2-Cap-

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Olhando pra janela do colégio, sem rumo. Sem vida, sem nada. Não gostava de lá. Odiava aliás! Era um ambiente terrível e me fazia muito mal. Assim que terminaram as aulas só ficamos esperando os professores liberarem.

-Ei ei ei!! Não mandei sair!!

-Tá mas você não pode prender a gente aqui depois do horário! EU QUERO SAIR!

-MAIS RESPEITO! Me de essa agenda! Seus pais vão adorar o recadinho de hoje!

As mesmas coisas, todos os dias, bufei deitando a cabeça na mesa e vi passar um garoto bem emburrado na porta. Ele era lindo, estiloso e parecia ter a minha idade. Fiquei olhando ele e vi um símbolo vermelho nas costas dele.

Assim que o sinal tocou nós saímos e ele olhou bem no fundo dos meus olhos. Aquilo me deu arrepios, não fiquei lá pra fazer amizade. Fui correndo em bora pra casa.

-MÃE! Voltei!

Aline: Oi filha, como você tá!?

Minha mãe e meu pai trabalhavam em turnos diferentes e nunca estavam em casa...

-Estaria melhor se não existisse a escola.

Aline: De novo isso? Eu sei que não gosta, mas apenas termine e está livre!

-Eu sei eu sei... mas não sei até que ponto eu suporto mais!

Subi as escadas e me joguei na cama. Fiquei olhando pro teto sem esperanças pra mais nada, a escola acabava comigo. Meu pai trabalha a manhã toda e a tarde toda, e minha mãe a tarde toda, e a noite toda. O chefe do meu pai era um homem lindo de família muito rica, Heitor Evans.

Heitor era um homem dócil e gentil. Ele e os irmãos vieram da Europa, particularmente, o irmão dele era o mais atraente.

Aline: Filha, seu pai vai ter uma reunião importante hoje com o chefe dele aqui ok!? Se comporte.

-Ok...

Como de costume, abandonei as coisas da escola e fiquei no celular. De noite quando chegaram fui tomar banho e me troquei. Desci e dei de cara com o irmão gatão do Heitor.

-Boa noite, Thomas.

Thomas: você cresceu muito, nem te reconheci.

-Pois é hahaha

Thomas: muito bom te ver. *sorriu com gentileza e se sentou na mesa*

Ele é maravilhoso...

Fui dar um beijo na bochecha do meu pai e cumprimentei os outros.

Heitor: que amor que é essa menina hahahahahah. Ela quer continuar seu negócio?

Herik: Quer nada, disse que quer ser caçadora de recompensas e ir morar fora.

Thomas: um ótimo emprego com certeza. Mas bem perigoso.

Heitor: gostei! Tenho certeza que será uma excelente caçadora de recompensas!

Sorri e quando ia voltar pro quarto escutei eles falando uma coisa. Resolvi me esconder no 2 andar atrás da escada pra escutar.

Herik: a família LeBlanc?

Thomas: montaram uma base aqui na cidade. No condomínio mais caro e protegido, ninguém entra... e ninguém sai.

Heitor: um dos chefes se infiltrou na polícia.

Herik: Um policial corrupto.

Heitor: exatamente.

Herik: E o outro chefe?

Heitor: chefe são dois. Marcos, e o outro que ninguém sabe onde está, ou quem é. Seus braços direito e esquerdo, seu irmão Izac, e o Oscar.

Herik: Meu Deus.

Thomas: Izac, aquele pirralho é um saco.

Heitor: fiquem atentos na escola da Celine. Eles tem um garoto mais jovem, mais ou menos da idade dela, fiquem atentos se souberem de algo lá. Ele é bem perigoso.

Nesse momento me lembrei de quando vi um garoto emburradinho com um símbolo estranho mas costas.

Eles nunca vão me contar se eu perguntar, só tem uma pessoa que pode me ajudar.

Sorri e voltei pro quarto. Bem cedo no dia seguinte já me troquei e antes de ir pra minha sala passei direto no laboratório da escola.

-Licença?

Omar: entre.

Omar, meu professor de exatas e ciências biológicas sempre no laboratório e era o que mais conhecia a família LeBlanc. Entrei fechando a porta e coloquei a bolsa no chão me aproximando dele com muita calma.

-Desculpa atrapalhar, mas eu queria te perguntar sobre uma pessoa.

Omar: não está atrapalhando. *desligou a chama que aquecia algum líquido da qual não sabia o que era* quem?

