Capítulo 3

Carlos Luís Davis

Entro na sala de reuniões ao lado de Amanda, permanecendo de pé perto da porta para não atrapalhar nosso superior, que falava sobre um caso grave recente no hospital. Ele interrompe por um instante assim que nos vê entrando. Seu olhar estaciona na “coisinha” ao meu lado.

Ele me encara por alguns segundos, como se quisesse atravessar minha alma, e então volta a falar. Viro o rosto discretamente para Amanda, que ajeita o jaleco sem perceber que acabamos de pisar em território minado. Bom... eu entrei por causa dela.

Não faz muito tempo que percebi, em momentos como esse, que o doutor Will tem algum tipo de interesse na minha amiga. No começo achei que era paranoia minha — ele sempre foi reservado, quase um enigma ambulante. Mas o jeito como ele a olha... é impossível ignorar.

Se alguém dissesse que ele só me deu aquela folga porque queria me afastar de Amanda, eu não duvidaria nem por um segundo.

Um médico se aproxima, distraído, com um copo de café na mão. Quando percebo que pode esbarrar nela, puxo Amanda suavemente para trás, segurando sua cintura.

— Seja mais delicado, doutor — ela diz, bravinha.

— Me agradece depois, quando estiver chutando meu pau — sussurro no ouvido dela com um sorriso de canto. Nem espero resposta, porque algo bate com força na mesa da frente.

Todos se viram. É o Sr. Will, apoiado na mesa, visivelmente irritado.

— Estou atrapalhando a conversa de vocês? — Sua voz ecoa na sala. — Além de chegarem atrasados, agem como dois adolescentes fofocando no corredor da escola.

Abro a boca para explicar que estávamos atendendo um paciente, mas ele levanta a mão, cortando minha tentativa.

— Voltando ao caso raro do paciente... — diz, retomando o assunto.

Olho para Amanda. Ela está vermelha como um pimentão por ter levado uma bronca pública.

---

Seguro os seios grandes de Amanda, colocando um deles na boca e fazendo-a arquear as costas com o prazer que a invade. Aperto sua cintura, faminto por sua boca quente, que pulsa e se encaixa perfeitamente em mim.

Invertendo as posições, fico por cima, penetrando com força, marcando-a. Quero que, quando eu voltar no domingo, ainda tenha vestígios meus dentro dela.

— E se eu disser que posso engravidar? Vai gozar dentro? — Ela pergunta com a voz rouca.

Saio de dentro dela no último segundo, e meu gozo se espalha pela sua barriga.

— Não fala isso nem de brincadeira — dou um peteleco em sua testa, levantando do sofá-cama em seu escritório.

— Eu trocaria de útero se isso me fizesse engravidar. Você sabe disso. — Apesar da nossa imprudência, ela nunca engravidou. — Acho que a vida decidiu que eu não vou ser mãe.

Ela se senta no sofá, entre a tristeza e a provocação. Vou até o banheiro, pego um pano úmido e volto para limpá-la com cuidado.

— Se dependesse de mim, você teria esse sonho realizado — entrego o pano e ajeito seus cabelos para trás —. Você sabe que pode adotar, Amanda. É bem-sucedida, independente...

— Não é isso — ela interrompe, começando a se vestir —. Eu só queria sentir o que é engravidar, parir um bebê e tê-lo nos braços logo em seguida. Já estou quase nos 40... e nem casada eu sou.

— Ainda faltam alguns anos pra isso, vai com calma — digo, tentando suavizar.

— Isso não muda nada. Hoje uma menina de 13 anos deu entrada no hospital para dar à luz. Treze, Carlos. E eu... nada. — Ela senta-se à mesa. Fico de frente, observando.

— Amanda... você tá bem?

Ela suspira. Pensa. Avalia.

— Não. Tive um surto de aniversário. Você sabe como é...

— A cada ano você fica mais gostosa — sorrio —, e ainda sou o presente que você mais aproveita.

Amanda é vaidosa. O tempo passando, as marcas que aparecem, os sonhos que não se concretizam... tudo isso pesa nos seus aniversários. E sei que não é só vaidade. Tentamos ter algo sério no passado, não deu certo. Ela tentou com outros. Descobriu que é estéril, e isso a derruba mais do que quer admitir.

— Obrigada... vamos mudar de assunto — ela diz, focando em alguns papéis —. Você já vai?

— Sim. Não podia viajar sem me despedir.

Ela sorri de canto, mas logo fecha a cara.

— Espero que volte domingo. Nosso chefe pode mandar te castrar se demorar.

Dou a volta na mesa e paro atrás dela, massageando seus ombros com firmeza.

— Voltarei assim que o casamento acabar. Meu voo é às 20h. — Comprei a passagem como desculpa para sair correndo depois do casamento do meu primo José.

Conhecendo meus pais, vão tentar me prender lá. E, pra ser sincero, morro de saudades deles — embora nunca diga isso em voz alta.

— Espero mesmo — ela diz, concentrada nos documentos já assinados.

— Tenho um presente pra você — murmuro perto de seu rosto, sentindo seu perfume suave —. Mesmo que eu já tenha te dado prazer hoje, quero que fique com isso.

Deixo dois ingressos para a ópera sobre sua mesa. Descobri que o Sr. Will é fã, e Amanda também.

— Você está louco? — Ela se levanta, incrédula. — Ele é meu superior, Carlos. E tem 43 anos!

— Quer que eu te lembre quantos anos de diferença vocês têm?

— Não! — ela ajeita o rabo de cavalo com irritação. — Ele é nosso chefe. Não seria apropriado.

— Ele é solteiro, não tem ex maluca, nem filhos. E, convenhamos, tá na cara que é a fim de você.

— Não posso convidá-lo. Vai pensar que estou me oferecendo. Ele é sério, fechado, bravo...

Ela começa a listar motivos como se tentasse convencer a si mesma.

— O presente é seu. Faz o que quiser com ele — digo antes de beijar sua boca com calma.

— Sentirei falta de você — ela me abraça forte.

Aproximo os lábios do ouvido dela e sussurro:

— Espero que você dê pro nosso superior antes de eu voltar. Porque, quando eu voltar, vou te deixar sem andar por uma semana.

— Espero que isso seja uma promessa — ela sorri, safada.

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Comments

Fatima Gonçalves

Fatima Gonçalves

nem imagino

2024-05-27

0

Andreia Cristina

Andreia Cristina

hum q será que vai acontecer nesse casamento 💒

2023-03-04

3

Iva

Iva

não vi ele mas citar a Isabela já pensou se ela estivesse grávida quando ele foi embora e só descobre agora

2023-03-04

0

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