Expulsa como um cão sarnento

Antes mesmo de pegar o ônibus para casa Marta me liga e o meu coração já dispara, atendo um pouco nervosa e ela diz-me que o meu filho não para de chorar, eu pergunto o que ele tem e diz-me que se queixou de dor de estômago, corro até o ponto de táxi ali próximo ainda na chamada com Marta peço-lhe que arrume ele e me espere, pois vou levá-lo ao hospital imediatamente.

Chegamos em menos de vinte minutos, desço do táxi e entro correndo em casa, pego o meu filho e a sua mochila e entro outra vez no táxi que me espera ,agora ele está um pouco mais calmo, mas seu rosto está vermelho de tanto que chorou, seguimos rumo ao hospital, pago o taxista ainda durante o percurso pelo meu aplicativo do banco no celular e entro na emergencia desesperada a procura de um médico com Gustavo nos meus braços, nessas horas nao sei de inde uma mãe tira forças mas ela aparece das entranhas da nossa alma, logo um medico aparece e o meu pequeno é levado para a emergência e examinado, o homem pede que cuide da buroccracia e exito em sair de perto do meu filho mas ela me explica ser necessário então vou à recepção e faço a sua ficha, voltando para junto do leito onde Gustavo que esta tomando a medicação e segurando a sua mãozinha pequena e fria ,ele está pálido e, ao mesmo tempo vermelho, o seu corpo está quente pela febre alta, eu não sei o que fazer e começo a chorar desesperada.

_ Calma senhora! Vai ficar tudo bem a enfermeira ao meu lado diz enquanto injeta algo no acesso no seu braço direito. Eu apenas a olho e soluço._ logo vai aparecer um doador compatível e o seu filho vai ficar bem. Ela tenta consolar-me .

_ A senhora pode olhar ele para mim? Eu volto logo só preciso resolver um assunto falo em meio às lágrimas.

_ Claro, a senhora pode ir, essa medicação que fiz agora é um relaxante, ele não vai acordar tão cedo.

_ Promete que vai olhar ele para mim.

_ Fique tranquila, eu prometo.

Saio dali e ligo para kassie, conto a situação e peço o endereço do Guilherme, ela atende-me prontamente e passa-me o endereço eu anoto em um papel e pego um táxi ate o local quando chego entro escondida com um grupo de moradores aproveitando uma distração do porteiro, tenho medo de ao ser anunciada Guilherme não queira me receber.

Toco insistentemente a campainha do apartamento B 18 até que uma mulher me atende, fico um pouco em choque pois ela parece-se comigo, mas Isso não importa agora eu só preciso que Guilherme me entenda e salve o nosso filho.

_, Pois não! Ela diz me encarando.

_ Preciso falar com o Guilherme Silveira é urgente.Falo sem respirar e a mulher olha-me de cima a baixo me analisando e depois de um silêncio constrangedor manda-me entrar.

_ Ele não está, mas já deve estar chegando, sente aí , vou buscar um copo de água para você, parece nervosa.

Eu sento-me e tento me acalmar e respirar fundo, os meus pensamentos estão no meu filho, tento me convencer que está tudo bem ,porém é em vão, vejo a porta se abrir e Guilherme entra na sala , ele me encara e eu fico branca como uma vela , uma fúria escuresse seus olhos azuis e ele grita tão alto que o meu corpo treme

_ O que faz aqui Milena? Saia da minha casa imediatamente sua vagabunda.

Eu o olho com os olhos cheios de lágrimas e tento o persuadir.

_ Guilherme precisamos conversar é importante ! falo enxugando as lágrimas com as mangas do meu blazer.

_ Eu não tenho nada pra falar com você sua diaba , saia da minha casa agora. ele diz e me pega pelo braço com força me arrastando até a porta e me jogando no corredor como se fosse um animal sarnento.

Meu salto alto se quebra e caio sentada de bunda no chão frio , Um senhor que sai do elevador me ajuda a levantar do chão e pergunta se estou bem , falo que não é entro no elevador aos prantos , já é noite e o céu está escuro , ando um pouco e me sento em um banco de praça , estou com fome , exausta e humilhada , não sei o que fazer para salvar meu filho. alguém toca meu ombro e me estende uma garrafa de água , olho pra ele e vejo seu rosto um pouco embaçado pelas minhas lágrimas , é o senhor que me ajudou no prédio do Guilherme.

_ Bebi moça, vai ajudar a te acalmar , meu nome é Bruno , como você se chama.

_ Milena ! falo nervosa

_ O que aconteceu Milena ? porque está assim tão agitada?

Eu conto tudo pro homem , sei que é errado expor a nossa vida e os problemas para um estranho , mas eu preciso desabafar com alguém ou eu vou explodir , estou aos cacos por dentro e por fora e o medo de perder meu filho está me sufocando. Depois de chorar até não ter mais lágrimas me despeço do homem e volto pro hospital pra ficar com o meu Gustavo. Agora as minhas esperanças se foram e eu preciso achar um jeito de salvar o meu filho e eu o farei custe o que custar.