Dois lados.

...Cidade, Y, 26/06, 05h:00....

* Rangido da porta*

...Ouço a porta rangendo e passos leves invadir o ambiente, ainda mantenho os olhos fechados e espero quem seja se aproximar, quando finalmente chega ao lado da cama....

*algo caindo*

— HAAAA.

— Te peguei.

— Como você sabia? Me largue Lawet.

...Esse é o Simon, por obra do destino me deram ele como irmão, o estereótipo de criança perturbada, mas sei que lá, no fundo, bem, no fundo, mesmo, ele só quer chamar minha atenção, mamãe disse isso pelo menos....

— Oque você está fazendo aqui?

— foi a mamãe que me mandou, ela sabe que você dorme igual um porco e falou que talvez você não tivesse escutado o alarme, larga meu braço agora Lawet está doendo.

— Mentiroso, o alarme nem tocou ainda.

...Após dizer essas palavras levanto minha cabeça e dou uma conferida no alarme em cima da cabeceira, vejo que não passou das cinco, então afirmo minha perna em suas costas para apertar mais seu braço, já que estava imobilizado a única coisa que podia fazer era gemer de dor abaixo de mim....

— Falta ainda meia hora, mamãe não deve nem estar acordada, fala logo oque veio fazer aqui ou quebro seu braço.

— Você não é doida, mamãe te mataria.

...Jogo meu peso em cima dele, para ver que estava falando sério sobre quebrar seu braço, ouço o seu pequeno grito e rapidamente tampo sua boca, em um som abafado ouço ele me ameaçar:...

— Me solte caso contrário gritarei chamando a mamãe, e falarei que você esta intimidando eu apenas por ser menor.

— Falso, demônio embutido…

— MAMA…

...Rapidamente o largo e apenas tampo a sua boca, tentando cessar o som de seus gritos, assim que me afasto segura de que ele não irá gritar novamente, vejo o sorriso em sua cara estampado, e ele correr para baixo só deixando eu ouvir o barulho da escada batendo contra seus pés....

...----------------...

...Após o ocorrido hoje de manhã, esse pequeno monstrinho de onze anos finge que nada aconteceu, trocos olhares com ele em forma de advertência e para deixar claro o assunto dele ter ido lá em busca de algo não havia acabado....

— Por que estão tão quietos? Geralmente já estão disputando quem fala mais alto essa hora.

...Não ouso dizer nada, apenas faço um sinal com a cabeça para que mamãe entenda que não tinha nada de errado conosco, já Simon prefere quebrar o silêncio, desviando o assunto....

— Mãe você devia proibir a entrada daquele fedorento dentro de nossa casa.

— Simon, pare de implicar com o namorado de sua irmã.

— Estou falando sério, ele vive arrastando sua bunda por aí, vai saber por onde andou se esfregando.

— Simon…

— Está tudo bem mãe, Simon só que implicar, já não dou mais importância a isso.

...Após proferir essas palavras, vejo Simon fazer uma careta e voltar a comer, eu pego meu café e o encaro não entendo qual o problema dele com Jhon, mesmo o garoto tentando agradar essa peste, parece que o ódio de Simon não diminui, então só aconselhei Jhon a manter uma certa distância de Simon; Mamãe tenta desvia o assunto para o clima pesado que havia se formado, envolta da mesa se dissipar....

...Após discutir sobre alguns assuntos pendentes cada um se prepara para seus afazeres, Simon acompanha mamãe até a Sra. Kim, e após isso iria pegar carona com Liam e Lara para a escola, já eu me apronto para o trabalho ainda teria que passar na casa de Anne para irmos juntas....

...ΩΩΩΩΩΩΩΩΩΩΩΩΩΩΩΩ...

— Charles você está me ouvindo?

...Perdido em pensamentos volto ao presente, e vejo a minha frente Sean, advogado do grupo S e mais que isso um amigo, ele segurava dois cafés em sua mão enquanto me encarava com o ar preocupado de eu estar morrendo e deixar mais trabalho a ele....

— Charles… você está bem?

...Me espreguiço na cadeira do escritório e me volto ao relógio, 05:37 ainda estava cedo, todos os empregados da companhia deviam estar se levantando, e os que estavam ali faziam parte da segurança do turno da noite; já eu e Sean havíamos passado a noite ali resolvendo tarefas pendentes que foram deixadas para trás pelo preguiçoso do presidente....

— Não sei como o grupo S não foi a falência ainda com ele no comando.

...Sean dá uma risada de canto de boca abafada, assim como dava ainda quando éramos pequenos, a única coisa que nos diferenciava daquela época e o cabelo arrumado, o terno e que a esperança do sinal da escola tocar para fugirmos de lá, já não existia....

— Em breve será você, apenas mais um dia, mas sua cara não parece boa para um futuro presidente

— Não sei qual a graça de anunciar em uma festa, algo que todos já sabem. Quero dizer aquele velho nunca deve ter trabalhado de verdade, mesmo mais novo eu marcava mais presença que ele.

— Aonde o presidente está falando nisso?

— Deve estar rolando em uma cama igual a um porco, prestes a ser enrolado por quela cobra que chama de esposa, enquanto ela se enrola por volta de seu pescoço como todos os dias pronta para engolir ele com suas palavras.

— Me impressiona ver o amor que tem pela sua madrasta.

— Já estava na hora deles saírem do tabuleiro, perderão a mão para o negócio, se continuasse aqui só me atrapalharia.

— Às vezes você trata ele com tanto desdém, que me pergunto se você é realmente filho dele.

— Deveria não ser… como posso ser filho de um homem que consegui ser roubado de baixo de seu nariz como um idiota, e manda seu filho encontrar a razão do 'como me roubaram?' enquanto ele se enrola no lençol se lastimando em vez de trazer sua bunda para cá e vir trabalhar.

— … café?

...Vejo Sean desconfortável com minhas palavras que acabaram pesando o clima me oferecendo café, para mostrar que estava ao meu lado, é não contra a mim....

— Você deve estar cansado, ainda terá uma audiência hoje…

— Audiência? Há sim.

...Vejo rir com minhas palavras, já estamos cientes que assim que ele voltar Noa vai fazer um interrogatório do porque não voltou cedo para casa....

— Você pode ir, eu termino isso.

— Você também devia descansar, mesmo que não goste da ideia, já é amanhã a noite da sua sucessão.

— O fato de estar longe do presidente e sua esposa já dá um descanso para minha alma, e fique tranquilo não fugirei amanhã.

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