Encantamento

Coloco tudo de volta no armário, volto ao meu quarto com milhões de perguntas em mente,ligo para minha mãe, celular só chama,ela não me atende,começo a ficar aflita com a situação.

Resolvo tomar um banho para clarear a mente,lavo os meus cabelos, são grandes, abaixo da cintura e pretos.

Termino o meu banho, vou para o quarto, tento ligar novamente para minha mãe, dessa vez ela atende.

Joceline: Oi! Filha, tudo bem?(nervosa)

Sofia :Tudo mãe e o pai? Como ele está?

Joceline :Filha as coisas não estão boas, temo pela vida do seu pai, ele acabou de sair da cirurgia, já estou a caminho de casa,espere-me, quando eu chegar, conversamos, preciso desligar!

Sofia: Mas mãe...

Não deu tempo, ela desligou.

Vou até à cozinha, já que devo esperar e os nervos não me deixam, vou preparar algo rápido para que a minha mãe possa comer, não sei qual foi a última vez que nós comemos.

Estou a preparar alguns lanches quando ouço o barulho do carro dela estacionando, termino o preparo e vou até à porta, quando abro, não vejo a minha mãe, são 2 homens, estacionaram um pouco a frente de casa,assusto-me,pois, parecem os mesmos homens que estavam a conversar com a minha mãe no hospital, entro e tranco a porta da frente, corro para cozinha e tranco a porta também, pego celular ligo para minha mãe novamente.

Sofia: Mãe, tem 2 homens parados um pouco a frente de casa, parecem os mesmos homens que estavam a conversar com você no hospital, o que eu faço?

Joceline:Sofia,me ouça com atenção, pegue sua mochila,dentro do meu armário tem 1 livro e 1 caixa,não faça perguntas,pegue e coloque-os em sua mochila,saia pela porta dos fundos sem que a vejam e vá para o cemitério,te encontro no caminho,não perca tempo! Te amo filha!

Sofia: Te amo mãe !

Sigo o que a minha mãe disse, pego o livro e a caixa, coloco na minha mala(mochila), pego o meu casaco e calço a minha bota, prendo o meu cabelo numa trança, desço para cozinha, pego os lanches.

Apago todas as luzes, vou para porta, estou prestes a abri, quando vejo 1 vulto, abaixo-me, observo o vulto passar, espero, está a voltar (começo a rezar), passou,espero mais alguns instantes, abro a porta o mais silenciosamente possível, está muito frio, fecho a porta e sigo pela parte de trás da minha casa, passo pela cerca do vizinho até a outra rua, de onde estou até o cemitério São 30 minutos de caminhada, aperto o passo.

Está muito frio, as minhas mãos estão a congelar, esqueci as luvas, estou 2 ruas antes do cemitério, tento correr, mas a neve está alta e está a começar a nevar mais forte, faço o que posso...

Avistei o portão do cemitério...

Aperto o passo, entro, mas não sei para onde devo ir, as instruções da minha mãe só diziam para vir até aqui.

Ouço barulho, olho em volta não tem nada...

Homem: Olá Sofia...

Salto de susto, viro-me e vejo Orfeu(graças a Deus!), volto a respirar.

Sofia: Oi! Você quase matou-me de susto!

Orfeu: Desculpe, onde está Joceline?

Sofia: Ela disse que me encontraria aqui...

Orfeu:Não temos tempo,vamos para capela.

A nevasca estava intensa...

Chegando na capela Orfeu começa a acender algumas velas para iluminar melhor o lugar.

Orfeu: a sua mãe pediu para trazer algo?

Sofia: Pediu que trouxesse isto...

Então entrego-lhe o livro e a caixa.

Orfeu:Obrigado ,pode se sentar isso vai levar um tempo.

Sento num banco, empoeirado, e fico a observar enquanto Orfeu retira da caixa,1 adaga, algumas ervas, 1 vidro com um líquido azul brilhante e 1 Taça, pega o livro e começa a folhear a procurar algo. O meu coração aperta quando lembro do meu pai, que saudade, não consegui mais ir vê-lo, ainda não entendo o que está a acontecer.

A minha mãe entra na capela, corro até ela e a abraço.

Sofia: Mãe, estava preocupada, o que está a acontecer?

Joceline: Filha, não conseguirei contar-te tudo agora estamos sem tempo, eles estão a chegar...

Sofia: Eles? Eles quem?

Joceline: Filha, escuta-me, vai ser acompanhada pelo Orfeu, até um vilarejo, próximo às montanhas, estará segura, preciso que vá com ele...

Sofia: Mas como? Porquê? E o papai?

Joceline:Escute-me Sofia, Orfeu lhe contará no caminho, terão tempo para isso, o vilarejo é distante, assim que as coisas se resolverem aqui eu encontro-te, só faça o que Orfeu mandar por favor!

Sofia: Mãe, mas e a minha vida aqui? A faculdade? Os meus amigos? Alice? Eu nem o papai consegui ver!

Joceline: Alice vai encontrar-te, fique tranquila, as demais coisas eu vou resolver para você, quando você voltar retoma os estudos, quanto a seu pai, ligarei diariamente para Orfeu, filha por favor...

Orfeu: Está tudo pronto, devemos fazer isso Rápido!

Orfeu nos interrompe, ele está com pressa, não sei o que pensar, a minha mãe acena para ele dar início, ele então vem até mim, e conduz-me até o altar, a minha mãe pega no seu bolso um colar com uma pedra e coloca no seu pescoço.

Orfeu, pega a adaga e vem na minha direção, pega a minha mão e faz um corte, a minha mãe se aproxima e estende a mão, Orfeu faz o mesmo na minha mãe e depois na sua própria mão, então pinga nosso sangue na taça, minha mãe pega um pano e entrega-me, pressiono o corte, Orfeu pega o líquido azul brilhante e pinga na taça e mistura, então, pega uma pitada das ervas e adiciona a taça, mistura.

Pega o livro:

Orfeu:Ego, Orpheo, patrios offero spiritos, Munera, Nephilim hanc partem sanguinis, peto, SoFIA, magica ne deprenditur ulla. Quamdiu enim necesse est!

O frio se intensifica na capela, as velas se apagam.

O colar que está em minha mãe antes leitoso,muda de cor e passa a ser vermelho vivo!

Então Orfeu vem na minha direção, e coloca o líquido da taça nas suas mãos e pinta sinais na minha testa e palma das mãos, a minha mãe coloca o colar no meu pescoço.

Joceline: Filha, nunca tire este colar, ele irá protegê-la, como uma barreira para coisas más.

Sofia: Ok,mãe.

Orfeu guarda todos os utensílios em uma sacola.

Orfeu: Joceline temos que partir,não há mais tempo!

Minha mãe me abraça forte.

Joceline:Te amo filha,não importa o que aconteça vou te encontrar, eu e seu pai te amamos incondicionalmente, não se esqueça.

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