05

Laura.

-          Quem? (pergunta o pai)

Os dois olham na mesma direção. O pai volta seu olhar para o filho que ficou olhando fixamente para a moça na entrada de nome Laura. Vanessa estava um pouco atrás.

Neste momento os músicos começam a tocar  Solamente una vez - Canção de Luis Miguel.

-          Olhe minha filha ali. (diz Fernando antes de se virar para falar com outro homem)

Vendo que o filho estava petrificado, Luiz toma uma decisão.

-          Chame a moça para dançar.

-          Quem?

-          A Laura.

O pai o empurra para perto de Laura.

-          Seja bem vinda, eu sou Luiz Bandeira Gales.  Pai de Manuel.

-          Eu sou Laura Ferreira.

-          Eu e Laura estudamos na mesma faculdade, pai. Ela é estrangeira. (fala Manuel)

-          Sério? Que maravilhoso. Está gostando de tudo Laura?  (fala Luiz)

-          Muito. Seu país é maravilhoso em tudo.

-          Eu pensei que era filha do meu amigo Fernando.

-          Não, sou amiga da filha dele, a Vanessa.

-          Fico feliz que esteja aqui conosco Laura. 

Ela trêmula estende a mão ao senhor Luiz Bandeiras.

-          Obrigado Sr. Gales.

-          Sei que essa festa é mais para nós antigos, mas meu filho lhe fará companhia. Não é Manuel?

-          Eu? (fala ele espantado)

-          Leve a moça até a pista de dança Manuel. Mostre a ela como é uma verdadeira dança espanhola.

Manuel acata a sugestão do pai. Irritado ele pega a mão de Laura e a conduz até a pista de dança ao som de Solamente una vez.

Solamente una vez

Amé en la vida

Solamente una vez

Y nada más

Una vez nada más

En mi huerto

Brilló la esperanza

La esperanza que alumbra el camino

De mi soledad

Una vez nada más

Se entrega el alma

Con la dulce y total

Renunciación

Y cuando ese milagro realiza

El prodigio de amarse

Hay campanas de fiesta

Que cantan en el corazón

Y cuando ese milagro realiza

El prodigio de amarse

Hay campanas de fiesta

Que cantan en el corazón

-          Quem é ela, Luiz? (sussurra Inês no ouvido do marido)

-          Se tudo correr bem será a futura esposa de nosso filho.

Na pista de dança.

-          O que faz aqui estrangeira?

-          Fui convidada.

-          Você?

-          Eu, sim. Por que? Não pode?

-          Essa festa é da minha família. Duvido que eles tenham convidado você, deve estar aqui de penetra. Sua petulante, insolente.

-          Obrigado pelos elogios. (diz ela sorrindo em deboche)

-          Fala como conseguiu convite? Persuadiu os Valdez? Queria tanto estar perto de mim que decidiu chorar para eles te trazer.

Ela revira os olhos evitando responder-lhe. Para Laura ignorar Manuel era a forma de evitar socar a cara dele no meio da festa. Manuel irritado pelo silêncio dela, aperta mais o braço em volta da cintura de Laura que fica bastante colada ao corpo dele.

-          Está tentando me asfixiar?

Diz Laura incomodada com a proximidade de Manuel. Ela olhava para todos os lados evitando encarar Manuel de frente.

-          Não vai me responder Laura?

-          A boca é minha e não sou obrigada a responder o que não quero. (fala ele empinando o nariz)

Os dois se encaram.

Manuel queria tirar aquele ar insolente dela e faz uma coisa que depois os dois irão se arrepender.

Manuel segura a nuca de Laura com uma mão enquanto a outra está fixa nas costas dela.

-          Vamos ver se a sua boca tem outras utilidades. (fala ele)

-          Manuel…

Ela não tem tempo de protestar. Manuel toma a boca de Laura em um beijo faminto.

Não adiantava, eles não conseguiram controlar o rumo que eles levavam o beijo. Quando as suas bocas tocaram uma na outra, aquele sentimento os consumia de forma estranha, um furor queimava o corpo ao mesmo tempo, em que os excitava, era uma desordem, um redemoinho de sensações.

Quando finalmente o beijo cessou a música terminou, e Laura saiu da pista de dança sem pronunciar uma palavra.

Manuel ficou a olhar ela partir.

- Cara, o que deu em você? (pergunta o seu amigo Adolfo)

- Não sei. Acredite.

Adolfo viu o beijo e outra pessoa também.

Laura conseguiu achar Vanessa entre a multidão.

- Que cara é essa Laura?

- Eu acho que não foi uma boa ideia eu ter vindo.

- Relaxa Laura e coma isso. (diz Vanessa)

A amiga estende um pratinho com petiscos. Laura engoliu. Não sabendo se contava ou não para Vanessa sobre o beijo.

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