Do outro lado da linha o pai suspirou antes de falar:
Pai: Bem, está certa, Liz. Eu estou em apuros e preciso da sua ajuda.
Da última vez que ele ligou para Alice dizendo que precisava de ajuda ela gastou todas as economias, dessa vez parecia que não seria muito diferente, tirando que ela não tinha economias para dar ao pai.
Novamente ele precisava de dinheiro e novamente era para um assunto “urgente”, ele tinha a desculpa de o mercado de trabalho ser muito concorrido e ele não ter um trabalho.
Porque ele já teve vários trabalhos, mas era sempre demitido ou se demitia poucos meses depois.
Alice: Olha, pai... Sinto muito, mas eu não tenho dinheiro algum. Sabe que eu não trabalho…
Pai: Pois é, eu sei, querida, mas eu apenas imaginei... Bem, que talvez tivesse algum guardado para ajudar o seu velho. Quer saber? Não tem problema, eu me viro.
E foi isso que a conversa terminou assim, sem um “até mais”, ou um “estou com saudades”, Alice não esperava nada mais do que teve, afinal, era o seu pai.
No dia seguinte ela colocou uma roupa leve, pegou os óculos escuros, a sua bolsa e foi para o parque encontrar a sua avó, hoje era dia de ginástica comunitária e as velhinhas do bairro se encontravam para fazer exercícios com o “professor bonitão”.
Algumas horas mais cedo dona Bella, a avó de Alice, ligou para convidá-la a se juntar a ela e às suas amigas da terceira idade naquela tarde.
Alice não participaria da aula com o professor bonitão, mas ficaria sentada no parque assistindo às senhoras de setenta e poucos anos se alongarem, crianças brincando e cachorros correndo atrás de bolinhas.
Vó: Liz! Aqui! Liz!
Alice: Vovó, eu ouvi à senhora da primeira vez.
A avó gritava por ela desde antes de Alice atravessar a rua.
Vó: Liz, venha cá, quero-lhe apresentar ao Oliver.
Disse se dirigindo ao garotinho do seu lado.
Vó: Essa é minha neta, Alice.
Oliver: E aí.
Alice: Oi!
Oliver: Beleza. Dona Bella, vou ali com a senhora Suzi ver se ela me compra um sorvete, tudo bem? Até mais.
Vó: Tchau! O meu querido, vai lá.
A avó abanou a mão para ele.
Vó: Ele é uma gracinha não é?
Alice concordou com a cabeça, Oliver parecia mesmo ser fofinho, e ele gostava de sorvete, o que significava que poderiam ser bons amigos num futuro caso ela aceitasse cuidar dele.
Mas isso ela não disse em voz alta, afinal, nem pensou direito sobre o assunto ainda, Liz ficou com a avó até o professor bonitão chegar e reunir todas as alunas num mesmo espaço para a aula de ginástica.
O professor da sua vó não era tão bonitão assim, mas Alice imaginou que para senhoras de mais de setenta anos, ver uma bunda daquelas três dias por semana não era qualquer coisa.
Quer dizer, deveria ser proibido o cara ter uma bunda daquelas, até mesmo Alice ficou reparando por uns bons dez ou quinze no máximo vinte minutos.
***Faça o download do NovelToon para desfrutar de uma experiência de leitura melhor!***
Comments
Beatriz Paranhos
Fiquei confusa em relação ao nome dela
2022-11-30
10