...Axel...
Ultimamente eu tenho trabalhado demais, recebemos um grande pedido de armas de alto padrão para a máfia de Gunadang, eles sempre se envolvem em grandes problemas e nós os abastecemos com armas suficientes pra guerrear com 5 países.
Eu sempre me pergunto se realmente é isso que quero pro resto da minha vida, eu poderia simplesmente ter uma vida honesta, ter uma empresa simples de tecnologia e viver comumente, mas quando olho pra minha vida, pra todo luxo e riqueza que eu tenho, dificilmente conquistaria tudo isso andando dentro da lei. Então a consciência pesada é o preço que tenho que pagar pela vida fútil que eu tanto amo.
As vezes eu não consigo dormir, pensando em quantas pessoas estão morrendo pelas armas que a minha empresa fabrica e vende pra criminosos. Mas enfim faz parte.
Em um mês estarei indo para Gunadang com o Rowan pra fazer a entrega dessas armas e me informar sobre a situação da mafia local. Apesar desse conflito não ser nosso, é bom ficar a par de tudo que envolve os nossos aliados. Até pra conseguirmos sair ilesos caso algo dê errado e respingue no Grupo Jiang. Pra isso temos a Sasha também, o trabalho dela é limpar os nossos rastros e fazer parecer que somos um grupo honesto.
— E aí Jiang. — O Rowan entra no meu escritório, ele sempre entra sem bater.
— Bate na porra da porta Rowan. — Falo enquanto tento ler uns papéis sobre o acordo com a máfia de Gunadang.
— Não gosto e não preciso, afinal nós dois, não temos segredos. — O Rowan vem até a minha mesa e deposita mais uma pilha de papéis. — Dá uma olhada nisso.
— Mas que merda Rowan, quanto papel! O que é isso?
— Um pedido de carregamento de armas, muitas armas, aí tem todos os detalhes. — Ele vai abrindo os documentos e mostrando as armas solicitadas.
— Quem fez esse pedido? — Digo analisando os documentos.
— Os Todorokis. — Ele diz me olhando friamente.
— Que?
Os Todorokis são um bando de criminosos infames. Ok, eu não era hipócrita, eu sabia bem que eu também era um criminoso, eu vendia armas, matava pessoas, e sabia disso, mas tudo tem limite. Os Todorokis matavam, torturaram, escravizavam e vendiam crianças, isso era inadmissível pra mim. Eles sempre tentaram fazer negócios com o Grupo Jiang, desde a época do meu pai. Mas nunca aceitavamos vender nem uma arma sequer pra eles.
Por mais que eu me considerasse um monstro, maltratar crianças ultrapassava todos os limites. Uma criança não deve ser machucada nunca, elas devem ser cuidadas e protegidas. Eu jamais compactuaria com essa atrocidade, eles poderiam oferecer a riqueza que fosse, eu nunca aceitaria.
— Por que está me mostrando a proposta dos Todorokis? — Fechei os documentos e bati na mesa, que merda o Rowan tava pensando? — Você sabe muito bem o que eles vão fazer com as armas!
— Fala sério Jiang, a gente nunca se importou com quantas ou que tipo de pessoa está morrendo pelas armas que nós vendemos. — O Rowan começou a andar de um lado ao outro. — Por que os Todorokis são um problema?
— Fale por você Rowan. Porque as vezes eu nem durmo pensando nisso. — Peguei aqueles documentos e joguei longe. — Nunca mais terei um dia de paz se tiver sangue de crianças inocentes nas minhas mãos. Assim os deuses vão ter que criar um lugar pior do que o inferno para as nossas almas, pois nem os deuses do submundo nos aceitará lá.
O Rowan para de frente pra minha mesa e começa a gargalhar, uma risada alta e sarcástica.