-Um garoto ontem, de cabelos pretos e um símbolo estranho nas costas, sabe se ele vai ou já está estudando aqui?

Omar: um LeBlanc? Aqui? Tem certeza?

-Bom, sim. Eu escutei falarem ontem sobre eles, parece que são perigosos.

Omar: com certeza. *riu e pegou um álbum de pesquisas colocando na minha frente e abrindo* essa família é rica em poder. Possuem coisas que somente eles sabem. Por isso são tão perigosos.

-Digamos que tenha um vindo ou já está aqui, qual o risco?

Omar: provavelmente estarão atrás de alguma coisa. Não se preocupe. Devem ter vindo pra comprar essa escola, não duvidaria.

-É, pode ser, obrigada prof, boa experiência aí. *peguei a mochila e sai*

Ele riu e voltou pro que estava fazendo. Cheguei atrasada na aula. Karlo. Meu professor de gramática já estava até me esperando.

Karlo: dessa vez você conseguiu.

-Un?

Sara: Chegou 5 segundos mais atrasada que ele.

Todo mundo começou a rir e fiz cara de tédio sentando na minha cadeira. Aula vai, aula vem, não queria deixar de pensar no que disse, Omar, ele sabe de mais alguma coisa. Ele deve ter interesse nesse poder dos LeBlanc.

Pedi para ir encher a garrafinha de água e sai pra andar um pouco.

\~Com licença... sabe onde fica a sala do diretor?

Era um menino de mais ou menos 20 ou 27 anos. Tinha um olhar escuro e simpático. Cabelos curtos e não tão alto.

-Descendo esse andar, primeira porta à esquerda.

\~Muito obrigada. *sorriu e desceu*

Arregalei os olhos, suas costas, tinha o mesmíssimo símbolo! Sai correndo atrás do Omar e lá ele estava. Perto das plantas soltando algum inseto que não vi.

-Tem um LeBlanc aqui!

Omar: Celine, está ficando paranoica.

-Eu jurooo! *falei baixo olhando em volta* vem comigo! Tá na sala do diretor!

Assim que ele soltou o bicho peguei na mão dele e fui guiando, paramos escondidos olhando dentro da sala do diretor Dante e lá o menino estava, mas não tinha mais um olhar simpático.

Omar: fascinante.

-Viu? Não tô paranoica!

Omar sorriu cutucando minha cintura e dei um salto de susto tapando a boca. Olhei com tédio pra ele enquanto ele se segurava pra não rir.

-Fala sério! *cochichei* quase morri de susto!

Omar: quem foi que te contou sobre essa família?

-... o Thomas e o Heitor pros meus pais.

Omar: hm, então você estava espionando. *colocou as mãos no bolso e cerrou os olhos com um sorriso sínico*

-Não é bem assim…

Omar: bom, de qualquer jeito, os Evans e os LeBlanc são totalmente inimigos. Não me admira nada estar tão assustada.

-Não tô assustada...

Omar: não?

-Tá, só um pouquinho. Mas eles são ou não perigosos?

Omar: digamos que você não tem que se preocupar com nada.

O garoto e o diretor saíram da sala e ele disse tchau pra mim. Logo em seguida olhando feio pro Omar. Cruzei os braços e virei pra ele.

-Acho que alguém precisa se preocupar.

Omar: de fato, não tenho um histórico tão bom com eles.

Dante: por que está fora da sala?

-Precisei tirar uma dúvida com ele e, acabamos aqui de repente.

Dante: você mente muito mal, volte pra sala vai, e tente não arrumar problemas.

-*sorri* eu nunca arrumo problemas!

Dante: huhum... *riu*

Voltei pra sala me despedindo dos dois e Karlo só colocou as mãos no bolso.

Karlo: você tá afim de fugir da minha aula hoje né.

-Na verdade eu estava falando com o Diretor e o Omar.

Karlo: sobre?

-Coisa minha oras!

Karlo: nooossaaa desculpa aí viu?

-Desculpado *ri*

Sentei na cadeira e desta vez fiquei. Voltei pra casa assim que as aulas acabaram e como todo dia passava em frente à delegacia fui, mas dessa vez, tinha um cara bem diferente lá.

Seu rosto era lindo, porém metade dele tinha uma cicatriz enorme ele olhou pra mim com uma cara de bravo e eu arregalei os olhos andando mais rápido.

Vi um carrão passar de onde estávamos e abrir o vidro. Era Omar rindo de mim.

Omar: estou dizendo que está neurótica.

-Eu vi! Eu juro que vi.

