Raquel Campos:
Acordo com as luzes das janelas, e vejo que estou entre David e Camila, ligo meu celular, já são 7:12, hoje ainda é 20 de março, terça-feira, o fim de semana ainda está longe e eu queria encher a cara hoje ainda.
Eu: Ei, acorda, vocês dois, temos que ir trabalhar, já passam das sete.
Camila: Espera só um pouquinho, vai tomando banho primeiro.
David: Sim, vai logo você, é tão chato trabalhar!
Minha cabeça dói, não estou com bola para ficar acordando ninguém, então pego minha mala e deixo no quarto de hóspedes, separo minhas coisas que vou precisar, como minhas roupa e cosméticos, e vou até o banheiro.
Uma hora depois. . .
Olho no relógio de pulso, são 8:30, bem na hora, não me atrasei pelo menos. Depois de um tempo no meu escritório, percebo que alguém abre a porta, ergo meus olhos, não é Camila, mas sim, Isadora, a filha caçula do Sr. Afonso, dono desta empresa.
Isadora: Oi, Raquel! Bom dia! Senti tanto sua falta, em Paris não tinha quase ninguém que eu pudesse passar o tempo.
Se eu tivesse que definir a Isadora com um personagem, seria a Mia Colucci, ela é mesmo uma patricinha, mas é uma patricinha do bem e alto astral, nós já saímos algumas vezes para entregar comida para moradores de rua, ela é uma das maiores financiadoras da fundação para moradores de rua. Eu gosto muito dela, a mãe dela também é super gentil, o Isaque é até suportável, e o pai deles, bem, acho que eles têm uma boa visão do Afonso, mas o homem que trai a esposa, trai a família inteira.
Eu: Bom dia! Paris não foi tão boa porque você não quis me levar, querida.
Isadora: Não te levei porque você não está de férias, e nem se eu chorasse meu pai me deixaria te levar, você é muito importante para empresa. Então, quando eu estiver nas rédeas junto com o chato do meu irmão, podemos sair para viajar mais vezes, ou. . . Você pode dar uma chance para ele, aí gata, ninguém poderá nos parar.
Eu: Quando você tomar as rédeas daqui, provavelmente nem terá tempo para lazer, e sobre seu irmão, prefiro manter as coisas profissionais. E não me envolvo com riquinhos, só tenho olhos para você.
Isadora: Para Raquel, tu sabes que sou bi, você vir com essas provocações não vai ser bom para nossa amizade.
Eu: Você quem disse, a bi é você não eu, linda.
Isadora: Tanto faz, eu sei que sou irresistível, se eu quisesse, faria você ficar comigo em um piscar de olhos, mas não foi isso que eu vim fazer aqui.
Eu: Então, Srta. Irresistível, o que te trouxe aqui, se não a minha boa companhia?
Isadora: Vou fazer 23 anos na sexta, vou fazer uma festa temática, vai ter uma vibe de Romeu e Julieta com o Baile de máscaras dos Cinquenta Tons Mais Escuros, então acho que não preciso dizer que tipo de vestimenta você tem que usar, né?
Eu: Na verdade, eu tenho dúvidas, sim, eu sei que tenho que usar máscaras, mas e o traje, tem que ser algo que remete Romeu e Julieta ou os Cinquenta Tons?
Isadora: Vista como se fosse para o quarto vermelho, mas possuirá a decoração dos dois filmes, a festa será na minha própria mansão, não quero que haja burburinhos sobre elas na internet, colocarei com proibido o uso de celulares, a não ser por emergência, o que rolar lá vai ficar lá. Aliás, por que não leva seu namorado? Você pode conseguir uma companhia para vocês dois, haverá muitas pessoas e muitos quartos também, é bom sair da rotina às vezes.
Eu: Estou solteira, desde ontem.
Isadora está surpresa, e logo passamos os próximos vinte minutos falando sobre isso, ela teve todos os detalhes, inclusive o fato de Fabíola estar no meio de tudo. Eu sei que se Isadora soubesse da traição do pai, ela ficaria muito triste, eu não quero falar isso para ela, não quero me intrometer, porém, saber dessa situação e não a avisar faz eu me sentir uma traidora também, e aí o que eu faço?
Isadora: Pois é, amiga, siga em frente, na minha festa vai ter muitos gatinhos, você pode aproveitar e pegar um, meu irmão está na pista também. Tchau!
Eu: Tá bom, amiga. Seu irmão, como já disse, é apenas meu chefe também. Tchau!
Isadora: Atá, acredito.
Isadora sai, e eu penso nessa festa, tenho que arrumar minha roupa logo, esse era o “encher a cara” que eu preciso, não pretendo pegar ninguém, muitos menos o Isaque, não sinto atração, além do fato de ele ser visivelmente um idiota em boa parte do tempo, o dinheiro meche mesmo com as pessoas. Não penso muito, alguém bate novamente a porta.
Eu: Pode entrar.
Camila: Oi, chefezinha. O patrão Afonso disse para você ir ao escritório dele. Será que ele vai lhe dá um aumento? Se for, pede para mim também.
Eu: Obrigada por avisar, diga para ele que já estou indo.
Digo isso para Camila, entro e saio do elevador, era só um andar para subir, e sigo para sua sala. Sua secretária Fabíola libera a passagem, em momentos assim, temos que ser profissionais.
Eu: Bom Dia Sr. Afonso, tudo bem? Por que me chamou?
Afonso: Sente-se. - Eu sento em frente a ele- Bem, Srta. Campos, antes de tudo quero que saiba que sua cooperação para nossa empresa foi de grande importância, mas acontece…
Foi. . . Ele usou a palavra “foi”, espero que não seja o que estou pensando, quero que ele diga logo o que quer dizer:
Eu: Eu agradeço. Peço que vá logo ao ponto, senhor.
Afonso: Bem, você está despedida.
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Atualizado até capítulo 13
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