E vem tudo de novo

No hospital sinto tudo novamente, quando vejo aquele infermeiro,o meu corpo reage, sinto o cheiro dos monstros que acabaram com a minha inocência.

O ogro que me trouxe percebe e sai da sala por um instante.

Ele era estudante de medicina e pediu ao rapaz para sair que ele mesmo faria.

_ Patrick sendo Patrick.

Ele olhou e falou.

_ Você gosta de dar trabalho, me atrasou com certeza atrasou você e agora isso.

Olhei com muita raiva para ele.

_ Termine isso logo eu nem queria estar aqui.

Ele fez o curativo e com e eu não senti desconforto achei super estranho.

_ Aguarde a médica!

Olhou de novo nos meus olhos e disse.

_ De nada, sua maluca e simplesmente saiu da sala.

Fiquei com uma raiva tão grande dele que ia saindo a médica me chamou Alice.

_ Sim!

_ O seu exame ficou pronto!

_ Teve uma luxação no seu braço esquerdo, e vai usar uma tipoia e fazer fisioterapia para não agravar.

_ Doutora é necessário?

_ Sim-!

_ Vi seu crachá da faculdade e la têm um centro de fisioterapia, vou te encaminhar pra assim não atrapalha os seus estudos está bem.

Eu agradeci.

Dra. Suellen super simpática também brasileira me contou que cursou a faculdade aqui pra voltar ao Brasil, mais se apaixonou por Mar de Plata e ela se apaixonou por mim. _ Me casei e hoje tenho um filho da sua idade inclusive foi ele que te trouxe.

_ Quero pedir perdão e se precisar de qualquer coisa me procure por favor!

Aquela mulher doce era mãe do louco herói?

Estou frita!

Senti algo estranho em mim naquele dia fui para casa Ana estava bem aflita os vizinhos disseram que eu tinha sofrido um acidente, mais não foi bem assim eu me assustei e cai.

Ela me abraçou.

_ Filha por favor se cuida por favor.

Olhei e disse mãe estou bem, foi a primeira vez que a chamei de mãe ela chorou e agradeceu a Deus eu posso ir agora o Senhor já me abençoou.

Ana tinha uma grande fé e me ensinou muito hoje sou o que sou porque ela me ensinou a ter fé, esperança e amor.

Dormi daquela noite pensando naquele louco e porque eu não senti nojo nem raiva quando ele me tocou.

Levantei mais cedo tomei café e fui para faculdade, tinha que fazer fisioterapia mais não sabia onde era.

E consegui marcar depois da minha prova, eu cursava medicina mais veterinária os bichos eram minha paixão.

Estava saindo da sala e ouço uma voz me chamar.

_ Ah! Te achei maluquinha.

Olhei para trás e quem era o louco herói, as minhas amigas olharam para mim com olhar de espanto.

_ Quem é o gatinho?

_ Nunca te vimos nestes 4 anos se quer falar com um garoto e vem ele e te chama de maluquinha.

Era estranho até para mim aquilo, eu olho para elas dando risada.

_ Ninguém é só o doido que me atropelou.

_ Oi! né!

_ Oi!

_ Esta na hora da fisioterapia e quero garantir que você fará certinho.

Eu fui bem grossa com ele neste dia.

_ Quem você pensa que é meu pai?

_ Fique por satisfeito de já ter feito o que você queria.

Ele olha nos meus olhos e isso me assusta, porque ele me vê por dentro não sei como ele consegue, mais ele faz.

_ Eu sou quem vai garantir que o seu braço esteja em perfeito estado quer você queira ou não.

Saio dali deixando todos para trás ele olha para as minhas amigas e pergunta.

_ Ela é assim mal-educada?

Fabi responde.

_Não, ela é a pessoa mais doce que já conhecemos.

_ Então, eu ainda não conheci essa pessoa.

_ Me apresente quando puder!

Ela riu e ele saiu.

Fabi chega cheia de perguntas.

_ Alice o que houve com você?

_ Mulher aquele homem mexe com você todinha!

_ Você está doida, ele é um louco que me atropelou e quer se fazer de bom moço.

_ Vou procurar saber quem ele é.

_ Fabi deixa isso quieto.

Chego ao setor de fisioterapia e ele está lá.

_ Entre que o fisioterapeuta logo estará aqui!

_ Eu realmente estava apavorada, eu não sabia como seria, e não queria que ninguém soubesse sobre os meus traumas.

Entro na sala, é um lugar que me lembrou meu pássaro, entra um homem forte até bonito.

_ Vamos?!

Aquilo me paralisou, eu não consegui responder nada. Patrick ainda ali diz.

_Não liga Mário ela é mal educada mesmo!

Quando ouço o nome Mário, eu não aguento e saio correndo chorando, e procuro um lugar seguro para me esconder.

Quando menos imagino o louco está atrás de mim gritando.

_ Alice onde você vai o que aconteceu? Eu disse algo me desculpa.

Eu corro para as escadas me abaixo segurando nas minhas pernas e ele vê e simplesmente me abraça.

_ Ninguém vai te machucar!

Eu só choro e ele me abraça em forma de consolo.

_ Chora, estou aqui com você, e não está mais sozinha eu vou te proteger!

As palavras dele ia entrando dentro da minha mente, trazendo um pouco de paz e pela primeira vez me senti protegida.

Ficamos por um tempo até que eu me acalmasse.

_ Quer conversar?

_ Não, foi você quem causou tudo isso!

_Você trouxe toda essa dor de novo.

Empurrei ele e sai dali indo para casa o mais rápido que pude.

Eu estava em estado de choque.

Queria entender porque não tinha medo daquele louco!

Chego em casa e Ana percebe que não estou bem.

_ Alice o que aconteceu?

_ Nada de mais Ana, só uns problemas ma faculdade mais ficará tudo bem.

Vou para o meu quarto tentar entender essa loucura toda, é a terceira vez que Patrick me toca e eu não sinto nada.

Sei que fui grossa com ele, mais se não tivesse acontecido o acidente eu não teria sentindo tudo que senti, algo que pretendo enterrar para sempre.

Ana vem ao meu quarto com uma xícara de chá, eu sei que ela está preocupada.

Mesmo não sabendo da minha história ela entende que sofri muito por isso ela me conforta sempre que pode, sem fazer perguntas.

_ Alice tome esse chá e descanse um pouco, eu vou ao mercado mais logo retorno está bem!

_ Está bem, farei isso.

Ana sai e eu fico ali perdida nos meus pensamentos, buscando respostas mais é em vão.

E alguém chega, ouço a campainha tocar, vou até a porta e tenho uma bela surpresa.

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