...• JORDAN HALE •...
Meu sonho sempre foi me tornar policial, um médico ou até mesmo, um astronauta... É claro que tudo isso, quando criança. Nós somos tão iludidos ao ponto de achar que a vida é como nos filmes, uma completa mentira. Aprendi isso da pior forma possível, não existe o bom ou o ruim, nós criamos esses termos para esconder os nossos demônios...
— Está bom. – Brandon sinaliza para que eu pare.
Solto o homem no chão, que cai ensanguentado e quase desfalecido.
— Onde está o meu dinheiro? – Brandon pergunta ao homem, enquanto roda uma faca entre os dedos.
— Eu... – Ele tosse, cuspindo sangue. — Eu já disse que não sei!
— Como quiser. Jay... – Brandon se vira para mim. — Acaba com isso e me encontra no escritório depois.
Assinto com a cabeça, Brandon sai e eu olho para o homem no chão, que chora e implora para que eu não o mate.
— E-eu tenho família, duas filhas... – Ele tenta se afastar gradualmente e com dificuldade, enquanto sua mandíbula parece torta com os golpes que desferi em seu rosto.
— Não é pessoal. – Respondo enquanto me afasto.
Pego uma barra de ferro e bato nele até que não respire mais. Olho para o que eu fiz e noto sua cabeça levemente aberta, algumas vísceras saem do seu corpo e o sangue predomina no local, e eu sei que não vou limpar isso. Jogo a barra de ferro no chão e saio do galpão, como eu disse, a vida não é fácil para nós.
Enquanto vou até o meu carro, pego o meu celular e vejo que Gabe me mandou uma mensagem, olho rapidamente pela barra de notificação.
Gabe: Me encontra no Coffrin Latuche depois, tenho algo que você vai gostar. (13:00)
Desligo o celular e coloco no bolso da minha jaqueta. Depois eu o encontro, agora tenho que resolver umas coisas com o Brandon. Depois de dirigir até o escritório dele, entro sem bater à porta. Ele está sentado na sua cadeira com uma mulher no colo, - provavelmente uma prostituta que achou na rua - quando nota a minha presença, Brandon da uma última tragada e deixa o cigarro de lado.
— Se saiu bem hoje, quem sabe, assim, eu te libero logo.
— Pensei que fosse o último serviço. – Digo, olhando para ele.
— Tenho algumas coisinhas que surgiram agora pra você.
— Eu tô fora. – Respondo, me preparando para sair.
— Sabe, Jay... Eu gosto de você. – Brandon fala e eu paro de andar. — Mas sabe o que te atrapalha? Essa... Essa sua vontade de ser livre.
Estou de costas para Brandon, ouvindo atentamente o que ele tem a dizer.
— Sua mãe... Como é o nome dela mesmo? Charlotte, isso! – Ele diz, posso escutar Brandon se levantando da cadeira e caminhando lentamente. — Quantos anos ela tem mesmo?
Eu fico quieto, Brandon anda até a minha frente e me encara bem de perto, estreito os olhos mas não abaixo a cabeça para ele, sinto seu cheiro de colônia cara misturado com cigarro, ele sorri de lado.
— Eu te fiz uma pergunta, Jay.
— Sessenta e um.
— Sessenta e um... – Ele repete sorrindo. — Fiquei sabendo que o câncer está piorando o estado dela. Tão degradante!
A raiva é aparente no meu rosto, sei que me envolvi com as pessoas erradas e com isso deixei a minha mãe vulnerável. Tudo isso, porque estava desesperado para conseguir algum dinheiro para o tratamento dela, e os hospitais americanos cobram muito, não só pelo tratamento, mas pelas despesas, quartos no hospital, pelos médicos que atendem, remédios e muito mais. Eu não podia deixar que ela morresse!
— Se você tocar nela... – Vocifero.
— Por isso mesmo que você vai continuar trabalhando para mim, Jay. Ou não vai ser por conta do câncer que a sua mãe vai morrer.
Passo por ele, o empurrando e saindo de lá. Filho da p**uta! Nunca deveria ter pedido dinheiro para ele. Entro no meu carro e me limpo rapidamente, tirando o sangue que ficou depois que matei aquele cara que nem sei o nome, dou um soco no volante de ódio.
Porra, o que eu faço agora? Uma hora ou outra a polícia vai começar a desconfiar, é só questão de tempo até ligarem os pontos e eu ser preso, Brandon é inteligente o suficiente para não ser pego e me acusar de todas as suas merdas.
Suspiro e ligo o carro, indo até o endereço que Gabe me mandou na mensagem. Chego no local e vejo que é uma grande boate, nunca tinha vindo a essa parte de Nova York, me mudei para cá há pouco tempo, mas tenho certeza que essa parte da cidade é um pouco mais nobre do que a parte onde eu moro, o Brooklyn. Estaciono o carro e entro no estabelecimento, logo de cara já vejo várias pessoas dançando e outras fazendo s*xo explicitamente, é bem comum nesses tipos de lugares, e eu nem me surpreendo mais. Adentro mais no local e vou até o bar de bebidas, onde peço um uísque puro para o bartender, noto uma mulher se aproximando de mim e me olhando com um sorriso no rosto.
— Eu não vou te pagar uma bebida... – Digo, sem a olhar.
— Não estou afim de beber hoje. – Ela responde, ainda com o sorriso no rosto.
O bartender me serve o Whisky e eu pego o copo, virando num gole só.
— Afogando as mágoas? – A mulher insiste.
Olho para ela com desinteresse, é morena com os cabelos lisos que batem até a cintura, usa um vestido preto - curto e bem decotado - facilmente, qualquer homem ficaria interessado nela.
— Estou com pressa. – Respondo e saio.
Posso notar o olhar de decepção no rosto dela, essa aí nunca deve ter tomado um fora na vida. Qualquer homem ficaria de joelhos para passar a noite com uma mulher assim, mas eu realmente não ando no clima ultimamente, já nem sei há quanto tempo eu não tr*nso. Passo pelas pessoas que se espremem enquanto dançam, totalmente entorpecidas pelo momento, pela música e as drogas que usaram. As luzes piscam e o som é tão alto que mal se ouve as vozes de quem conversa, paro na frente da sala VIP, e se eu conheço bem o Gabe, é aqui mesmo que ele está.
— Nome? – O segurança indaga, me olhando.
— Fala pro Gabe que eu cheguei.
— Nome...
Ele me olha sério e eu devolvo o olhar, deixando claro que ele não me intimida. Tenho certeza que ele vai me expulsar daqui, justamente pela forma como mexe no seu rádio na cintura e ajeita discretamente a sua arma, como se fizesse isso para que eu recusasse. Mas eu não faço.
— Jordan? – Gabe sai da área VIP, me dando um aperto de mão.
— Há quanto tempo... – Desvio a atenção do segurança de terno e pele negra, respondendo Gabe enquanto ele me dá um abraço, seguido de um aperto de mãos.
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Atualizado até capítulo 39
Comments
ELIETE SILVA 🌹❤️
começando a ler.
gostando da história.
E quando tem fotos dos personagens é melhor ainda.
Bjos!
2022-12-13
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