05

Pandora

— E não fique achando que ir até lá e fazer uma busca , gastar dinheiro vai mudar esse fato , a nossa filha está viva e precisa desse dinheiro para entrar na faculdade e nós como pais , precisamos garantir que ela possa entrar na universidade sem preocupações .

Matias

— Eu sei que não vai , eu me odeio por isso a cada dia ,na verdade a cada segundo , acha que eu me esqueci? Não! E mesmo se eu pudesse você não deixaria, jogando isso na minha cara o tempo todo .

Pandora

— Eu perdi meu filho, sabe o que é isso?

Matias

— Ele também é meu filho Pandora , e eu ainda sinto que ele está vivo , por isso eu vou todos os anos para lá , eu vou trabalhar ainda mais para conseguir o dinheiro, o que for preciso para trazer ele de volta .

Pandora

— Ele não vai voltar , ele não vai , e a culpa é sua !

Ela diz entre prantos , com a perda de Brian, Pandora só consegue dormir com a ajuda de remédio, ela faz acompanhamento psicológico quatro vezes na semana para conseguir lidar com o luto , mas ela nunca conseguiu perdoar o seu marido, mesmo que ela saiba que uma criança pode cegar às vezes e que a culpa não foi de Matias, tudo volta quando ela olha para ele , todo sofrimento , é como se para conseguir colocar um fim no luto ela precisasse se afastar dele .

Ana Clara caminha até o parque que não fica muito longe de sua casa, ela se senta ali olhando a paisagem seu olhar triste e perdido pensando em tudo o que seus pais lhe falaram, é quando um homem de 19 a 20 anos caminha na direção de onde ela está sentada , ela ignora a presença do homem até que ele fala .

— Você está bem ?

Ana Clara então olha para o homem a seu lado .

Com um rosto simples mais atraente, aquele rapaz trazia nele uma familiaridade, e em seu olhar uma confiança .

Ana Clara

— Eu estou bem.

O homem insiste .

— Tem certeza ? Seu olhar triste e distante me diz outra coisa .

Ana Clara sorri mesmo que ele seja um total estranho é tão fácil falar com ele .

— E o que espera que eu diga para um total estranho que me abordou na rua e fica fazendo perguntas estranhas ?

O rapaz sorrir de forma gentil e diz .

— Boa garota , não deveria falar com estranhos sua mãe te ensinou muito bem.

Ana Clara

— A sua pelo visto não já que está aqui falando comigo .

— Tem razão ela não me ensinou, mais eu aprendo rápido e sei que não é uma pessoa ruim.

Ana Clara

— Posso dizer o mesmo de você ?

— Pode sim.

Com pouco outro homem surge , esse um pouco mais sério e nada carismático.

— O que está fazendo aí ? Vamos logo !

— Eu já vou.

— Quem é essa garota ?

— Ninguém , vamos logo .

Quando escuta isso mesmo sem conhecer o rapaz Ana Clara se sente um pouco magoada , mais o rapaz antes de entrar no carro com o outro olha para ela e acena com a cabeça , no carro os dois conversam .

Hugo

— Vai me dizer quem era a garota ?

— Eu já disse que ninguém , ela só me perguntou a hora e nada mais .

Hugo

— Não pareceu só isso , pareciam íntimos, sabe que não pode se relacionar com ninguém fora do bando .

— E louco , ela era só uma criança , então vai se casar com a Davina ?

Hugo

— Se é o que os anciões querem, então sim.

— A detesta , sempre disse que ela era esnobe.

Hugo

— Ela é , mais eu tenho uma papel a cumprir , todos na alcatéia tem .

— Não pertenço a sua alcatéia Hugo .

— Sim , você pertence , não deixa os meus pais ouvirem isso , sabe que te traria problemas , passou quase 5 anos trancado naquela jaula , foi difícil convencer eles a deixar você sair .

— Todos me chamam de impuro, e me tratam como um empregado , estar preso naquela jaula ou não , tem alguma diferença?

Ele olha para o lado de fora a lua está quase cheia o reflexo da mesma nos olhos dele faz com que os mesmo brilhem de forma magnifica .

Hugo

— Suas emoções estão alteradas a lua está quase cheia , precisamos nos reunir com os outros .

— Ainda não entendi por que mudaram o local .

Hugo

— Sabe muito bem o por que , temos que nos manter em segredo , é perigoso para todos na alcatéia que alguém saiba sobre nós , por isso as anciões são tão restritos com novatos no grupo.

— Fizeram um péssimo trabalho até agora , não sou a prova viva disso?

Hugo suspira recostando sua cabeça no banco e fechando os olhos , como o próximo alfa ele tem muitas responsabilidades , algumas que ele adoraria dispensar mais não pode, desde muito jovem muitas expectativas foram colocadas sobre ele , e seus pais fazem questão de que ele não desaponte os anciões, o matem na rédia curta sempre .

Hugo

— Só vamos para casa , eu estou cansado demais até mesmo para debater sobre esse assunto com você .

No parque Ana Clara fica ali por mais um tempo , e só volta para casa quando a noite começa a cair , assim que ela abre a porta sua mãe vem rapidamente na direção dela .

Pandora

— Sabe o quanto me deixou preocupada ? Onde estava ?

Ana Clara

— No parque aqui perto .

Pandora

— Por que saiu daquele jeito ? Estávamos conversando sobre algo sério.

Ana Clara

— Eu sei .

Pandora

— Te chamamos para conversar , por que queríamos saber o que pensa sobre o assunto .

Ana Clara então olha para sua mãe e diz

— Me diz uma coisa mãe, o que eu penso vai mudar a decisão de vocês ?

Pandora

— Não querida , eu e seu pai já não somos um casal a muito tempo , só não nos separamos antes por...

Ana Clara

— Por minha causa , eu sei , as brigas constantes e vocês se aturando por minha causa por todo esse tempo , sei que também me culpa pela morte do Brian assim como culpa o papai .

Pandora leva a mão a boca em choque pelo que escuta de sua filha.

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