Quero ver ele de novo

Capítulo 4

Brenda - Uma semana hoje desde a festa aqui em casa e eu não tiro o carinha da minha cabeça, é só fechar os olhos que posso visualizar aqueles olhos negros me olhando e sentir aquelas mãos grandes em minha cintura, posso sentir até o calor das suas mãos.

Andreina- Eu já te falei que você está louca, você não está raciocinando direito, Brenda.

— Sim, você já me falou mil vezes e minha resposta continua sendo a mesma, quero ver ele de novo.

— Brenda, se ele quisesse te ver, ele tinha te ligado, você não deu o número a ele?

— Sim, mas eu te contei que alguém me ligou e não falou, ficou mudo, lembra?, tenho certeza que foi ele!

— Sinal que ele tem mais juízo que você.

— Para com isso, Andreina, você é minha amiga ou não é?

— Sou e por ser sua amiga que estou te alertando de que você está fazendo tudo errado.

— O que estou fazendo de errado, Andreina, eu só quero ver o garoto de novo, isso é algum crime?

— Não, Brenda não é nenhum crime, mas se seu pai descobrir você estará em sérios apuros.

— Eu sei Andreina, mas quero arriscar e depois estou cansada de meu pai me oferecer para os amigos dele como se eu fosse um objeto em seu leilão particular, eu sou humana, tenho sentimentos e quero viver um amor e não ser vendida para quem dá mais.

— Eu entendo, minha amiga, tá bom, eu vou ajudar você.

Ela voa em cima de mim me abraçando e me beijando.

— Eu sabia, Andreina, eu sabia que você não ia me decepcionar, eu amo você, amo, amo, amo...

— Tá bom, já entendi, agora sai de cima de mim e vamos ao plano.

— Obrigada amiga, obrigada!

Eu só preciso que você confirme caso meu pai pergunte, que fomos ao shopping, comer um sorvete, olhar algumas lojas, coisas que costumamos fazer sempre.

— Só isso?

— Só isso amiga!

— Saímos juntas de casa, vamos até a produtora de eventos, procuro por ele e depois voltamos para casa juntas como se nada tivesse acontecido!

— Você está esquecendo um detalhe e os seguranças?

— Vou dizer a eles que eles não precisam me acompanhar já que vou estar com você e tem os seus seguranças.

— Parece que você já havia pensado em tudo.

— Sim, amiga, agora vamos, não vejo a hora de olhar pra ele de novo.

— Credo, que aflição, se você não o tivesse visto apenas uma vez e tão rapidamente, eu diria que está apaixonada.

— Rimos juntas.

Descemos as escadas e aviso minha mãe que estamos saindo para ir ao shopping.

Quando saímos na rua os seguranças se preparam para sair atrás de mim, então eu paro e com um sorriso genuíno eu falo a eles que não é necessário que me acompanhem já que estarei com Andreina e ela já possui seus próprios seguranças.

Eles parecem ficar meio em dúvida, mas Andreina intervém no assunto e confirma que só vamos ao shopping tomar sorvete e seus seguranças estarão presentes e antes que eles protestem, saímos andando em direção ao carro de Andreina.

Lucas - Hoje o serviço está mais calmo, durante toda a semana foi uma correria, mas foi até bom, porque assim não tive muito tempo para pensar em uma certa garota que invadiu minha mente de um jeito inesperado e torturante, tive que me segurar pra não ligar para ela como ela disse que eu fizesse.

Na verdade, eu até liguei, mas não tive coragem de falar, o que eu ia falar com uma garota que tem o mundo aos seus pés, enquanto eu não passo de um garçom, ou melhor, um faz tudo.

Por isso decidi esquecer esse assunto e focar no meu trabalho e na faculdade que, estou gostando muito de fazer, não está sendo fácil, tem dias que fico muito cansado, mas sei que no final valerá a pena.

Estou fazendo administração empresarial e finanças é um desafio muito grande para uma pessoa como eu, mas sei que vou conseguir.

Estou saindo para o meu almoço quando um dos funcionários diz que tem alguém procurando por mim, fico surpreso porque quase não conheço ninguém, minha irmã mora muito longe e mesmo que morasse perto duvido que me procuraria.

Então saio para ver quem é e meu coração erra uma batida, quando constato de quem se trata.

Você?

O que você está fazendo aqui... Desculpa! Por que você está aqui?

— Oi Lucas!

Sim, sou eu, vim procurar por você, fiz mal?

— Não, não é isso, é que...

— Bem, é que não achei que você viria até aqui.

— Podemos conversar um pouco?

— Sim, claro!

— Teria um lugar mais reservado, não estou me sentindo bem com esse monte de olhos me olhando.

— Olho em volta e realmente o pessoal está todo olhando para ela, afinal não é todo dia que uma granfina vem procurar por um funcionário, normalmente procuram pelo escritório e na maioria das vezes por telefone ou mandam algum empregado.

— Tudo bem, vamos sair daqui.

Eu estava indo fazer um lanche, sei que não é um lugar apropriado pra você, mas é o que eu posso pagar, se você quiser me acompanhar?

— Acompanho, sim, podemos ir?

— Claro, vamos!

Por que você veio me procurar?

— Por que você não me ligou?

— Ela me responde com outra pergunta e não sei o que responder, na verdade, eu sei, mas não quero parecer grosso.

Desculpa Brenda, é que... Não achei apropriado.

Ela baixa os olhos e responde um entendo fraco.

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