03

Fugir, sim, a única coisa racional após a permissão de um quase beijo entre um Ceo e a sua secretária. Me sinto envergonhada, suja, por me permitir que os meus desejos se sobressaírem ao meu caráter profissional. Como vou encará-lo? É nítido que ele me julgará como uma qualquer, que sede aos "caprichos" do chefe. A única coisa que consigo fazer é chorar de arrependimento e vergonha, nunca pensei que cometeria tamanho erro, ignorando a minha ética profissional.

— Senhorita Bruna, está tudo bem? — Estou abalada emocionalmente que nem tento esconder as minhas lágrimas.

— O que houve? — Barbara tenta compreender o meu desespero. Já que toda a minha maquiagem está borrada.

— Desculpa senhorita colin, penso que esse emprego não foi a minha melhor escolha! — Não ouso contar o que aconteceu, é vergonhoso demais para mim. Não quero mais julgamentos.

— Calma, é normal essa pressão do primeiro dia, a senhorita não deve permitir se abalar por algum erro cometido, mesmo que o nosso chefe parecia intimidador no fundo, ele reconhece o quanto é profissional ou então jamais a contrataria. — As suas palavras fazem-me chorar ainda mais, já que a poucos segundos não sou nem um pouco profissional, mas sim uma mulher vulgar que permite que os seus desejos aflorem sobre si, ignorando o seu caráter profissional.

— Acalme-se, por sorte estamos no nosso horário de almoço, creio que comer irá tirar toda essa atenção que sente. Confie em mim, nada melhor do que afastar uma tristeza que comida boa junto de uma deliciosa sobremesa.

— A senhorita é um anjo, não me sinto digna de tanta compreensão já que nos conhecemos há poucas horas.

— A um velho ditado que diz que "o nosso santo bateu" então se sinta privilegiada, já que não sou muito de fazer amizades novas, em tão pouco tempo.

— Obrigada senhorita colin.

— Disponha. Agora vamos limpar essa maquiagem borrada, e limpar esse sangue nos seus lábios.

— Sangue?

— Não se preocupe, é comum morder os lábios em uma crise de ansiedade e conhecendo o nosso chefe é notório e compreensivo a sua reação diante dele e as suas ordens. — Decido não contestar. Quando estávamos próximas a alcançar a maçaneta da porta, o senhor parker entra a deixar a situação ainda mais confusa.

— Precisa de algo senhor parker? — Barbara toma frente, já que eu não consigo encará-lo.

— Talvez. Ele tenta um contato visual comigo, porém, ignoro. — Não era nada importante, posso esperar que o horário do almoço finalize.

— Como quiser senhor. — Ele se afasta, e nesse momento imagino que estou branca feito um papel.

— Não vai conseguir fugir dele para sempre, já que foi contratada como a sua secretária particular.

— Me sinto inútil. — Ela me conforta.

Assim que entramos no restaurante, consigo identificar todos os funcionários da empresa presente, como se almoçar aqui fosse uma exigência.

— A comida daqui deve ser realmente boa, já que todos os funcionários estão presente senhorita colin.

— Barbara, me chama assim, deixa a formalidade dentro da empresa, fora seu apenas uma colega de trabalho.

— Como quiser.

— E respondendo a sua pergunta os funcionários vêm aqui por o restaurante ser filiado com a nossa empresa, esse fato evita possíveis atrasos.

— Penso o quanto o senhor parker é detalista.

— Sabe, a uma fofoca que circula pelo corredor da empresa em que dizem que ele é sádico por isso tudo a nossa volta é preto ou cores neutras e o seu temperamento e postura combina com a fofoca dita. — Ao ouvi-la, lembro-me de assistir um filme sobre esse assunto peculiar.

— Sádico como cinquenta tons de cinza? — Barbara me encara de maneira engraçada.

— Talvez sim! Quem sabe estamos diante de um "Christian Grey" penso que todas as funcionárias adorariam ser uma submissa. — Ela gargalha, enquanto permaneço tensa.

O Almoço flui de maneira agradável, Bárbara é bem expressiva e conta em detalhes as inúmeras fofocas que escutas no corredores da empresa.

Ao retornarmos, constato a ausência do nosso chefe, e para mim isso é um grande alívio.

Sem a presença dele, consigo formalizar novos documentos com tranquilidade, mas a memória dos seus lábios em contato com o meu ainda perturba o meu dia.

💭... Será que essa história de sádico é real?

Tento ignorar a minha influência imaginativa diante das loucuras contada por minha colega de trabalho.

Horas depois...

Agradeço por sobreviver no meu primeiro dia. Tento evitar os meus pensamentos negativos, passo o meu cartão e caminho em direção a portaria do prédio. Penso em chamar um Uber, mas o som da voz que atormenta os meus pensamentos deixa-me incapacitada.

— Senhorita parker? — Sinto um arrepio na costela que se intensifica na medida que ele se aproxima.

— Boa tarde senhor parker, no que posso ajudar? — Tento me recompor, já que não posso fugir dele para sempre.

