Capítulo 4

Aura: Vou pensar a respeito... - disse guardando os papéis na bolsa.

Jack: Ah, vamos Morena, diz que sim pra mim! Faz um ano desde a nossa última competição. Vai dizer que você não sente falta dos nossos dias de glória?

Aura: Kkkk, você não tem jeito Jack! Tudo bem, amanhã trago para você os papéis assinados. Vamos treinar durante essas semanas que se seguem.

Jack: ÓTIMO!!! - disse dando pulinhos de felicidade.

Aura saiu sorrindo do amigo que estava incrivelmente animado. Após esse momento, seu trabalho seguiu tranquilo com alguns resgates e atendimentos de idosos que passaram mal em suas residências.

Ela contava as horas para chegar em casa e ter a conversa com Eric, ele almoçava em casa todos os dias, era um cozinheiro de mão cheia. Utilizava esse método para poupar dinheiro, então preparava o almoço em pequenas marmitas e utilizava seu horário para esquentar e almoçar. A empresa para quem trabalhava não oferecia um local para refeições e por essa razão, metade dos funcionários saiam para almoçar em casa ou restaurantes.

Aura estava aflita a caminho de casa, sentia o coração pulsar na boca, pensava nas milhares de possibilidades de reações que Eric poderia ter com essa conversa. Nesse momento se sentiu mal, pois ele tem trabalhado tanto, esse afastamento dos dois deve ter ocorrido por conta do cansaço, talvez estivesse sendo injusta. Mas já estava decidida a conversar a respeito então estacionou em frente de seu apartamento, achou estranho pois tinha um carro desconhecido parado em frente ao local. Saiu do seu veículo e caminhou até a porta.

Entrando em casa, estava tudo silencioso, não encontrou Eric na cozinha como de costume, o sofá da sala estava bagunçado, com os travesseiros jogados pelo chão,, então decidiu subir ao quarto pois achava tudo isso muito estranho, Eric sempre foi minuciosamente organizado, não deixaria a casa daquela forma, com a louça no almoço na pia, as panelas descobertas ainda com os restos do almoço. Ao chegar na porta do quarto seu coração parou ao ouvir alguns barulhos vindos do local.

Não podia acreditar, a porta entreaberta denunciava o ocorrido, tamanha deslealdade. Nesse momento, os olhos de Aura escureceram, sua mente ficou turva em meio aos pensamentos, não podia acreditar que Eric estava deitado com Marcelle, transando como dois porcos imundos. Ela era a filha do dono da empresa para quem Eric trabalhava, atuava como secretária, seu pai havia colocado nessa função devido sua falta de capacidade para tentar trabalhar por mérito próprio.

Aura adentra ao local sem ser percebida, sua arma estava a tira colo e por uma fração de momento pensou em fazer a maior besteira de sua vida, mas não podia perder a cabeça naquele instante. Então engatilhou, apontou e atirou, foram cinco disparos ao todo, o primeiro pelos anos que viveu com Eric, o segundo pelo tempo que perdeu da sua vida que dedicou a um traidor, o terceiro pela amante que estava tão próxima esse tempo inteiro, o quarto pelo amor que um dia sentiu e o quinto pelo coração que estava partido...

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