Era dia 14 de julho, dia em que estavamos voltando felizes da nossa primeira de muitas viagens que faríamos ao longo de nossas vidas.
Madison havia ficado maravilhada com as aguas cristalinas das praias do caribe..
A viagem era longa..Depois de desmarcar no aeroporto de Nova York, havia um carro me esperando , porém para a minha infelicidade eu acabei por dispensar o motorista pois eu queria dirigir. Queria ter mais um depois de tá tos momentos a sós com a minha esposa, e talvez esse tenha sido o meu maior arrependimento até hoje...
Nova York..a grande metrópole americana aonde milhões de pessoas transitam ao longo do dia. A cidade que não para nem mesmo a noite...
Era ali, naquele cenário que Madison e eu decidimos morar até por conta de nossos trabalhos.
Ela, era uma enfermeira em um conceituado hospital da cidade , enquanto eu um empresário no segmento administrativo que fazia com que todos se aproximassem de mim e a mídia caísse em peso em busca de apenas algumas imagens para dar audiência em seus tablóides.
Nossos pais estavam divididos...
Os meus , bem como Raul e Dora, moravam também em Nova York mas em uma área um pouco mais afastada da cidade , já os pais dela , residiam no Canadá.
Voltamos exaustos da viagem. Tudo o que mais queríamos era poder dormir por algumas horas afinal no dia seguinte havia combinado de ir a casa dos pais dela para um grande almoço em família...
Fizemos tudo como planejamos, porém por ser um pouco longe , optamos em pegar a estrada ainda no início da tarde para não chegarmos a noite em casa.
Afinal a distância do Canadá até aonde morávamos era algo bem considerável.
Passamos uma tarde muito agradável e lógico na hora de Madison se despedir de seus pais a emoção correu solta, já que ela era um poço de sentimentos..
Confesso que também deixei que algumas lágrimas quase caíssem afinal nunca gostei de despedidas e tudo naquele dia desde o momento em que tirei meus pés da cama , me pareceu diferente...
Entramos no carro e a última imagem que vimos foi dos pais dela e sua irmãzinha pequena ali , todos juntos no portão observando nosso pequeno carro se afastar.
De dentro do carro , minha esposa estava com as mãos sobre o vidro da janela acenando para eles enquanto suas lágrimas caiam por todo seu rosto..
- ei meu amor não fique assim...Podemos voltar aqui mais vezes..
- ah , Adam...eu não sei...tô com um aperto aqui dentro em meu peito...
- aperto ? Quer que eu a leve ao médico?
- não..não é isso...sei lá é um pressentimento ruim Adam.. é como se eu não fosse mais vê-los entende?
Estava eu dirigindo atentamente pelas longas estradas de curvas e pista escorregadia por conta da chuva que persistia em cair naquela altura da noite e com grande intensidade.
Eu nunca gostei de correr por mais que tivesse uma estrada inteira somente para mim, mas acabei percebendo que infelizmente a imprudência no trânsito muito das vezes não resulta em você que está dirigindo e fazendo o seu mas sim em quem está vindo atrás de você e você não sabe..
Andamos ainda na rodovia por mais alguns metros e parei de frente ao farol que havia fechado. A essa altura a chuva havia triplicado seu aumento e as faixas estavam muito mais escorregadias..
A última lembrança que tive antes de mergulhar em uma profunda escuridão, foi a de Madison olhando fundo dentro de meus olhos e dizer..
-adam eu só quero que saiba que para sempre em toda a minha vida eu vou te amar..
O farol então abriu...eu pisei um pouco no acelerador e de repente só senti o impacto e nada mais...
O impacto seja lá do que for que nós atingiu foi tão forte que fez com que nosso carro se deslizasse pela rodovia fazendo por assim dizer um efeito de Strike tal como em uma partida de boliche aonde você arremessa sua bola e derruba todos os pinos ao seu redor..
Nosso carro deslizou...colidiu com outros dois e por fim capotou indo parar no acostamento.
O trânsito então ali virou um verdadeiro caos..Apesar de ser tarde da noite e não ter tantos carros assim, os que tinha ali ficou parado por algumas horas até vir o resgate para nos socorrer.
O carro que ocasionou tudo isso também teve seus danos irreversíveis, porém eu não consegui estar lúcido para pelo menos ver o rosto de quem fez aquilo...
Quando abri meus olhos ainda me via preso ao cinto de segurança porém. Estava de cabeça para baixo...um gosto amargo e horrível de sangue me subiu a garganta..
A dor lascinante que senti em minhas pernas , principalmente na direita fez eu perceber que havia fraturado, porém nada foi pior para mim do que olhar ao meu lado e não ver minha mulher..
Madison não estava lá...
Com.muita dificuldade consegui soltar o cinto que me prendia e cai de cabeça no chão.
Aos poucos fui me rastejando para fora do carro e ao chegar na calçada a última imagem que vi foi a de paramédicos correndo em minha direção dizendo palavras desconexas que eu não conseguia entender até que um deles agaichou se sobre mim e disse.
- senhor não se mexa , vai ficar tudo bem vamos cuidar do senhor..
Eu queria falar mas era como se não tivesse mais força para dizer nada e antes de perder completamente meus sentidos , a única coisa que consegui dizer foi..
- a..minha...mulher....
Logo, senti meus olhos se fechando e uma escuridão profunda me abraçou...
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Atualizado até capítulo 74
Comments
Eliana Jacinto
que triste esse capítulo
2024-04-10
3
Andreia Gregorio
Que triste!😔😔😔
2023-10-06
5
Juuh Fer
Meu Deus, que triste, pressentimentos sempre vem como aviso, mas infelizmente nunca conseguimos compreender antes de ocorrer uma tragédia 🥺
2023-04-07
2