O sangue de azazel.

Veratrum🫴🏽

Minha Vera, eu te dei um destino amargo e doloroso. Você tem muitos deveres pela frente, mas escute, tenha coragem e confie em você.”

Eu definitivamente não sei nem coar um café, confiar em mim será a ultima coisa que farei. Eu ouvir isso em algum lugar, tinha a voz da minha mãe , talvez, mas não sei se isso é um sonho ou uma lembrança. Não lembro tanto do seu rosto o suficiente e nem da sua personalidade, lembro apenas o que me contaram, mas lembrar disso também me traz um conforta inexplicável , ou trazia. Agora eu só tenho pesadelos e nem se quer suas lembranças reconfortantes de sua voz podem apagar o pavor das madrugadas.

Vera acostumava acordar assustada no meio da noite, sua pele derretia no lençóis. Era um temporal na sua cabeça todo vez que fechava os olhos, era como cair de cara em um filme de terro. Para Vera, dormir com pesadelos assombrosos era como acorda antes de uma colisão, ou antes de uma grande notícia trágica, seu corpo dava um salto saindo debaixo das cobertas soado e tremulo toda vez que adormecia. Era para ela ter ido ao psicólogo há algum tempo quando foi sugerido pela sua irmã, mas ela não tinha tempo para pensar nisso, ou não sabia quão sério seria. Ela acostumava a se convencer que era só um pesadelo, Mas todas as noites em sua cama de solteiro a coisa sempre a perseguia em seus mais profundos sonhos, ou melhor, pesadelos. Vera sempre se perguntou porque uma menina simples era tão perturbada psicologicamente por um estranho que nem se quer existia. Vera sabia, sabia de algum jeito que ele a possuía, talvez fosse seus traumas do passado que a machucava e estava vindo a tona, ou talvez fosse a chegada de seu poder. Ela teve até um pensamento ridículo de que ele não gostava de seu cabelo, ou da sua aparência abatida pelos fantasmas que a sobravam no dia a dia, ou talvez nada que há envolvesse.

Ela imaginou isso porque antes de tudo, antes dele a embrulhar com suas mãos chamejantes, ele passava as mãos pálidas em uma mexa e levava para trás de sua orelha. Vera sentiu como se estivesse sendo marcada, de qualquer forma era como se a coisa sentisse necessidade de atormentá-la. O Que mais poderia ser? Uma garota não tão importante quanto as outras garotas humanas de sua idade, E também não tão importante quanto as poucas garotas bruxas que restaram depois da guerra dos caídos. Veratrum é uma jovem bruxa que ainda não despertou seus poderes e tem problemas com identidade, mas vive tendo pesadelos recorrentes com um homem que assombra seus sonhos, um homem que tão pouco sabe

Eu pensava _droga, esse cara de novo?_ Ele é assustador, só de olhar dentro dos seus olhos me dava vontade de me jogar de um penhasco. Seu rosto sempre estava coberto por uma névoa, o que me trazia a mesma sensação mórbida do céu tempestuoso, como se o fim estivesse próximo e os instintos pedissem: reze. Silenciosamente sua íris me dizia as palavras mais impiedosa. De repente o sonho mudou, sentia ele me esmagar, seu rosto estava brilhando através das nuvens. Ele parecia estável enquanto me sufocava com as pontas dos seus dedos. _" devolva o que é meu". Ele dizia. Sua voz se tornou estridente tremendo céu e terra, ecoando e passeando por meus ouvidos me fazendo ficar tonta. _"O sangue do inocente cairá sobre meu domínio, irá jorrar para que se cumpra minha vontade".

Meus lábios ficavam secos como em uma grande ansiedade, é inevitável o medo que tomou meu corpo junto com a energia sombria que cobria cada centímetro do meu cérebro. ele revérbero na minha carne fazendo cada célula estremecer. As nuvens escuras se dissiparam tempo suficiente para ver seus olhos mais azuis que o céu, mais brilhante que o sol, com um poder maior que a terra, era instigante tanto quanto interessante, dava para sentir o fim se aproximando. Com suas mãos que pareciam brasas no meu pescoço ele me levanta no ar, olho no fundo dos seus olhos tentando encontrar misericórdia, mas é tão frio quanto o gelo de um inverno rigoroso. por fim, me vejo em seu olhar me desfazendo em cinzas e finalmente ele consumia minha alma.

_Verá!!! __ minha cabeça vai com tudo na Prateleira, deveria ter tirado ela ontem, já é a terceira vez. Um dia eu acordo sem cabeça._ Veraa!!!!!_ ouço grito da minha irmã vinda do andar de baixo.

_já vou descer.__aviso.

_Já tem 18 anos, achei que não precisaria te lembrar que precisa cumprir as tarefas. Ainda não é a rainha da Inglaterra! _ de fato, não. O verdadeiro inferno é quando acordo porque é real. Não sei o que é mais perturbador, meus pesadelos recorrentes ou minha irmã Cerbera me obrigando a ser caridosa para esses bandos de humanos que sem pensar colocariam fogo na gente.

Me levanto sentindo o peso do mundo nas costas, parece que levantei dois cavalos adultos. Desço da cama sentindo o veludo do tapete, imediatamente respiro fundo, ok de volta a realidade. vou andando até o espelho que fica a alguns passos da cama, me encaro tempo suficiente para saber que ainda sou eu me certificando que realmente estou acordada. ultimamente vem sendo difícil diferenciar a realidade dos pesadelos, ou ao contrário, as vezes acho que nunca vou acorda desse pesadelo.

Deixo esse pensamento de lado saindo do meu devaneio

abro meu armário e logo uma brisa com cheiro de morfo sai dentre as roupas, e claro que não é nada atraente. pego minha escova e sem querer esbarro nas fotografias que estavam grudada no fundo do armário e acabo parando para admira-la. Essa é a única fotografia que meus pais deixaram de recordação, tento ignora-las desde então. Desde suas mortes me questiono o que eles pensaram quando deixou 3 filhos para trás, talvez foi como._ a pera vou para essa guerra e vou deixar minhas filhas sozinhas, e talvez, só talvez eu não volte.

pessoas tentam me consolar dizendo que há uma dádiva em saber que está vivo l, eu queria muito saber qual é. eles simplesmente se foram deixando apenas esse apartamento em Montreal. As pessoas de Montreal são bem estranhas, na verdade a maioria dos lugares em que já morei eram estranhamente tediosas. Cerbera tem um fascínio pela parte morta do planeta, ela ama lugares chatos, ela diz amar esse lugar, mas acho que só diz isso porque não tem coragem de tentar algo novo.

Resgato um lagrima patética do meu rosto. jogo a fotografia no fundo do armário.

_ vai demorar muito aí? Cerb perguntou impaciente. Não respondi.

Hoje completo 18 anos e é quando nosso envelhecimento desacelera, esperava por esse dia desde que me entendo por bruxa, para nós é a mais esperada data é quando ganhamos nossos dons, mas ao invés disso ganhei pesadelos.

_ Veratrum!!! _ela chamar novamente só que mais impaciente.

_Só um segundo._finalmente respondo

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