Regras são regras

Subimos uma escada enorme e passamos por algumas portas até chegar no escritório. Ele abre a porta e libera passagem para mim.

Lorenzo: Entre, por favor.

Ana: Licença

💭 O que deu nele hoje? Nem parece aquele homem que me tratou mal.

Entro e me sento na cadeira de frente para ele. Ele serve um uísque e dá um gole antes de falar alguma coisa.

Lorenzo: O que achou delas?

Anastasia: Elas são maravilhosas, mas acho que não é a mim que o senhor deve fazer essa pergunta e sim para as suas filhas.

Lorenzo fica sem palavras, a língua daquela garota era realmente afiada, mas não parecia ser proposital. Lorenzo levanta uma das sobrancelhas e encara Anastasia com aquele olhar que mata qualquer um.

💭 Droga, esse olhar me deixa maluquinha…

Ana: Digo...Não quero que elas fiquem comigo a força, se elas não tiverem gostado eu mesma peço para sair.

Lorenzo: Não se faça de sonsa, elas amaram você.

Anastasia abre um sorriso.

Ana: Espero que sim, pois eu amei as duas.

Lorenzo: Você me mandou um e-mail reclamando das minhas regras, agora me diga o que tem de errado com elas?

Ele dá o último gole no uísque e coloca o copo na mesa com uma certa indelicadeza. Anastasia não queria parecer uma boba na frente dele, então ela respirou fundo antes de falar alguma besteira.

Ana: Então, Sr.Hunter…

Lorenzo: Lorenzo, apenas Lorenzo. Continue.

Ana: Sr.Lorenzo... Eu não concordo com algumas das regras porque as meninas têm apenas 5 e 3 anos, elas deveriam sair, conhecer outras crianças, ir à escola e etc... Não quero tirar o seu direito de escolher o que acha certo para as suas filhas, mas acredito que o senhor possa olhar para elas com mais carinho e ver que são apenas crianças e não bonecas, sem coração e sentimentos...

Lorenzo: O que quer dizer? Que eu sou um pai superprotetor e não me importo com os sentimentos das minhas filhas?

💭 Ana: É isso sim! Uma pena não poder falar na sua cara.

Ana: Claro que não, eu só acho que elas deveriam ter uma vida social como todos nós. Não é bom para elas passarem o dia inteiro nessa casa, sem amigos, estudando com uma professora exclusiva para elas, sem contato com os animais e nem com outras pessoas...

Lorenzo: Não gosto de animais, então não faço questão que elas tenham contato com eles.

💭 Ana: Como assim? Não gosta de si mesmo?

Ana: É um direito seu não gostar, mas não as impeça de coisas naturais da vida ou vai se arrepender futuramente.

Lorenzo: Eu não sou um monstro, Anastasia, só quero protegê-las do mundo e suas maldades. Não venha querer me ensinar como educar as minhas filhas.

Ana: Está bem, não vou mais entrar nesse assunto.

💭 Ana: Mas é claro que eu vou me meter! Isso é cárcere privado.

Lorenzo: Ótimo.

Lorenzo levanta para sair e só então Anastasia lembra que tem que falar sobre a faculdade.

Ana: Senhor Lorenzo, eu já ia me esquecendo de falar...

Lorenzo: Fale.

Ana: Eu vou começar na faculdade daqui a uma semana, mas é durante a noite, então eu vou cumprir com o meu horário.

Lorenzo: É só isso?

Ana: Sim...

Lorenzo: Quando precisar sair mais cedo me avise antes e resolvemos da melhor forma, certo?

Ana: Sim, senhor.

Eles descem e as meninas estão na cozinha lanchando. Anastasia chega de fininho e fica observando elas, até que Alicia percebe a presença dela.

Alicia: Ana, você ainda está aqui!

Suzana: Não disse que ela não iria embora sem se despedir?

Ana: Não mesmo!

Alicia levanta e abraça Anastasia, Luna continua sentada, mas observando tudo, ela come e finge está alimentando a boneca também.

Luna: abre a boca bebel, lá vai o aviãozinho, vuuu!

Todas riem da cena, pois foi muito engraçado ver Luna imitando o barulho do avião.

Suzana: Venha, lanche conosco.

Ana estava com fome e decidiu aceitar. Elas ficaram alguns minutos conversando e Suzana aproveitou para se desculpar com Ana pelo comportamento de Luna, e também contou sobre o que as antigas babás faziam com Luna.

Anastasia ficou aterrorizada com tudo que Suzana a contou. Suzana ofereceu o motorista para levar Ana até em casa, mas Ana não queira incomodar.

Na hora de ir embora ela deu um beijo nas meninas, se despediu de Suzana e saiu da mansão.

O dia estava escurecendo e Ana sabia que seria difícil achar um táxi naquela região onde todos tinham carro. Então ela resolveu ir caminhando até uma rua mais movimentada.

Ana já tinha caminhado por uns sete minutos, quando um carro para do lado dela e abre a janela.

Lorenzo: Tá fazendo oque caminhando sozinha uma hora dessa?

Ana olha surpresa para ele, ela não tinha o visto mais desde que saíram do escritório. Ele estava arrumado e cheiroso…Um encontro, talvez? Pensou Anastasia.

Ana: Não achei um táxi e decidi ir caminhando até a rua da frente, lá é mais movimentado.

Lorenzo: Entre, vou te levar para casa.

Ana: Não precisa, eu...

Lorenzo: Isso não foi uma pergunta Anastasia, entre no carro.

Ele abre a porta e Anastasia entra um pouco sem jeito.

Continua...

***Esta obra está sob contrato com a NovelToon, e a pirataria, como a reimpressão sem permissão, é estritamente proibida.***

***Faça o download do NovelToon para desfrutar de uma experiência de leitura melhor!***