Quebrados...

Jae estava em casa, mas por algum motivo seu pai ainda não tinha voltado. Sua preocupação só aumentava e pra piorar seu pai não atendia o celular ou sequer respondia as mensagens. Andando de um lado para o outro, Jae repara em uma caixa no quarto dele. A caixa estava entreaberta, então pôde ver algumas fotos e cartas que haviam lá dentro.

_ De quem são essas fotos?

Ele pensou confuso.

Até notar que o casal das fotos poderiam ser seus

pais. Uma em especial ele guardou consigo, era uma foto de sua mãe, ainda estava grávida e o sorriso de coelho lembrava muito o dele. Viu também um envelope parecia estar cheio, mas o abriu mesmo assim. Eram inúmeras cartas com o nome dele como destinatário.

Ele abriu a primeira, era do ano em que sua mãe havia partido.

_ Filho, não me odeie. Mas eu precisava partir. Eu e seu pai não temos mais futuro juntos, e eu não posso te dar uma vida digna ainda ,mas assim que eu me estabelecer em um emprego e casa prometo que volto pra te buscar. Eu te amo muito nunca se esqueça disso.

E foi tudo que conseguiu ler antes de sentir seu coração disparar e as lágrimas tomarem todo seu rosto. Queria gritar, mas era como se houvesse algo entalado em sua garganta. Suas mãos e pés tremiam. Ficou ali por algumas horas da mesma forma sofrendo sozinho. Seu celular tocava sem parar, era Minie. Que mesmo ao longe sentia que algo estava acontecendo, e queria apenas ouvi-lo dizer que estava tudo bem.

Logo a porta da casa é aberta, Jae escuta passos vindo em direção ao quarto mas não se move. Então seu pai entra e se depara com a cena de seu filho mexendo na caixa que a tanto tempo ele havia escondido.

_ Seu moleque ingrato! Seu pai estava bêbado como de costume e partiu pra cima do garoto sem pensar antes.

_Você é como ela não é? Vai me deixar também! Ele dava tapas e chutes em Jae, que estava em choque e nem se defendia. Um dos chutes acertou seu rosto o fazendo sangrar. Então Jae se levantou ainda trêmulo. Jae com seus 1.80 de altura e o corpo forte agora parecia uma criança assustada. Ele saiu do quarto de pai sem dizer nada apenas subiu as escadas se trancando em seu quarto. De lá pôde ouvir os gritos de seu pai, que agora parecia estar arrependido.

_ Me desculpe filho, eu apenas agi sem pensar. Ele dizia já entre soluços. E assim a noite se passou Jae estava paralisado sentado na porta de seu quarto. E seu pai havia adormecido no outro lado da porta. Estava na hora de ir pra escola mas Jae não teve forças pra sair dali. Minie havia passado em sua casa e tocado a campainha algumas vezes. Mas como ninguém atendeu imaginou que Jae já poderia ter ido pra escola.

Mas chegando lá seus amigos disseram que não o viram o que fez a garota ter certeza de que algo estava acontecendo.

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