Capítulo 5

A casa era realmente um espetáculo, a mobília era luxuosa e a decoração perfeita. O salão de festas era do tamanho do convento, com uma linda decoração, no canto da sala havia uma pequena orquestra, com um pianista e uma cantora ensaiando algumas canções. No centro havia uma pista de dança rodeada com arranjos de rosas brancas, tudo estava perfeito.

— É aqui onde vocês vão circular meninas. — Disse Bri com um sorriso. — Não precisa de nervosismo, ajam naturalmente.

Melissa observou a elegância da princesa, com um vestido rosa claro um pouco acima do joelho, parecia ter a mesma idade que ela e Mai. Usando uma sandália de salto fino e alto andava como se estivesse flutuando, era realmente muito bela, os cabelos lisos até as costas presos com uma pequena pedrinha rosa, Mel não fazia idéia de que pedra se tratava, mais com certeza era algo bem valioso.

— Vocês são muito bonitas, que idade tem? — Perguntou Bri.

— Eu tenho 20. — Disse Mel acanhada.

— Eu tenho 21. E você Any?

— Eu tenho 22 a caçula da família, com um ano só de diferença do meu irmão Tchelo. — Respondeu com um sorriso.

— Tchelo é o príncipe? — Perguntou Mel.

— Sim, ele é o famoso príncipe da Aldeia, vocês irão conhecê-lo daqui a pouco. Mais onde vocês moram, nunca vi vocês em lugar nenhum dessa cidade, e eu conheço cada canto desse lugar. — Estranhou Bri. A cidade era bem pequena, por isso a chamavam Aldeia.

— Bem... Bri nós podemos confiar em você? — Perguntou Maite. Já não aguentava mais mentir.

— Não Mai... — Pediu Mel espantada.

— Sim, Mel vamos contar a ela, eu não aguento mais mentir pra todo mundo, ela ia acabar sabendo, como todo mundo ainda vai saber. — Disse Maite nervosa. — Bri nós fugimos do convento.

— É isso Bri, a Mai tem razão não adianta ficar escondendo. Nós passamos à vida toda naquele lugar e estávamos contando que quando completássemos nossa maior idade pudéssemos sair... Mais isso não aconteceu, e nunca foi minha intenção me tornar uma freira. — Explicou Mel cabisbaixa. — A nossa única alternativa foi fugir.

— Meu Deus... Mas isso é loucura... — Foi a única coisa que Bri conseguiu dizer, estava tão espantada quanto as duas.

— Foi o que eu disse a Mel mais ela nunca me escuta... — Disse Mai já chorando.

— Calma Mai. — Pediu Bri. — Isso vai ficar entre nós, podem confiar em mim. — Disse Bri abraçando as duas. — Infelizmente os convidados começaram a chegar, mais quando a festa acabar vamos terminar essa conversa. — Disse Bri sorrindo. — Até mais meninas. — Dando um beijo em cada uma e saindo.

— Ela nem parece que mora nesse casão é tão simples. — Disse Mai limpando as lágrimas. — Vamos confiar nela Mel.

— Não temos muita escolha Mai. Vamos é trabalhar, os convidados estão chegando. — Saindo até a cozinha. 

Melissa não gostou muito da idéia da amiga de contar tudo a Bri, mas também não podia negar que a princesa parecia uma pessoa de confiança, e podia ajudar as duas. O salão se encheu rapidamente, pessoas elegantes e bem vestidas circulavam por lá. Os homens de terno e smoking, as mulheres de vestidos de vários tamanhos. Melissa e Maite começaram a servir champanhe e canapés, logo foram se acostumando.

— Bom... Senhoras e senhores como sabem estamos aqui para comemorar a chegada do meu filho. — Disse a rainha ao parar a música.

— Então vamos receber o meu filho Marcelo Ullegan, príncipe de Vonllegan. — Disse o rei orgulhoso.

Em meio a aplausos o príncipe apareceu no salão, trajando um smoking feito a sua medida, estava perfeito. Por um momento o coração de Melissa deu um salto, aquele homem era lindo, andava com tanta confiança. Maite ficou de boca aberta ele era realmente um príncipe.

— Queria agradecer a presença de todos, aproveitem a recepção maravilhosa, providenciada pela minha mãe... — Abraçando a mãe pelos ombros. — Que a festa continue. –Disse sorrindo, e que sorriso, Melissa quase deixou as taças caírem.

— Nossa senhora que príncipe é esse Mel? — Perguntou Maite na cozinha. — Ele é tudo que qualquer mulher queria ter, rico, lindo e... — Maite parou de falar ao notar que a amiga estava viajando em pensamentos. — Mel... Melissa.

— Am... O que disse? — Disse Mel assustada.

— Estava pensando no príncipe Mel? — Perguntou Maite sorrindo.

— Em quem? — Perguntou Mel levantando as sobrancelhas. — Por favor, Mai, ele nem é tão bonito assim... Ele é... Comum... — Respondeu com desdém.

— O quê? — Gritou Maite indignada. – Ele é uma edição limitadíssima...

— Não é pra tanto Mai... O que ele tem de bonito deve ter de arrogante.

— Você nem o conhece, como pode saber... — Disse Mai pegando outra bandeja com caviar. — Também ele pode, ele é lindo. — Saindo toda contente.

— O que deu em mim, eu em, que bobagem, ele é... Lindo... Perfeito... E eu uma idiota. — Falou Dulce sozinha pegando uma bandeja com taças de champanhe.

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