Lumina voa para longe, lembra da mulher que a ajudou e vai até o lago, pede abrigo e que não conte a ninguém.
— Fique tranquila menina, mas você fez algo errado?
— Não, só tenho medo. — Lumina faz uma carinha triste e a mulher a abraça.
— Pode ficar aqui, eu vivo mais na cidade, só venho colher os frutos e lavar as roupas no lago. Ninguém vai te procurar aqui. — A mulher sorrie vai embora.
Lumina fica aliviada, passa o resto do dia treinando sua Aura dentro de casa, ela não podia ter deixado exalar diante dos soldados, mas ao menor perigo é algo inevitável. Ao cair da noite depois de jantar uma sopinha ela resolve voar pela floresta, não suporta ficar muito tempo dentro da casa pois se lembra da mãe, quando está no alto de uma árvore vê o principe andando lá embaixo arrastando as enormes asas, de repente algo o atinge no peito e ela percebe que é mais um ataque, desce rapidamente onde a névoa aumenta e exala sua Aura com toda a força os queimando, uns caem e outros fogem, ela vai até o principe e ele está caído sangrando, ela arranca a flecha escudanto seu gemido agonizante, ela tenta tocar na ferida mas é jogada para longe, fica confusa e faz um sinal para os lobos que se aproxima e o arrastam para próximo de um posto da guarda.
Liam acorda confuso, só se lembra de sentir uma dor no peito e depois uma luz irradiar por perto, abre os olhos e está em sua cama, a dor é agonizante e ele fecha os olhos de novo mas sente algo pressionar a ferida e um grito o fazendo abrir os olhos assustados, a jovem se ergue no chão e ele não acredita, é a menina que expulsou, a luz que o salvou só pode ser ela.
Lumina decide voltar ao castelo e por sua coragem a deixam ficar, todas ficam com medo então resta para ela cuidar das feridas do principe e tudo ia bem até ele acordar e suas asas incontroláveis a jogarem no chão, com certeza ele não tem domínio sobre elas, pelo medo que via nas outras e no modo como ele sempre as arrastava nem sabia usar suas asas que pelo que ela sentiu são bem fortes, para evitar ser descoberta ela se revestiu com os acessórios de sua mãe para reprimir a Aura, e pensando bem foi a melhor escolha tendo em vista a falta de controle do principe, a cada batida que suas asas dessem ela iria exalar e ser descoberta. Lumina se levanta e volta a mexer na ferida como se nada tivesse acontecido.
Liam fica olhando para ela curiso, como ela ainda estava ali? Seu rosto angelical, suas mãos macias e delicadas sobre a ferida, ela fazia o curativo atenciosamente sem medo, o que é ainda mais surpreendente, qualquer uma tem pânico de ficar muito próxima dele, mas essa jovem é calma e age naturalmente mesmo quando suas asas batem nela ou a derrubam, ela apenas se ergue e continua como se nada acontecesse, ele precisa rápido descobrir mais, e se ela for mesmo aquela luz precisa urgente entender tudo, quando ela pressiona o ferimento ele segura sua mão.
— Aguenta mais um pouco, já estou terminando, e suas asas também precisam de cuidados. — Lumina fala calma e ele fica surpreso.
— Boa sorte para tentar encostar nelas.
Liam fala revoltado e fica boquiaberto quando ela segura e vai passando algo que ele não sabe o que é mas causa um frescor, até ele tem pavor dessas asas e ela age como se fosse normal, suas suspeitas aumentam de que seja o ser de luz da floresta, mas nada pode provar, depois de receber todo cuidado ele acaba adormecendo com um chá que ela dá e Lumina sai do quarto.
Lumina quase ri quando o poderoso principe a deseja boa sorte, para ela cuidar de asas feridas é muito comum, o Reino de Alffay já enfrentou muitos inimigos e quando os soldados voltavam para casa todas as fadas do nível Mind acima tinha que ajudar, na última guerra foram tantos que sua mãe a levou para o salão público do Reino onde os chefes estavam, esses tinham asas um pouco parecidas com a de Liam, só que mais alvas e brilhantes. Ao sair do quarto ela fecha a porta e vai até o conselheiro.
