Capítulo 4

Eu entro e tento me controlar o possível para não ficar estressada e chorar bem ali, quando entrei vi a mulher com um soro em seu braço, ela estava na cadeira de rodas e usava uma camisola do hospital. Seu rosto pálido parecia que a mulher estava desnutrida ou algo assim, porém tudo isso deve ser graças ao câncer que a mulher tem.

Tália: Meu amor! – ela diz e o mesmo se aproxima dando-lhe um beijo.

Eu instantaneamente fico desconfortável porém finjo que não foi nada.

Tália: Desculpe, não achei que viria.

Meu Deus, que cínica!

– Pois é, no fim apareci.

Tália: Bom, eu queria explicar a situação. É meio desconfortável até para mim isso.

Felipe: Tudo bem querida, eu já falei sobre a doença.

Tália: Ah amor, eu queria ter contado. – fala com uma voz manhosa.

Isso me irrita! Porém, vamos logo com isso. Se ele quer ser feliz com ela, então que eles fiquem juntos. Eu juro que jamais irei ama-lo novamente, nem aqui e nem na China!

Felipe: Desculpe.

Tália: Tudo bem meu docinho. – ela toca na mão do homem. – Bom, sei que me conhece. Bem difícil não conhecer já que fiz várias novelas e fui a vários programas na TV, mas continuando, eu e o Felipe nos conhecemos a muito tempo atrás, ele havia ido a uma viagem de negócios enquanto eu estava fazendo algumas filmagens na cidade. Quando nos vimos, eu me apaixonei pela primeira vista e...

– Que tal ir logo aonde quer chegar.

Tália: Eu pensei em contar toda a história antes...

Felipe: Quer parar de ser rude com alguém que está em um estado terminal? Pare de ser grosseira com ela.

Tália: Está tudo bem docinho, sei que deve ser difícil para ela.

Eu apenas arqueio minha sombrancelha. Difícil? Ela só pode estar me tirando ou fazendo isso para me irritar.

– Na realidade, se está com câncer, deve querer aproveitar cada segundo que te resta de vida. Estou errada?

Tália: Não, você está certa.

– Por isso mesmo quero que chegue logo aonde quer chegar.

Tália: Ok. Bom, vamos ao o que interessa né? Eu queria agradecer por concordar com o divórcio. Eu realmente o amo muito e quero passar esses últimos meses da minha vida com ele. Agradeço imensamente por ter concordado, já que eu não achei que você aceitaria isso. Provavelmente seja difícil para você estar falando com a namorada...

– Amante.

Felipe: Namorada. – ele retruca.

– Bom, ela se envolveu com você, um homem casado que ainda não se divorciou, então eu acho que tenho todo o direito de chama-la desta maneira.

Ele fica quieto.

– Ok, Tália né? Bom, sei que está sendo insensível da minha parte por conta da maneira que estou me dirigindo a você, só que não menti quando disse tais palavras.

Tália: Tudo bem, sei que deve ser difícil perder alguém como o Felipe, ainda mais ver a felicidade do seu marido com outra. Eu prometo que o farei muito, muito feliz e desejo que você encontre alguém que te deixe feliz da mesma maneira que o Lipe me deixa.

– Eu não preciso encontrar, eu já achei alguém que me faz muito feliz. Do mesmo jeito que meu futuro ex marido tem, como vocês se chamam de namorados então usarei o mesmo dialeto, eu também tenho um namorado. Na verdade, até que é bem recente.

Olho para o homem que estava do outro lado do quarto se aproximar ao ouvir o que disse, sua expressão era séria, mas finjo que não ligo. Isso era um blefe? Sim, mas não vou deixarem me humilhar como estão fazendo, não hoje e nem desta maneira.

Tália: Dessa eu não sabia, então eu e meu docinho desejamos que sejam felizes também. Novamente dizendo, obrigada por se divorciar dele, assim nós podemos exibir nosso amor sem precisar nos escondermos de ninguém.

– Não há de que, bom, combinei de jantar com meus pais e os avós de meu querido ex marido assim que voltasse de viagem. Se me permitem, irei me retirar daqui para ir a esse compromisso. Espero que sejam felizes, aliás vocês se merecem.

Tália: Pode deixar, sei que nós dois combinamos, já que todos dizem isso kkk. Porém, eu irei cuidar muito bem dele, não se preocupe. Farei o papel de esposa muito bem.

Essa mulherzinha...acho que o que ela realmente quer, é me colocar lá embaixo, porém não será hoje que ela vai conseguir esse feito.

– Licença, estou indo.

Ela pode estar com câncer porém sua língua continua bem afiada. Ver os dois me entristecia, porém não tinha o que eu fazer sobre.

Me viro e vou andando até a porta, pego na maçaneta e a viro. Assim que abro a porta, o homem se pronuncia.

Felipe: Espere, eu irei com você. – diz se aproximando e ficando em nosso meio.

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