Capítulo 18

Lucas chega à universidade de táxi e Karen espera por ele ao lado de sua moto.

Karen: Luqui, temos que conversar, algo está acontecendo.

Lucas: Ok, vamos para o meu apartamento, lá podemos conversar com mais calma.

Eles sobem na moto e Lucas dirige até o apartamento. Ao entrarem, Karen se senta em uma poltrona.

Karen: Bem, me conte o que está acontecendo.

Lucas: Vou começar do início, mas você tem que jurar segredo.

Karen: Eu prometo.

Lucas: Você sabe que meu avô Nick e Peter são gays, mas o que você não sabe é que eles são os pais biológicos do meu pai e dos meus tios. Meu avô Nick é hermafrodita e, devido a essa condição, ele pôde engravidar. Quando um membro da nossa família nasce, são feitos exames. Eu fui o único até agora a herdar essa condição. Atualmente, estou grávido de um mês e não sei o que sentir, estou com medo. E não posso falar com ninguém sobre isso.

Karen: Lucas!

Karen o abraça e Lucas finalmente consegue descarregar toda a frustração e tristeza que guarda dentro de si. Ele conta sobre Adams e as vezes em que eles se encontraram e que ele é o pai dos bebês, inclusive a última conversa. Lucas diz como se sente usado por Adams e o medo de lhe dizer que ele é o pai de seus filhos.

Karen o consola: Sabe, amigo, eu sempre soube que você era único. Que tal começarmos a ver as coisas para os bebês? Eu serei madrinha de um. Podemos escolher a cor do quarto, os móveis, as roupinhas... Há tanto o que fazer.

Lucas: Obrigado, Karen.

Karen: O que você vai fazer com a faculdade?

Lucas: Por enquanto, vou continuar com as aulas normais e depois continuarei online. Depois do parto, continuarei com as aulas presenciais, quando os bebês tiverem idade suficiente.

Karen: Conte comigo para o que precisar, amigo.

Lucas: Eu sei, amiga. E obrigado.

Após aquela conversa, Lucas leva Karen para casa e volta para a sua, mas tem muitas coisas em mente, principalmente se deve ou não contar a Adams sobre os bebês.

Joshua: Filho, você está bem?

Lucas: Sim, pai.

Nick: Joshua, deixe-o em paz. Ele precisa assimilar tudo, não é fácil.

Joshua: Eu entendo, pai. Sinto falta do meu filho.

Nick: Ele está lá, só dê tempo ao tempo.

Como todo dia, as coisas transcorrem normalmente e sem problemas. Pelo resto da semana, os sintomas ainda são frequentes, mas ele os controla com a medicação.

Adams ainda ronda a universidade, não consegue ficar longe do seu "pequeno esquivo", como o chama.

Por outro lado, Tomás não suporta mais ver Lucas entre as sombras e está esperando o momento certo para enfrentá-lo.

Quando vê Lucas sozinho, Tomás caminha em sua direção e o segura pelo braço. Lucas fica surpreso ao vê-lo.

Lucas: O que você está fazendo, idiota? Me larga!

Tomás: Lucas, por favor, me escuta. Eu sei que fui um idiota. Lucas, eu nunca deixei de te amar.

Nesse momento, Adams se aproxima em seu carro e vê a cena. Lucas percebe o carro de Adams.

Lucas: Eu não te amo, Tomás. Estou indo, vieram me buscar.

Lucas se afasta e entra no carro de Adams.

Adams: O que está acontecendo?

Lucas: Só me tira daqui.

Adams teve uma ideia e levou Lucas para sua casa na praia. Ele queria ficar sozinho com seu "pequeno". Ao chegarem, Lucas olha ao redor.

Lucas: Onde estamos?

Adams: Minha casa de praia. Venha, eu não mordo.

Eles entram na casa.

Adams: O que aconteceu com aquele cara?

Lucas: Ele é um idiota, não tem importância.

Adams estava com ciúmes. Ele segura Lucas pelo braço para aproximá-lo e lhe dá um beijo selvagem.

Adams: Você é meu, pequeno.

O beijo se intensifica e Lucas corresponde, tornando-se mais apaixonado. Os dois estão completamente perdidos no beijo.

Eles passam a tarde entre beijos e carícias. Depois de um tempo, exausto, Lucas adormece. Adams o observa dormir, sem acreditar que seu amigo, que já esteve com as mulheres mais esculturais, só queria estar com aquele "pequeno esquivo".

Ele se levanta para preparar algo para comer, vê a mochila de Lucas e a abre. Quando vê uma pasta com exames médicos, um resultado positivo de gravidez e uma ultrassonografia.

Lucas havia acordado e estava olhando para Adams com a pasta nas mãos.

Lucas: Precisamos conversar.

Adams: Estou ouvindo.

Lucas: Eu tenho uma condição especial, sou hermafrodita, e o que você está vendo é o resultado do nosso primeiro encontro. Estou grávido de um mês, são gêmeos. Ainda não sei o sexo, são muito pequenos, por razões óbvias. Mantivemos isso em segredo. Você é o pai.

Adams o encara, surpreso, sem saber o que dizer. Ele se aproxima de Lucas e o beija novamente. Senta-se no sofá e faz com que Lucas se sente em seu colo, acariciando sua barriga. Ele não sabia como agir. Aquele garoto estava esperando seus filhos, ele seria pai.

Lucas adormece com as carícias de Adams, que olha para a ultrassonografia daqueles dois pontinhos. Eles eram seus, um pedacinho dele.

Adams desperta de seus pensamentos com o toque de seu telefone, era seu pai.

Alejo: Filho, eu não sei no que você está se metendo, mas isso precisa acabar. Está tudo pronto para o seu casamento em um mês com a filha de Marcus Altimar, um importante empresário. É importante que você entenda.

Adams olha para a ultrassonografia e para Lucas, acariciando sua barriga com ternura: Tudo bem, pai, estarei aí na segunda-feira. - E desliga a chamada.

Adams: Sinto muito, meus filhos, meu pequeno esquivo, eu não posso. Minha família nunca me apoiaria.

Adams decide passar o fim de semana com Lucas em sua casa de praia sem dizer nada sobre seu compromisso e futuro casamento. Ele quer aproveitar ao máximo o tempo que puder com Lucas.

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