— Não me diga que ele te expulsou de novo? — O homem barbudo diz.
— Não senhor, ele está dormindo tranquilamente, fiz um curativo e limpei as feridas nas asas. — Lumina sorri e o homem olha surpreso.
— Pode me chamar de Eloy, como conseguiu essa proeza? Ele já machucou umas 20 criadas com aquela coisa.
— É só não ter medo, e ele está muito ferido, talvez as asas não reagiram. — Lumina fala calma pensando nos tombos. — Se me der licença vou pro meu quarto.
— Mas é claro, descanse. Você vai precisar pra quando ele acordar. — Eloy sorri e ela sai agradecendo.
Em seu quarto Lumina tranca a porta e tira sua roupa, é claro que as batidas de asas dele a arranharam, mas nada que um elixir não resolva, e espera que ele não tenha percebido ela usar algum poder, sorrindo ela passa nos arranhões e deita, o cansaço é tanto que dorme.
Não demora para ela acordar com batidas frenéticas na porta, mais um pouco e derrubavam, Lumina se veste rapidamente e coloca as duas capas, abre a porta e os soldados pediam socorro so no olhar.
— Precisa ver o principe.
— Vamos. — Ela fala e eles a seguem.
No quarto real Liam grita agonizando de dor, a ferida em seu peito queima e a droga de asas não ajuda muito debatendo por todo lado, quando vê a jovem entrando vai até ela mas algo o joga longe. Lumina sente a fúria de Liam e quase sua Aura exala mas ela controla, mesmo assim são jogados para longe um do outro, ela levanta como se nada tivesse acontecido e ele olha assustado.
— Quem é você jovem?
— Lumina vossa alteza. Por favor pode se deitar? — Ela fala calma.
Liam por um momento fica intrigado, não é possível que ela não sinta dor, foi praticamente lançada na parede, cansado demais para pensar ele deita e logo sente as mãos quentes e delicadas em seu peito, um calor imenso percorre o seu corpo e ele fica confuso, fixa o olhar nela que parece estar totalmente concentrada no ferimento e desperta com a voz suave.
— Aguente firme..
— Oque.. Aaaahrrrr — Liam grita de dor.
— Eu disse que ia doer, agora vou fazer um novo curativo, as asas estão boas amanhã passo mais. — Lumina fala olhando para as asas e ele fica ainda mais intrigado.
— Não tem medo?
— Não. — Lumina termina o curativo e se afasta. — Ah e tente relaxar, elas não vão te matar, já volto.
Liam ouve atônito, como ela não sente medo? Até ele teve pavor e odeia aquilo, pensando no que ela diz tenta relaxar e realmente pela primeira vez sente como se elas nem existissem, quando Lumina volta lhe entregando um chá ele pensa em conversar mas ela começa a arrumar algumas coisas, fecha a cortina e limpa os cacos de algum vaso quebrado no chão, logo ele sente sono e adormece.
Lumina não sabe por quanto tempo ainda terá seu elixir e o que é necessário para o chá, precisa ir em busca de ingredientes na floresta, e talvez voltar a Alffay, o simples pensamento a faz sentir uma tristeza profunda, mas se for preciso ela irá, talvez consiga saber mais sobre o paradeiro dos assassinos, decidida ela termina de arrumar o quarto e vai dormir.
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Atualizado até capítulo 80
Comments
Flavia Oliveira
Foi um ótimo capítulo Keity 🥰
2023-04-01
4
Gigi ❤️❤️❤️
Ela que cuidou dele ,e ele que desejo-lhe sorte.
2022-11-25
2
Ana Karol Campos
que tudooooo até que enfim se viram de verdade! que lindo! acredito que ela vai o ensinar a usar as asas dele, como próximo passo após a cura dele!
2022-10-22
2