Capítulo 9. Novo eu. (André)

Dentro de quinze dias estou com nova aparência, nova mesma, me surpreendi fiquei irreconhecível e modéstia a parte bonito, muito bonito. Até os olhos, com lentes azuis e correção são outros. Jane me ajuda a treinar a voz tornando- a mais grossa e firme.

Nem Cris saberá que voltei, ligo pra ele avisando que Jane começará na empresa e vou com ela como assistente , pedi a Jane que me chame pelo segundo nome Marcos. Vou passar por empregado de minha empresa, conhecer meus funcionários, saber o que pensam de mim, se é só pelo dinheiro que me tratam bem, descobrir o que Rubi pretende realmente, quero ver o que tem mais valor para as pessoas: dinheiro, beleza ou caráter.

Com dinheiro já vi que posso conseguir o que quiser, mulheres, status, puxa sacos, só que com ele vieram também golpes, traição e falsidade.

Agora terei beleza e direi que não tenho dinheiro algum.

O que me levou a fazer essa mudança não foi só pelo que Rubi me fez, quando contratei o contador ele me alertou que tem muita coisa errada em minha empresa, muitas contas não batem, além de Rubi tem outras pessoas me roubando, desfalcando minha empresa e vou descobrir quem é e porque.

Fico em uma casa alugada com Jane, ela dirá que sou irmão dela, e estou procurando emprego, entrarei na empresa como um faz tudo. Não vou com Jane na primeira semana, preciso arrumar algumas coisas ainda. O contador que me alertou dos desfalques, trabalhará pra mim investigando e colhendo provas, preciso saber em quem confiar.

Meu mal foi me iludir com o dinheiro que ganhei rápido, não estava preparado para lidar com isso, quis tanto melhorar de vida que não soube escolher em quem confiar, fui deixando que outros tomassem decisões por mim. Só assinava papéis sem ler.

Jane me disse que foi bem recebida por Cris que já havia separado uma sala para ela e lhe passado algumas coisas pra fazer como verificar se as regras da empresa estão sendo cumpridas pelos funcionários, e onde investir o dinheiro que será debitado dos impostos.

Jane me aconselhou a aos poucos me enturmar com os funcionários e através deles descobrir o que pode melhorar e como.

Ela descobriu também que minha empresa não investe em nada social, não patrocina nada, não dá nem mesmo assistência aos funcionários em casos de saúde ou acidente.

E eu estava por fora de tudo isso. Mais isso vai mudar.

Começo a trabalhar com Jane e ninguém me reconhece, até Cris que convivia comigo nem me notou. Rubi aparece e vai direto pra sala dele, ficam um bom tempo lá conversando, não consegui ouvir nada, mais como conheço Rubi ela deve estar tentando saber onde estou.

Se ela está grávida ainda não aparece nada, mais ela garantiu que sou o pai. Mais aí tem coisa e vou descobrir.

Quando ela sai esbarra em mim, peço desculpas e ela me olha de cima a baixo e vai embora sem nem me responder.

Jane me pede pra escolher em que investir na área social, em esportes, em artes.... e me disse que teve uma moça pedindo patrocínio pra escola de música e ela ficou de visitar pois quer matricular seu filho e se eu quisesse acompanhar ela pra decidir poderia. Fomos juntos conhecer a escola de música e tenho a melhor surpresa possível, quem nos recebe é Pérola,

sim, Pérola, já faz um bom tempo que não nos vemos. Fiquei sem ação, Jane notou e me apresentou:

- Este é meu irmão Marcos, ele está me acompanhando hoje, trabalha na mesma empresa que eu.

- Oi, sou Pérola, professora de piano desta escola.

Pérola me estende a mão e eu a aperto, minha vontade é lhe dar um abraço e matar a saudade, mais não posso estragar o que comecei

- Bem Jane, conseguiu falar com seu chefe sobre o patrocínio de instrumentos para nossa escola?? - Pérola pergunta a Jane que responde:

- Srta Pérola!! Ainda não entrei em contato com ele, mais assim que eu tiver uma posição dele te aviso, por mim estaria tudo bem. Mais é ele que decide. Saiba que vou matricular meu filho Henrique em suas aulas.

- Obrigada Jane, já está nos ajudando assim!! E você Marcos, não tem filhos pra colocar nas aulas de música? -Pérola me pergunta

- Não, sou solteiro, mais ajudarei Jane com meu sobrinho. E você Pérola, tem filhos?? - Pergunto com coração apertado rezando pra resposta ser negativa.

Antes que ela me responda chega um outro professor e ela nos apresenta:

- Este é o professor Paulo, responsável pela escola.

Paulo, está é Jane, responsável pelo social da empresa que visitei e seu irmão Marcos. Jane quer matricular seu filho.

O professor coloca uma mão nas costas de Pérola, não gostei da intimidade que ele tem com ela, e diz:

- Tenho certeza que gostarão muito de nossa escola e Pérola é a melhor professora de piano que conheço. Não se arrependerá srta Jane, eu garanto.

Jane sorri, parece que se encantou por esse professor Paulo também.

Os dois foram juntos nos mostrar a escola e explicaram porque precisam do patrocínio, de um novo piano e outros instrumentos. Paulo não saiu do lado de Pérola, acho que os dois tem alguma coisa.

Não sei se é ciúmes, mais não gostei nem um pouco dele.

Conhecemos também outras professoras: Michele e Edina além de alguns alunos.

Vou conversar com Jane e liberar para minha empresa patrocinar essa escola. Vou fazer o possível para me aproximar de Pérola novamente, agora como Marcos.

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