Omar: entra aí vai, eu te levo pra casa.

-Eu amo você.

Entrei no carro ainda meio assustada e o homem lá na delegacia cerrou os olhos. Enquanto isso no carro ele ria.

-Eu tô te falando! Já vi 3!

Omar: como tem certeza que era um LeBlanc?

-O olhar...

Omar: hm, que olhar?

-Olhar tenebroso! Não sei explicar, mas é macabro.

Omar: é um dom de um LeBlanc. Mas se já viu tantos, isso é perigoso mesmo. Por que estariam aqui!?

-Não sei... E pra ser sincera, não quero saber. Eles são medonhos.

Omar: são ricos em poder. Daria de tudo pra ter os segredos daquela família.

-Eu dou qualquer coisa pra ficar longe deles. Isso sim.

Omar riu e me deixou na porta de casa. Me despedi agradecendo a carona e fui entrar. Olhei pro lado e tinha um homem. Ou melhor. Um homem de cabelos longos e uma arma na cintura. Ele me olhou e eu corri pra dentro. Fui direto pro quarto olhar pela janela, ele entrou no carro e simplesmente saiu. Fiquei apavorada.

...-Com os LeBlanc-...

Lá na mansão LeBlanc moravam quase todos. Seus patamares de importância?

Marcos e Izac LeBlanc, eram os líderes e mandavam em tudo e todos. Donos de quase toda a cidade.

Oscar LeBlanc era o braço direito de Marcos, muito temido e respeitado.

Ítalo e Soregan LeBlanc, a melhor dupla possível, eram imbatíveis.

Rafael LeBlanc o irmãozinho mais novo de Ítalo e consequentemente da mesma idade que eu. Era um encrenqueiro. Arrumava briga com Deus e o mundo. Um revoltado. Não se dava bem com ninguém, porém seu melhor amigo era da minha sala. Esse era o problema.

Existia outro. Um desconhecido, alguém que jamais foi mencionado. Ele era anônimo. Mandava até no Marcos. Mas ninguém tinha ideia de quem ele era.No jantar. Estavam acabando as mudanças e finalmente decidiram sentar pra comer juntos.

Oscar: eu vi o canalha.

Soregan: eu também.

Ítalo: idem...

Marcos: viram algum Evans?

Oscar: Não, mas vimos Omar.

Marcos: hnf.

Izac: onde viram ele?

Soregan: em um colégio. Fui atrás do Dante, ele está com uma informação muito importante nossa. Fui garantir que não espalharia.

Marcos: e o que o Cientista tem a ver com isso?

Oscar: com certeza está com planos novos. Não se preocupa com ele?

Marcos: eu não.

Oscar: ele estava com uma menina. Seria filha dele?

Ítalo: não, aquela garota é filha de um parceiro de negócios do seu antigo amigo. Marcos.

Marcos o olhou parando de comer e cerrou os olhos com raiva.

Marcos: Heitor.

Soregan: eu a vi também. Ela parece ser bem próxima dele.

Oscar: também acho.

Ítalo: ele está se escondendo em uma escola então.

Izac: devemos garantir que nosso plano de certo! Parem de se preocupar com coisas fúteis.

Marcos: meu irmão está certo. Precisamos organizar tudo ao nosso favor. Onde está seu irmão Ítalo?

Ítalo: eu o chamei mas. Ele ficou lá em cima.

Soregan: eu converso com ele depois.

Marcos: tanto faz. Só não deixe esse moleque fazer alguma besteira ou eu mando ele de volta pros pais no interior!

Marcos se levantou com as mãos no bolso e subiu. Os que ficaram ali se olharam.

Oscar: devem ficar longe dessa escola por enquanto.

Ítalo: Rafa quer estudar lá.

Izac: de jeito nenhum!

Soregan: não podemos. Seria arriscado de mais! Ele estaria vulnerável.

Ítalo: então me ajude a dizer isso a ele! Por que já tentei de tudo.

Izac: façam alguma coisa. Não podemos arriscar ter ele lá.

Rafael lá em cima estava jogando videogame com o Nikolas em chamada e escutou passos. Ele desligou tudo voando e se cobriu. Ítalo ia falar com ele mas já que estava dormindo ele fechou a porta e deixou quieto. No dia seguinte me arrumando pra escola vi um carrão passar em frente de casa e era o Thomas.

Thomas: bom dia, quer uma carona pra escola?

Sorri e aceitei. Ajeitei a saia pra entrar no carro e fui com ele.

-Está só me levando ou você já ia pra lá?

