamos encontrar uma solução. Já ligou para o banco?

Lanna - Sim, sim, mas tenho que aguardar.. Também estou tentando negociar com os investidores, mas eles não me deram retorno ainda..

Sara - Bem, eu estava vendo aqui, olha... só, tem um investidor aqui, senhor Castle, interessado em nossa empresa e na fábrica. Ele quer marcar uma hora com você.

Lanna - E quando isso?

Sara - Ele está disponível no horário do almoço..

Lanna pensou um pouco, e decidiu ir, ela não tinha muitas opções no momento e não estava podendo desperdiçar as oportunidades. Só não estava tranquila por ser na hora de ir pro hospital. Sara percebeu a tensão dela e sabia o motivo, então disse:

- Lanna, fica calma, É só uma ou duas horas de reunião no máximo. Nada vai acontecer..

- É que eu estou inquieta, e só de me sentir assim, já me dá um desespero, é como se alguma coisa ruim fosse acontecer sabe.. E cadê esse senhor Castle que não chega?

Elas estavam num restaurante onde o homem marcou, e a cada minuto que se passava, Lanna ficava mais aflita..

Mais cinco minutos se passaram e finalmente um homem de aparência dura e muito bem vestido apareceu.

Assim que viu Lanna de perto, a olhou de cima a baixo lhe causando calafrios, sob o olhar de luxúria do homem.

Ela olhou para Sara incomodada, mas já que tinha esperado tanto tempo, ia pelo menos ouvir o que ele tinha para falar.

No entanto, ele sorriu pra ela e disse:

- Obrigada por me esperar senhorita Lanna Baker, creio que vamos fazer bons negócios. Estou disposto a investir muito dinheiro em sua empresa.

Lanna não sentiu muita confiança nele, mas ainda esperava que na pior das hipóteses, fosse pedir uma grande quantidade de ações. Ela perguntou desconfiada:

- Certo, e como será isso, afinal o senhor não vai investir tanto dinheiro, sem um retorno.

Ele deu um sorriso despreocupado e falou com arrogância:

- Não estou preocupado com dinheiro querida, afinal eu tenho muito. Mas uma beleza como a sua na minha cama, não tem preço !

Deu um sorriso malicioso para ela, e no segundo seguinte, precisou de um lenço para secar o rosto, pois Lanna jogou todo o vinho que havia sido servido no rosto dele. Ela estava enojada e extremamente ofendida.

Se levantou fazendo Sara se levantar também e disse estarrecida:

- Você falou bem, não tem preço porque eu não me vendo. Faça bom proveito do seu dinheiro, seu porco!

Se virou e foi embora, decepcionada... perdeu horas importantes do seu dia, para nada. Ela achou que chegou a cota, mas ainda ia ficar pior... No caminho recebeu uma ligação do hospital que fez seu coração se apertar , Pérola não estava bem.

- Ai não meu Deus! Sara, por favor, acelera, vai, vai rápido para o hospital.

Sara dirigiu o mais rápido que pode, ultrapassando alguns sinais.. Lanna estava se contorcendo no banco enquanto segurava os cabelos, achando que ela estava indo de vagar..

Ao chegar no hospital correu até a pediatria, onde Pérola estava internada.

E teve o coração partido ao ver sua pequena desfalecendo e sendo reanimada pelos médicos. Ela entrou na sala desesperada e mesmo as enfermeiras a tentando impedir, não a puderam deter... Pérola teve uma febre muito alta, ao ponto de dar convulsões, eles conseguiram baixar a temperatura dela, mas após um tempo, estava tendo uma parada respiratória; foi quando Lanna chegou.

Num impulso mais forte do que sua razão, ela pegou a bebê e a aconchegou em seu peito e começou a cantar para ela, uma canção suave que saiu abafada entre os soluços e a voz trêmula de Lanna. Era uma canção de ninar, que enquanto cantava, andava suavemente de um lado para o outro.

"Eu canto pra você minha preciosa flor, só pra te derramar meu coração, e te entregar todo o meu amor.

Amor tão puro e tão intenso, ele é maior do que tudo o que sei, pois meu amor por você é imenso.."

A medida em cantava, a agonia de Pérola foi passando e a respiração se normalizado, ela estava conectada aos aparelhos, e o médico pode acompanhar pelo monitor. Logo ela chorou forte por ouvir a voz de Lanna, a levando as lágrimas e toda equipe que a minutos antes, estava agitada e pensando que iam perde-la.

Lanna no entanto não se aguentou mais, e se sentou, ela estava tremendo e muito assustada. Porém, depois que o perigo passou e Pérola se acalmou, quis saber o que aconteceu, mas não havia uma explicação, pois não houve motivos para essa recaída, ela estava se desenvolvendo bem.

Dr. - Lanna, ela estava evoluindo muito bem, e até hoje cedo estava normal. Talvez a febre possa ser de algo que ainda vai aparecer.

- Não, não.. não vai aparecer nada. Ela sentiu a minha falta, não é meu anjinho. A mamãe não vai mais te deixar tá. Eu sinto muito filha.

Deu um beijo na testa dela e ouviu encantada o som que Pérola emitiu em resposta.

Ela a colocou em seu peito e pode sentir o coraçõezinho batendo no ritmo normal.

Mas logo a pequena se agitou novamente, esfregando desesperada o rosto procurando o seio de Lanna. Ela olhou confusa para a enfermeira que disse:

- Ela deve estar com fome Lanna. Vamos amamenta-la .

Assim que levaram a mamadeira, deram a Lanna, mas Pérola rejeitou e começou a chorar e chorar cada vez mais, deixando Lanna nervosa e sem saber o que fazer.

Outra enfermeira teve uma ideia, levou a bebê para o banco de leite.

Logo uma moça se dispôs a amamenta-la. Lanna ficou observando enquanto sentia seu peito doer, e uma enorme vontade de chorar, que ela não entendia o porquê.

E ficou mais nervosa ainda porque Pérola não estava conseguindo sugar, ela pegava no peito e logo virava o rostinho, sem parar de chorar..

Lanna não aguentou o choro da filha e a pegou de volta.

- Deixa eu acalma-la primeiro.

Falou com a moça enquanto pegava a filha e a acomodava em seu peito. Porém Pérola, voltou a procurar-lhe o peito. Então Lanna a afastou mudando a posição dela, e notou uma pequena mancha na blusa branca de linho, na altura do peito. Ela pôs a mão e viu que estava molhado, a princípio pensou que fosse do choro de Pérola, mas logo sentiu o sutiã molhado também. Assustada, mostrou a enfermeira, que disse:

- Lanna, é leite!

Lanna arregalou os olhos incrédula, mas não teve muito tempo para raciocinar, pois Pérola agora estava aos berros. Ela então a encostou novamente em seu seio e a pequena pegou no pequeno bico afoita e esfomeada; causando em Lanna um choque, que logo se tornou uma dor aguda e que parecia estar lhe rasgando por dentro, fazendo um caminho doloroso até o bico.

No entanto, ela suportou e ficou emocionada ao ver o líquido branco jorrar de seu peito e silenciando o choro de Pérola. Lanna agora estava chorando, pois como qualquer mãe, estava amamentando.

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