Capítulo 05

Gael: Eu só ajudei uma mãe que estava desesperada com medo de perder um filho, esse dinheiro não vai me fazer falta.

Luana: Tudo bem você tem razão, só tenha cuidado, para ela não ficar atrás de você pedindo mais dinheiro.

Uma semana depois o Eduardo recebeu alta.

Fernanda: Mãe nem acredito que meu filho vai para casa hoje.

Elisabeth: Eu sabia que esse dia ia chegar, meu neto agora está curado.

Fernanda: Eu já estou com tudo pronto, só esperar o médico assinar a alta e dá a receita com os medicamentos que ela vai precisar tomar por um tempo.

Elisabeth: A gente vai zerar nossas economias, comprando esses remédios, eu vou vender aquele colar que seu pai me deu.

Fernanda: De jeito nenhum, é a única lembrança que restou do papai.

Elisabeth: Filha as lembranças a gente guarda no coração, tenho certeza que seu pai não ia se importar se eu fizer isso para ajudar o neto dele.

Fernanda: Eu vou vender esse celular que eu ganhei deve valer um bom dinheiro.

O médico entra acompanhado do Ramon ele segura em suas mãos uma sacola com o nome de uma farmácia, ele veio mais cedo para peguntar ao médico quais remédios o garotinho ia precisar no pós operatório e foi comprar.

Ramon: Aqui estão os remédios que ele vai precisar tomar.

Médico: Aqui na receita tem as dosagens e o intervalo de tempo que devem ser tomados cada remédio, os cuidados que devem tomar são os mesmos que a gente já estava tomando aqui, se houver qualquer alteração traga ele imediatamente, e se correr tudo normal ele virar daqui a um mês para avaliar a recuperação dele.

Fernanda: Certo doutor muito obrigada.

Ramon: O senhor Gael pediu que eu as levasse até em casa.

Elisabeth: Quanta gentileza, muito obrigada.

Fernanda: Muito obrigada por tudo.

As duas estavam muito felizes em poder finalmente voltar para casa com o pequeno Eduardo.

Depois de um longo percurso finalmente elas chegam em casa.

Ramon: Pronto estão entregues, eu vou deixar meu número com vocês caso precisem de mais alguma coisa.

Fernanda: Diga ao senhor Gael que estou muito agradecida por tudo que ele fez por nós e eu prometo que um dia vou pagar tudo.

O Ramon se despede das duas e vai direto para a empresa.

Gael: E então o garotinho estava bem?

Ramon: Parece que sim, a situação das duas não está nada fácil, eu fui ao hospital falar com o médico como você pediu, peguei a receita e fui comprar os remédios, eu estava aguardando o médico para entrar no quarto e sem querer ouvi a conversa das duas.

Gael: Que feio ficar ouvindo a conversa dos outros.

Ramon: Não foi de propósito, eu estava esperando pelo médico para entrar no quarto junto com ele.

Gael: E o que elas estavam falando.

Ramon: Não vou contar, você tem razão, é feio ouvir a conversa dos outros e mais feio ainda passar adiante.

Gael: Eu sei que você está coçando a língua para falar, então fala logo.

Ramon: Elas estavam comentando que iam zerar as economias comprando os remédios para o garotinho, a mãe dela disse que ia vender um colar, mais a filha recusou disse que o colar que ela queria vender era a única lembrança do pai dela e que ia vender o celular que você deu para ela.

Gael: Você comprou todos os remédios que o médico receitou?

Ramon: Sim, e também levei elas em casa assim como você pediu.

Gael: E você já pensou em uma colocação para ela aqui na empresa?

Ramon: Eu tinha pensado na vaga de secretária, a sua vai entrar de licença em poucos dias, mais a Luana disse que ela vai escolher pessoalmente a pessoa que vai substituí-la.

Gael: Pode oferecer essa vaga para ela e deixa que com a Luana eu me entendo.

Ramon: Ela vai ficar chateada com isso.

Gael: Essa é a sua função não dela.

Ramon: Ok você quem manda chefe.

O Ramon saiu e o Gael, pegou o terço e ficou olhando, imaginando como a vida é injusta com algumas pessoas, ele com tanto dinheiro e aquela família precisando vender as únicas coisas de valor que restava, ele sentiu um nó na garganta e não parou mais de pensar nisso.

À noite a Fernanda estava pesquisando sobre a vida do Gael mais uma vez.

Fernanda: Olha aqui mãe, você tinha razão aquela mulher mentiu, não tinha bebê nenhum ele não pode ser pai, ele é estéril.

Elisabeth: Está vendo, como nem tudo é o que parece, não devemos julgar ninguém sem ouvir a versão da história da outra pessoa envolvida

Fernanda: Não tem muita coisa sobre a vida pessoal dele, só coisas relacionada ao trabalho, sabia que ele já foi ator?

Elisabeth: Nossa quanto interesse nesse rapaz.

Fernanda: Só fiquei curiosa para saber um pouco mais do homem que ajudou a salvar o meu filho.

Elisabeth: Será? você está aí a um tempão, vem logo jantar senão a comida esfria, graças à Deus a gente veio morar perto de pessoas boas, só tinha marcarão na despensa e a Arlete trouxe comida para gente.

Fernanda: Que situação à nossa não é mãe.

Elisabeth: Isso não vai ser para sempre, um dia vamos sair dessa.

Fernanda: Eu adoro o seu otimismo, mesmo com tanta dificuldade você mantém a sua fé inabalável.

Elisabeth: Eu acredito que um dia a gente vai está bem.

Fernanda: Assim espero, agora vamos comer antes que esfrie.

No dia seguinte a Fernanda estava brincando com o filho, correndo pela pequena sala a mãe dela estava na frente da casa, ela levantou cedo e fez uns bolos para vender, e em pouco tempo já tinha vendido quase tudo, as pessoas que compraram prometeram voltar de novo, pois gostaram muito do bolo.

Um carro todo preto parou na frente da casa e o Gael desceu.

Gael: Bom dia a Fernanda está?

Elisabeth: Sim você pode entrar, me desculpe não poder acompanhar mais está chegando mais um cliente.

Gael: Tudo bem, eu vou entrar.

Ele se apressou para não ser reconhecido por ninguém que passava por ali.

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