“Você poderia me atrair para qualquer coisa que eu tenha evitado."
Marbie Fergus.
Antes...
Olhei disfarçadamente para as pessoas na pista de dança do restaurante, hoje era a noite dos "Djs", e eu precisava de diversão.
Pensei rapidamente nos prós e contras de deixar a noite me levar.
Fazia um bom tempo que não me dedicava a tal coisa. A simplesmente, curtir a noite e quem sabe, levar um desconhecido
para minha cama.
Segurei-me por muito tempo a respeito. Entretanto, não poderia me privar para sempre de tal prazer.
Ser mulher não era algo que pedi, porém, no dia a dia, assim como muitas de milhões, tinha que enfrentar meus medos.
Amarrei a jaqueta preta na cintura, deixando minhas costas à mostra. Notei o sorriso do barman mudar, e não pude negar que
sabia que estava bonita.
Até mesmo desejável para alguns
olhares. Porém, não era algo que queria. O problema era pensar que as mulheres se vestiam para homens, e até mesmo para
outras mulheres. Em meu caso, poderia falar com propriedade.
Vestia-me com o que queria, o que me tornava bonita ao olhar para o espelho. Não me importava com opinião alheia. E doía
lembrar, muitas vezes, o que meus traumas falavam a respeito.
Andei em direção a pista de dança e deixei a música me embalar. Tinham várias pessoas sozinhas dançando, um reggae que energizava ao redor. Era como se a música nos obrigasse a se entregar.
Ao menos, eu, estava completamente
entregue.
"Sí, sabes que ya llevo un rato mirándote
Tengo que bailar contigo hoy (DY)
Vi que tu mirada ya estaba llamándome
Muéstrame el camino, que yo voy (oh)
Tú
Tú eres el imán y yo soy el metal
Me voy acercando y voy armando el plan
Solo con pensarlo se acelera el pulso (oh, yeah)
Ya
Ya me está gustando más de lo normal
Todos mis sentidos van pidiendo más
Esto hay que tomarlo sin ningún apuro
Despacito
Quiero respirar tu cuello, despacito
Deja que te diga cosas al oído
Para que te acuerdes si no estás conmigo
Despacito
Quiero desnudarte a besos, despacito
Firmar las paredes de tu laberinto
Y hacer de tu cuerpo todo un manuscrito."
Fechei os olhos de acordo com a batida, e deixei meu quadril trabalhar por si só. Cantar era minha essência, mas dançar, fazia-me tão bem quanto.
Lembrei-me das aulas de reggae que fizeram há um bom tempo no Maranhão quando passei por lá em turnê. Com toda certeza, valeram cada centavo gasto.
Aprender a dançar foi uma das maneiras de
conhecer meu próprio corpo, e assim, passar a me conhecer.
De alguma forma, entendi que precisava cuidar do que era meu, começando pelo simples fato de me olhar com atenção.
Senti algo queimar sobre minha pele, porém, não era o calor de fogo em brasa. Era como se algo estivesse me seguindo, e pela primeira vez, em muito tempo, não levei tal sensação para o negativo.
Abri os olhos, e olhei ao redor. O bar ainda estava abarrotado de pessoas, a maioria delas, pedindo algum drinque.
Não estava claro o suficiente para notar de fato cada presente, entretanto, senti-me puxada, como um imã, em direção ao canto
esquerdo.
Ali, entendi que estava o dono da sensação em meu corpo. Parei de dançar, e notei, pelo vislumbre de sua sombra em meio as luzes coloridas, que a sombra pertencia a
um homem. Resolvi, dar-me uma chance, e entender o que acontecia.
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Atualizado até capítulo 95
Comments
Ana Maria
vamos ver
2024-01-17
1
Maria Eduarda
uma grande aventura
2023-03-28
10