Na grande catedral do reino, a multidão aguardava a nova imperatriz. Não era apenas o seu casamento, mas também a sua ascensão como imperatriz, pois assim que o príncipe herdeiro se casasse, assumiria o seu posto como imperador. Ela sabia o que a esperava desde a festa e não seria mais uma menina boazinha e obediente, o alvoroço seria grande, disso ela tinha certeza.
A linda jovem entrou na catedral a caminhar de braço dado com o pai. Parecia calma, mas fria. Todos apreciavam a sua beleza, não havia mulher com melhor posição social e mais bela do que a jovem Zaria.
O imperador era um homem bonito e forte, como um guerreiro de elite, mas ela já não se deixava impressionar. Ela o tinha amado na sua vida anterior, pensando que ele era um grande homem, mas era apenas uma ilusão sua. Ele era apenas um maldito que pensava com a sua entreperna.
O sacerdote proferiu os votos, os quais Zaria recitou como quem recita um texto matemático, deixando todos desconfortáveis. Parecia que a nova imperatriz não se importava em demonstrar intenções de aproximação com o imperador.
O homem olhou-a de relance, notando que ela não lhe tinha dirigido um único olhar. Quando a cerimónia terminou, o imperador quis beijá-la, mas ela virou-se e saiu do local como se nada fosse, deixando-o parado no altar. Ela subiu na carruagem e deu ordem de partida para a festa no palácio, deixando os cocheiros confusos.
"Sou a vossa imperatriz, pensam desobedecer-me?", o olhar frio e assassino de Zaria fez-se sentir enquanto eles se acomodavam e puxavam as rédeas para avançar.
Dentro da igreja, o novo imperador percebeu que a sua carruagem nupcial tinha partido sem ele, o que o deixou de um humor assassino.
Quando o imperador chegou à festa com os seus pais, viu Zaria sentada à mesa dos noivos de forma elegante e tranquila. Parecia que as consequências dos seus atos não a importavam.
Sunna, a imperatriz-mãe, mãe do jovem imperador, decidiu intervir. Ela conhecia Zaria de outros tempos e ela não era nada parecida com aquela jovem desrespeitosa e mal-humorada que tinha à sua frente.
"Zaria, querida, o que fizeste foi muito descortês. Não sei quem te ofendeu, mas diz-me para que seja castigado", disse a mulher, olhando atentamente para a sua nora. Ela tinha a certeza de que Zaria seria uma imperatriz maravilhosa, ela tinha tudo, mas agora não sabia o que pensar, ela parecia tão diferente.
"Imperatriz-mãe, não é nada disso, apenas tomei conhecimento de muitas coisas que não sabia e que deveria saber, especialmente sobre as cinco concubinas do meu marido. Se o soubesse, não me teria casado com ele, nem mesmo pelo bem do império", disse ela, olhando-a tranquilamente, enquanto Sunna quase se engasgava com a sua própria saliva. Ela também não concordava com aquilo, sabia que deviam ter consultado Zaria, mas o seu filho e marido disseram que não era necessário e que, além disso, era normal para garantir a descendência do imperador. Ela tinha passado pelo mesmo, mas a sua sorte era que o seu marido lhe dava toda a prioridade como imperatriz e as suas concubinas eram quase inexistentes.
"Zaria, não te preocupes com isso, a sério, garanto-te que elas não serão nada, tu és a imperatriz, espero que compreendas", disse com doçura e consolo, mas o olhar frio e sombrio de Zaria fê-la estremecer ligeiramente.
"Tomarei isso em consideração, Imperatriz-mãe", disse ela, cortando a conversa.
A festa continuou como se nada tivesse acontecido. Priano Zaitsev, o jovem imperador, sentou-se ao lado da sua imperatriz sem que ela o notasse. No entanto, quando chegou a altura da primeira dança, Priano levantou-se e tirou Camélia para dançar, deixando todos boquiabertos. Zaria parecia imperturbável, sabia que isso ia acontecer. Sunna queria que a terra a engolisse, Vítor, o pai de Priano, sentia que estava a morrer de vergonha, mas não podia fazer um escândalo. Já o pai de Zaria queria matar Priano. Zaria viu isso e aproximou-se do seu pai com um sorriso caloroso, sem se mostrar afetada.
"Pai, não te preocupes, deixa-o aproveitar, eu farei com que ele chore pelas suas ações", disse ela, enquanto Mateus levantava as sobrancelhas, surpreso. Parecia que a sua filha tinha outra ideia sobre a situação.
Enquanto Zaria se dirigia para a sua mesa, altiva e indiferente, cinco mulheres aproximaram-se dela, fazendo uma reverência, mas nos seus olhares havia escárnio. Zaria olhou para Camélia, que foi quem falou por todas.
"Majestade, as concubinas do imperador cumprimentam-te", disse ela, baixando a cabeça, mas com um sorriso matreiro enquanto o fazia.
Zaria revirou os olhos, aborrecida, e viu o imperador a aproximar-se. Quando Priano estava suficientemente perto, ela proferiu as suas palavras, esperando que ele a ouvisse, assim como todos os que estavam por perto.
"Bem, espero que sirvam bem o imperador na cama, devem dar-lhe muitos filhos, eu não penso dar-lhe nenhum, por isso devem esforçar-se e não o deixar vir para a minha cama, também não quero isso", disse ela, olhando para elas tranquilamente, enquanto elas se entreolhavam, sem entender.
Antes que pudessem dizer alguma coisa, ela virou-se e voltou para a sua mesa, enquanto Priano franzia o sobrolho. Parecia que a imperatriz não tinha intenção de ter um herdeiro nem de passar a noite com ele.
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Atualizado até capítulo 104
Comments
Rose Dias
eu estava gostando do outro .mas acabou os capítulos
2025-01-08
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Ezanira Rodrigues
Da Rua tem o meu respeito.👏👏👏👏
2025-01-15
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Cyllene Silvacruz
kkkkkkkkkkk
2025-03-23
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