5.

— Ei Bryan, vem ficar aqui com a gente — Michel grita.

— Já vou! — Bryan grita de volta.

— Vai lá ficar com os seus amigos, eu já estou indo embora — Leon fala.

— Não quer ficar com a gente? — Bryan chama ele.

— Acho melhor não, eu não me dou muito bem com eles — Leon responde.

— Por que? — Bryan pergunta.

— Outro dia te conto, agora tenho que ir, está ficando tarde e amanhã acordo cedo — Leon responde.

Eles se despedem e Leon vai embora, Bryan fica olhando e depois vai até Alina e seus amigos, quando chega la eles estavam bebendo.

— Quer? — Samuel oferece.

— Não, tô de boa — Bryan responde.

— O que estava falando com aquele babaca do Leon? — Samuel pergunta.

— Samuca! Não fala assim do menino — Eliane da bronca nele.

— Mas é o que ele é mesmo — Michel entra na conversa.

— Por que vocês não podem deixar o menino em paz? — Alina pergunta.

— O que foi? Quer dar um beijinho nele? Quer namorar com o idiota do leonzinho? — Samuel fala se aproximando da Alina e fazendo biquinho.

Alina empurra o Samuel pra trás e começa a rir.

— Que nojo — Ela fala e abaixa a cabeça.

Bryan era muito observador, ele que mal conhecia Alina percebeu que sua risada foi forçada, os seus amigos estavam bêbados, Alina e ele não estavam bebendo e decidem ir embora.

— Vamos pra casa? — Alina chama.

— Vamos sim — Bryan concorda.

Eles se despedem de todos e vão andando juntos para casa, durante o caminho eles foram conversando e se conhecendo melhor.

— Por que os seus pais realmente te mandaram pra vim pra cá? Eu não te achei tão esnobe e mauricinho, não o tanto que eu pensei que você fosse — Alina pergunta.

— Segundo o meu pai eles não me aguentavam mais lá, digamos que as vezes eu passo um pouco dos limites — Bryan responde.

— Como assim? — Ela pergunta.

— Não é que eu não goste de pobres, eu tenho amigos pobres, e família também, é só que — Bryan começa a falar mas Alina interrompe ele.

— Cara você é preconceituoso — Alina fala dando um tapa no ombro dele.

— Não sou não! — Bryan fica com raiva.

— Não precisa ficar com raiva, mas essa sua frase foi muito preconceituosa sim! — Alina fala.

— Por isso meus pais me mandaram pra vir para cá, eles querem que eu mude esses meus pensamentos, talvez eu deva mudar mesmo, sei lá... — Bryan fala.

Eles chegam na casa dela e se sentam na calçada e ficam ali conversando.

— Por que vocês não gostam do Leon? Eu senti uma energia boa nele, ele me lembra muito um amigo meu — Bryan pergunta.

— Muitos fatores fizeram os meninos não gostarem dele, mas isso é com eles, eu não tenho nada contra o Leon, eu acho ele um bom menino inclusive, é só que... — Alina para de falar — Eu não vou te falar o motivo, mas se você perguntar para um deles, eles te contam, nem eu entendo direito, não sei o motivo da maioria das brigas — Completa.

— Teve quantas? — Bryan pergunta.

— Muitas — Alina responde — Nem sei ao certo.

— As vezes eu acho os seus dois amigos um pouco babacas — Bryan fala.

— Um pouco? — Alina pergunta e Bryan começa a rir.

— Por que ainda anda com eles? Você haje diferente quando está com eles — Bryan pergunta.

— Não sei, todos crescemos juntos, somos amigos desde a infância, acho que é o costume, o tempo, e alguns fatores — ela responde.

Bryan pega o seu cigarro no bolso, acende e começa a fumar.

— Eu mão sabia que você fumava — Alina comenta.

— Só fumo as vezes — Bryan fala em resposta.

— Como são as coisas na cidade? Eu sempre quis ir lá, mas as coisas estavam apertadas aqui em casa, e como minha mãe é orgulhosa ela nunca quis pedir a ajuda do meu tio — Alina pergunta.

— Quando eu for embora eu te levo comigo, não posso dizer como é lá, acho melhor você ver por si própria — Bryan responde — Miguel que iria gostar daqui — Completa.

— Quem é Miguel? — Alina pergunta.

— O meu melhor amigo de infância, o pai e a mãe dele trabalham lá em casa, então crescemos juntos, os meus pais pagaram a escola dele e agora ele trabalha em um clube pra pagar a faculdade. O meu pai queria pagar mas ele não deixou, quis conquistar isso sozinho. Nós dois somos inseparáveis, ou éramos, nós brigamos por que eu chamei vocês de pobres nojentos, e outras coisas que me envergonha de ter pensado — Bryan responde e Alina da um tapa no braço dele.

— Cara você é um grande babaca, você é muito preconceituoso e escroto — Ela fala e belisca ele.

— Aí Alina, eu tô tentando mudar agora — Ele fala passando a mão na costela, onde ela beliscou.

— Você vai mudar, nem que seja na força do ódio, primo, agora fuma logo para gente entrar, e não deixa a minha mãe ver isso — Alina fala se levantando.

Bryan se levanta assim que termina de fumar, e os dois entram pra dentro de casa, estava tudo escuro e no pensamento deles já estavam todos dormindo, o que eles não sabiam é que Maria estava olhando eles pela janela do quarto dela.

Ela já sabia que Bryan fumava, mesmo sendo contra, ela sabe que não pode obriga-lo a parar com isso. Maria ficou até que feliz em ver a filha e o sobrinho conversando e se dando bem, eles poderiam ensinar muito um ao outro, ela volta para sua cama e se deita.

Alina toma banho primeiro e vai para o seu quarto, já Bryan toma banho depois dela e ainda fica um pouco olhando por uma janela, até que decide ir se deitar.

Alina fica lembrando de um dos motivos da briga de seus amigos com o Leon, ela demora para pegar no sono, mas consegue dormir.

Bryan fica pensando na Liz, fica tentando pensar no motivo dos meninos não gostarem de León, que é uma ótima pessoa, e não consegue dormir.

Ele se levanta e vai até a janela, ele fuma mais um cigarro e depois torna a se deitar, fica pensando mais um pouco e manda mensagem para Miguel.

Bryan: Está acordado?

Ele não obtém responde então isso significa que o amigo estava dormindo, Bryan fica revirando na cama, alguma coisa o estava incomodando, mas ele ainda não sabia bem o que era.

Quando Bryan finalmente consegue dormir, ele é acordado bem cedo com Maria batendo na porta e chamando todos eles pra descerem.

— Put4 que pariu — Bryan fala passando a mão no rosto.

— Put4 que pariu — Henry também fala.

— Não fala isso garoto — Bryan fala bravo.

—Put4 que pariu, Put4 que pariu — Henry fica falando sem parar.

— Para Henry, se a sua mãe ouvir você falando isso vai brigar com a gente, para de falar isso — Henry continua falando, Bryan apela — Quanto você quer para parar com isso? — Bryan fala levantando rápido e pegando a carteira.

Henry para de falar e abre um sorriso.

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