— Você não existe Jiang! — Diz ele ainda rindo. — Deixa de baboseira. — Ele vai parando de rir e pega um dos papéis que joguei no chão e coloca na minha mesa. — Olha essa fortuna que nos oferecem. Não dá pra recusar tanto dinheiro. Com isso vamos abrir a nossa fábrica em Gunadang tranquilamente.
Abrir uma fábrica em Gunadang era o meu objetivo quando assumi do Grupo Jiang, já tínhamos dinheiro pra construção, terreno, tudo. Mas faltava dinheiro para o alvará, a prefeitura estava cobrando uma fortuna absurda pra liberar a construção. Gunadang era a merda de uma cidade rica e corrupta. Por isso era o lugar perfeito pra nossa nova fábrica se instalar.
E bom, nós temos bastante dinheiro sim, recebemos pagamentos altíssimos pelas armas, mas nosso padrão de vida é alto, temos muitos funcionários, os gastos da fábrica são enormes e ainda temos que subornar muita gente pra ficar de boa com a polícia e com o governo. No final não sobra dinheiro suficiente pra pagar o que a prefeitura de Gunadang exigiu. Então esse dinheiro dos Todorokis seria perfeito, se eles não fossem desprezíveis.
— Não vamos fazer negócios com os Todorokis, tudo tem limite Rowan. — Peguei o papel e rasguei.
— Você só pode estar de brincadeira. Com certeza alguns dos nossos clientes mata crianças com as nossas armas Jiang. — O Rowan já estava nervoso e me deixou irritado com essa conversa.
— Uma coisa é supor, outra é ter a certeza.
— Baboseira Jiang. — O Rowan já estava quase gritando. — Não vamos perder uma oportunidade dessa por causa dessa sua crise de honestidade ridícula. Seja homem porra! Vou dar as ordens e avisar aos Todorokis que aceitamos a sua oferta. — Ele dá as costas para sair. Mas me levantei e fui até ele.
— Eu amo você como um irmão, você sabe disso, eu te respeito Rowan, levo a sério o que você fala. Não temos segredos. — Segurei o rosto dele com uma das minhas mãos. — Mas eu sou o chefe daqui, o Grupo Jiang é meu e eu digo pra quem a gente vende ou não, e você tem que aceitar irmão. Ir contra as minhas ordens é traição.
O Rowan me olhou com ódio, eu sentia o ódio dele. Conheço o Rowan muito bem, ele é leal, mas é muito bruto, quando coloca algo na cabeça vai até o fim. As vezes ele me irrita, mas eu sei que tudo que ele fez é para o bem da empresa e para o meu bem também, ele me ama mais do que me odeia as vezes.
Não gosto de ter esse tipo de briga com o meu amigo, mas o Rowan é tão intenso que as vezes tenho que lembra-lo que ele não é meu superior, e não da pra fazer isso do jeito simples. Nós brigamos muito, mas nos entendemos rapidamente.
— Traição? — O Rowan me segurou firme pela gravata. — Seu desgraçado, eu morreria por você, não venha me ameaçar com essa de traição. Sabe que eu nunca faria isso imbecil. — Ele me soltou e voltou a andar pela sala.
— Rowan...
— Eu sei que você é o patrão! — Me interrompeu. — Mas é uma oportunidade que não vai aparecer novamente Jiang. Pensa!
— Já pensei! Não vamos vender armas aos Todorokis.
— Que seja! — Ele sai batendo a porta com força.
As vezes eu tenho um certo receio do Rowan, fico pensando se o ódio, que vejo no olhar dele toda vez que brigamos, realmente passa, ou se apenas vem se acumulando e minando todo o amor de irmão que ele diz nutrir por mim. Bom, o Rowan é o máximo de família que eu tenho, sem ele o que eu faria? Então, só me resta confiar.
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Atualizado até capítulo 80
Comments
Cleidilene Silva
não podemos confiar nem em irmão de sangue, imagina esse cara ambicioso!
2025-05-08
0
Maria Ines Santos Ferreira
confia vai se ferrar
2024-02-21
1