Local para morar

Magnólia! Eu posso ajudar!

*Claro!Por piedade né,porque esse homem é tão irritante?

- Não quero sua piedade,ela digo aos prantos,isso é a última coisa que eu quero,e ele seria a última pessoa na face da terra que pediria ajuda!

- Me deixa eu te ajudar! diz ele.

- Eu... eu...vou voltar para a minha cidade,para casa, respondo derrotada,sabendo exatamente oque me espera.

- Oque? Você veio de um abrigo para mulheres vítimas de maus tratos porrä!Como vai voltar,quer ser morta? Diz ele aos berros.

Fico paralisada,olhando para ele,que me olha de volta, furioso.

*Como é que ele sabe disso?

Haa claro,o papel de recomendação.

Cubro os olhos e volto a chorar,ele faz algo que eu jamais imaginaria,ele me abraça,e encosta minha cabeça em seu peito,sinto sua batida descompassada e sua respiração calma,ele não diz nada,apenas me abraça.

Ele faz carinho na minha cabeça e isso é tão acolhedor e bom,que me relaxa e acalma,vai parando e por fim olha em meus olhos e diz:

Calma,eu tenho uma ideia,vem comigo.

Pega chaves na gaveta e me puxa pela mão,eu vou com ele,viramos a esquina,e subimos num edifício com escadas industrial,o lugar é arejado e claro,com uma cozinha integrada e um banheiro pequeno com box, é bastante aconchegante,mas está empoeirado e cheio de caixas.

Eu usava aqui como deposito,mas faz um tempo que não venho aqui,não é bem um lar,mas,pode ficar aqui e procurar algo melhor e com mais calma,esse lugar está fechado a meses e a cozinha funciona, é pequeno mas pode ser um início,diz ele olhando em meus olhos,e oque vejo não é mais aquele olhar rude,e sim um olhar brando.

Eu...eu nem sei como agradecer.

Eu sei...Você pode me ajudar com um projeto que preciso entregar até sexta e num coquetel no sábado,diz ele sorrindo,sim sorrindo!

Claro! Olha,muito obrigada,mas não falamos sobre o aluguel.

Aluguel?

Sim,eu insisto!

Tá bom,pode pagar o depósito que eu vou precisar pra colocar toda essa bagunça,diz ele sorrindo.Como pode ficar tão bonito sorrindo?

-Combinado!E,quando posso me mudar?

Quinta feira.

Ótimo! Muito obrigada mesmo! Respondo feliz,ele simplesmente balança a cabeça e sai andando,faço o mesmo,ele tranca a porta e voltamos para o restante,sou tchau a ele e entro no vestiário,me arrumo,me maqueio e me perfumo,e vou trabalhar tranquilamente sabendo que tenho um lugar para morar com minha filha.

Quando e expediente acaba, Theodoro me chama na cozinha e diz:

Você já está indo?

*Eu hein,que esquisito!

Já sim,e vc?

-Ainda não,eu estou terminando isso aqui,olha l,e me dá a sua opinião sincera hein.

Olho para o prato e está lindo,além de ter um cheiro maravilhoso!

Bom,eu achei lindo,não sou entendedora mas está muito bonito mesmo, respondo,ele bate uma foto e diz

Eu sei que não é,isso não é uma competição,só quero saber se está bonito,e gostoso,prova!

Pego um garfo e provo o prato, e nossa! Que delícia!

Hummmmmmm,está, simplesmente maravilhoso!

Está mesmo?

A segunda melhor comida da minha vida!

Ele me olha esquisito e diz:

Há é,e qual foi a primeira?

A galinhada da minha avó,comida de vó é a melhor que existe!

Ele suaviza e responde:

Sim! comida afetiva não tem como competir hahah

Sim!

É,parece que gostou,vc sujou a boca;vem até mim e passa o dedo pelo minha boca,e eu olho em seus olhos,eu não havia percebido em como ele é lindo!Minha vontade maior era acariciar sua barba,e beijar seu pescoço cheiroso...

* Tá louca? ele é seu chefe!

Theodoro percebe que eu fiquei vermelha e sorri,e se afasta,me entrega um guardanapo e diz:

Então Magnólia,me conte um pouco mais sobre você,e me entrega uma taça de vinho,que eu recebo de bom grado.

Faço um resumo bem por alto sobre minha vida, agradeço a comida e a bebida,me despeço e vou embora.

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