Thomas: eu já ia lá hahahah. Dante trabalha comigo, e disse que queria conversar.

-Ah sim.

Thomas: é verdade que anda vendo a família LeBlanc por aí?

-Na verdade, sim.

Thomas: sabia, fique esperta e mantenha distância de todos eles.

Concordei e assim que chegamos já batemos de frente com um garoto saindo de um carrão preto. Ele apenas enfiou as mãos no bolso me olhando de canto e bufou tirando um pouco do cabelo da frente.

Thomas: esse merdinha, vamos.

Ele me acompanhou pra dentro e fui direto pra sala de aula me despedindo dele. Nikolas como sempre estava bagunçando. Revirei os olhos e quando a aula começou só fiquei pensando no que Thomas teria ido fazer lá.

...🚨 Alerta: Assédio 🚨 ...

Na 3 aula pedi pra ir encher a garrafinha e fui. Tirei a água quente e encostei ali deixando a água cair dentro. O garoto parou atrás de mim.

Rafael: essa escola só carrega gentalha pelo jeito.

Arregalei os olhos olhando de canto pra trás e ele encostado na parede também me olhou parecendo irritado.

-Como é?

Rafael: Não entendeu o que eu disse!?

-Entendi muito bem, mas vou fingir que não ouvi.

Rafael: não faço ideia do motivo que Naruto tenha pra me fazer querer ficar aqui. E ficar perto de... Evans. *fez cara de nojo*

-Ah fala sério, não sou uma Evan!!

Rafael: não perguntei se você é.

-Eu mereço.

Rafael: você é idiota por acaso?

-*respirei fundo* Tchau!

Ele pegou no finalzinho do tecido da minha saia e puxou pra cima olhando a minha bunda. Corei tirando a mão dele dali e arrumando, olhei em volta assustada.

-Qual o seu problema? Eu nem te conheço!

Rafael: e eu com isso?

-Que ódio! Me deixa em paz! Eu vou contar tudo pro diretor!

Rafael: *riu* vai lá fresquinha. É a sua palavra contra a minha. E sabe o que mais? Você não quer que uma guerra entre as famílias comece não é? Por que, se você não é uma Evan, pelo menos está próxima deles.

Engoli seco morrendo de raiva e ele riu olhando de cima a baixo pra mim.

Rafael: devia usar uma calcinha mais sexy. Essa é muito sem graça. E essas roupas não são boas pra você. Devia usar algo mais condizente com seu corpo.

-Me deixa em paz!

Tentei sair de perto dele mas ele não me deixou passar. Estava morrendo de raiva e quase berrando no corredor.

Rafael: estou te dando uma dica! Aposto que está usando um sutiã velho e de outra cor. Nem se preocupa em colocar conjuntos!

-Isso não é da sua conta!

Rafael: isso se você se quer tem peitos, ou são bolinhas de meias? *me apalpou e riu quando me afastei* olha só, são de verdade.

-Sai daqui!

Me encostei na parede de trás com medo e só vi o Nikolas sair da sala rindo.

Nikolas: Hahaha Rafa! Que saudades!

Rafael: e ae.

Eles se cumprimentaram e eu morrendo de vergonha abaixei a cabeça pegando minha garrafinha.

Nikolas: Celine, melhor você voltar antes que o Karlo resolva vir atrás de você.

Sai correndo e ele não entendeu nada, coçou a nuca e encostou na parede.

Nikolas: o que deu nela?

Rafael: vai saber. Quem é ela?

Nikolas: ah, colega de sala.

Rafael: hm. Você conversa com ela?

Nikolas: não, você veio fazer matrícula? *disse rápido tentando mudar de assunto*

Rafael: como ela se chama mesmo?

Nikolas: *fez cara de tédio* por que quer saber?

Rafael: curiosidade. Ela é estranha.

Nikolas: ela sempre foi quieta. Não conversa com muita gente e, bom. Ah Rafa por que?

Rafael: como ela chama!?

Rafael: Celine Armani!!

Ele olhou na direção onde fui pra entrar na sala de aula e Nikolas estranhou. Rafael colocou as mãos no bolso.

Nikolas: por que quis saber?

Rafael: eu em. Tá com ciuminho da esquisitona?

Nikolas: não tenho ciúme dela! Só fiquei curioso.

Rafael: huhum...

Nikolas olhou curioso e rafa ficou pensando em mim. Por alguns segundos se sentiu excitado por me ver tímida e curioso por querer ver mais.

Rafael: Celine Armani…

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