— Posso te oferecer uma carona? — De maneira nenhuma irei aceitar isso! É nítido que ele pensa que sou vulgar ao ponto de ceder ainda mais os nossos desejos.

— Desculpa senhor parker, mas serei bem direta! Não sei como permitir que aquilo acontecesse. Jamais vivi uma situação assim numa empresa, isso vai contra os meus valores e ética profissional. Não sou ingenua ao ponto de negar que teve a minha permissão para isso, assumo as minhas responsabilidades, mas não tenho intenção nenhuma de repetir o que fizemos na sua sala.

— Senhorita campos, não tive intenção nenhuma de ofendê-la. O "beijo" foi uma consequência de uma atração que ambos sentimos. A carona não é intencional, mas sim, uma maneira de desfazer a tensão entre nós, já que trabalharemos durante esse mês junto. — Porque sinto um frio na barriga constante?

— Posso aceitar a carona, desde que esclarecer uma dúvida que me atormenta.

— Diga.

— Por que mordeu os meus lábios? Isso é algum categoria de feitiche com secretárias? Esse foi o motivo da minha contratação, realizar desejos peculiares?— Ele sorri como se eu tivesse contado uma piada engraçada.

— Sinto muito se te assustei senhorita. Não tive a intenção. Aquilo foi apenas um beijo, nada intencional. — Me sinto envergonhada por pensar que a mordida estava relacionada com um possível sadismo.

— Desculpa se pensei o pior do senhor. Só não admitiria que julgasse o meu caráter por conta daquele beijo.

— Tudo bem. Mas, peço que aceite a minha carona. — Estou tensa, mas de uma forma desconhecida a aproximação repentina desse homem, me deixa completamente boba, como uma adolescente que se apaixona pela primeira vez. Depois de tanta insistência, decido aceitar, mas antes reafirmo os meus termos.

— Aceito o convite, mas se tentar qualquer coisa sem o meu consentimento vou gritar e acusá-lo de assédio! — Digo de forma rápida e direta, enquanto ele sorri, como um deus da beleza, anulando qualquer argumento.

— Prometo não fazer nada, que a senhorita não queira! — Ele pisca, e acredite, ele consegue se ainda mais atraente.

Entramos no seu carro extremamente luxuoso, e de forma sedutora ele direciona-se a mim, colocando o sinto de segurança.

💭... Não apela senhor parker, também não sou de ferro!

— Preciso da sua localização. — Os seus lábios estão tão próximos deixando-o ainda mais convidativos.

Ainda nem saímos da empresa, e os meus lábios já estão novamente "taracados" nos dele. Não sei o que temos, talvez uma química forte que ambos não conseguem conter. Antes que o beijo se intensifique tento me afastar.

— Ainda estamos enfrente a empresa. — Ele parece não se importar.

— Li no seu currículo que é solteira, penso que não mentiu? — Ainda próxima a ele, argumento.

— Sou solteira, mas isso não diminuirá as fofocas ao meu respeito.

— Se importa com elas? — Em que planeta esse homem vive?

— O senhor não?

— Não me importo, as fofacas e mentiras que a mídia espalha ao meu respeito não interfere em nada em quem sou.

— Talvez para o senhor com um império aos seus pés, fofacas e mentiras não mudam nada o grande empresário que é. Mas, para alguém simples como eu, faz um estrago gigantesco.

— Então a senhorita me acha um grande empresário? — O encaro ainda incrédula.

— Eu e todo o país. — Ele sorri, antes de se afastar com um breve selinho.

— Essa nossa aproximação é perigosa senhorita Bruna, talvez eu poça gostar mais do que deveria. — Ele liga o carro me impossibilitando de responder.

💭... É a primeira vez que ele me chama pelo nome, e as suas palavras após isso deixa-me com a sensação de que vou receber uma bela decepição amorosa.

O caminho até a minha casa foi num sufocante silêncio, talvez isso seja necessário já que as suas palavras ainda ecoam na minha mente.

— Boa noite. — Por um momento pensei que não veria o meu chefe egocêntrico novamente, mas para a minha frustração, estou diante dele.

— Boa noite, agradeço a carona. — Ele não expõe o seu lindo sorriso, o que me deixa constrangida.

— Desculpe senhorita, mas traze-la aqui foi um erro.

Espera... Ele disse que o nosso beijo é um erro?

Mais populares

Comments

Joana Darc Ferreira Da Silva

Joana Darc Ferreira Da Silva

Não é dessa é si desça!

2024-01-02

1

Lilith

Lilith

Senhor, sem psicológico pra essa abordagem, mas isso a gente resolve 😈😈🔥🔥

2023-08-18

1

Ivania Ferreira da Silva

Ivania Ferreira da Silva

os dois não se controlam....que é isso gente?

2023-07-19

1

Ver todos

Baixar agora

Gostou dessa história? Baixe o APP para manter seu histórico de leitura
Baixar agora

Benefícios

Novos usuários que baixam o APP podem ler 10 capítulos gratuitamente

Receber
NovelToon
Um passo para um novo mundo!
Para mais, baixe o APP de MangaToon!