Capítulo 4

Enquanto nos sentamos na sala, a atmosfera é um pouco estranha e eu sou a culpada por isso, eu deveria ter mantido a minha boca fechada e não dizer nada a eles.

Ryan: Eu tenho uma pergunta, Anna. Quando você disse mais cedo que por anos você não teve a oportunidade de comer assim, o que você quer dizer com anos? -Ryan pergunta enquanto toma um gole de seu copo

Eu olho para a Sra. Connor enquanto ela acena para mim para continuar.

Anna: Quando fiz 16 anos, só podia comer depois de terminar as minhas tarefas e para a satisfação do meu pai. 

Se ele não estivesse feliz com nada, eu não comeria e se me permitissem, seriam as sobras que estivessem lá e isso não era muito frequente. -eu murmuro

Andrew: Uau. Isso é cruel e como você conseguiu esses hematomas? -Andrew pergunta e ele aponta para minha bochecha

Anna: Ontem à noite, depois que todos saíram de casa, papai ficou bravo porque minha irmã fez uma cena. -eu murmuro 

Acho que não tenho nada a esconder deles, eu poderia muito bem dizer a eles, papai não pode me machucar aqui, espero.

Sr. Connor: Existem outros hematomas? -o Sr. Connor pergunta 

Eu aceno com a cabeça, abaixando meu olhar ao mesmo tempo, estou tão envergonhada com esta conversa, eu sei que eles não vão querer essa garota danificada para seu filho.

Alexander: Você pode relaxar Anna, está sentada tão rígida quanto uma tábua de passar roupa. -ele diz enquanto coloca a mão no meu ombro para me puxar de volta, eu estremeço quando ele toca no hematoma

Anna: É muito doloroso sentar, esta é a única posição que posso ficar e respirar ao mesmo tempo. -eu digo, endireitando meu corpo, acalmando minha respiração

Sophia Connor: Quão ruim é isso? -a Sra. Connor pergunta, ela estava muito quieta até agora

Anna: Possivelmente uma costela quebrada ou duas, nada de novo. -eu digo, sorrindo fracamente para ela com um leve encolher de ombros

Alexander: Deixe-me ver. -ele diz enquanto pega minha mão e me puxa para fora da sala com a Sra. Connor seguindo de perto, não tenho muita escolha, a não ser seguir, pois ele não solta minha mão

Ele me leva para o banheiro ao virar da esquina, deixando-me entrar primeiro e a Sra. Connor atrás de mim, depois que Alexander fecha a porta, eu fico ali parada sem me mexer, não estou completamente confortável com isso.

Eu digo a ele enquanto ele fica com os braços cruzados sobre o peito.

Alexander: Merda. -é tudo o que Alexander diz quando sai do banheiro

Assim que ele sai, a Sra. Connor coloca o meu vestido e me leva de volta para a sala, posso ouvir os gritos antes mesmo de alcançá-lo.

Alexander: Você espera fazer negócios com um homem que faz isso com a própria filha. -ele grita

Anna: Eu não sou filha dele. -eu digo enquanto estou na porta

Sr. Connor: O que? -Sr. Connor diz chocado

Anna: Eu não sou filha biológica dele, minha mãe teve um caso com outro homem e eu fui o resultado disso, ela foi embora quando eu tinha dez anos, eu não a vejo desde então, Rose e Brandon são filhos dele e da mesma mãe. -explico a eles o que me disseram

Alexander: Sério. Isso é ainda pior. -Alexander quase grita, a Sra. Connor tenta acalmar a situação enquanto Alexander continua a gritar e gritar.

Anna: Eu vou arrumar minhas coisas. -digo para a Sra. Connor enquanto subo as escadas, sem ter certeza se ela me ouviu com todos os gritos e berros vindos dos homens na sala

Entro no quarto em que esperava poder ficar pelo menos uma noite, recolho minhas roupas do cesto e coloco-as de volta, pendurando o lindo vestido de volta no trilho, pego minha mala e arrumo minhas coisas, não demoro muito.

Coloco meus sapatos e jaqueta, desço as escadas para encontrá-los todos ainda no salão onde os deixei, entro silenciosamente.

Anna: Alguém pode me dar uma carona? -eu pergunto

Sophia Connor: Carona? Aonde você vai? -a Sra. Connor pergunta enquanto pula da cadeira

Anna: Acho que é melhor eu ir, sinto muito se isso causa problemas com o negócio, tenho certeza de que o pai vai compensá-los pelos problemas e tenho certeza de que também serei. -eu digo enquanto vou direto para a porta da frente, quando ouço meu nome sendo chamado, mas não olho para trás

Eu sabia que era bom demais para ser verdade para escapar do pai, acho que posso continuar a sonhar, quando chego ao final da entrada, percebo que não tenho ideia para onde estou indo, eu localizo um de seus guardas no fundo de uma pequena cabana.

Anna: Oi. Qual caminho para a cidade? -pergunto-lhe, e ele não diz nada, apenas aponta para a direita- Então a caminhada vai ser longa, não adianta.

Sr. Connor: Anna, pare. -Sr. Connor grita enquanto ele corre pela calçada, hesito, olhando entre o Sr. Connor e a estrada à frente

Volte para dentro, você não vai a lugar nenhum, vamos, vamos falar sobre isso em casa, Alexander está chocado, só isso, todos nós estamos. -ele diz enquanto pega minha bolsa e pega minha mão gentilmente e me leva de volta para casa

Uma vez lá dentro, a Sra. Connor me traz uma xícara de chá e se senta comigo no sofá.

Sophia Connor: Você precisa de alguma coisa para a dor? -ela pergunta

Eu aceno com a cabeça enquanto tomo meu chá, ela me entrega uns analgésicos e um copo de água, eu os pego e engulo a água.

A sala está silenciosa, ninguém falando ou gritando, deixei meus olhos encontrar Alexander e seus irmãos sentados com a cabeça nas mãos, Alexander batendo o pé no chão.

Anna: Acho melhor eu ir embora. -eu sussurro, fazendo todas as cabeças se erguerem

Sophia Connor: Você não pode sair, esta é a sua casa agora, você não vai voltar para aquele homem. -ela diz

Anna: Eu não sou adequada para sua família, eu não sei por que esse acordo foi fechado entre vocês e meu pai, eu não sou a família dele.

Sr. Connor: O acordo não importa neste momento, vamos lidar com isso mais tarde, agora, você precisa relaxar e saber que não importa o que aconteça, você vai ficar aqui, mesmo que você e Alexander não se casem. -Sr. Connor diz.

Eu vejo Alexander no canto do meu olho, olhando para mim, com um pequeno sorriso no rosto, aposto que ele está feliz por não ter que se casar comigo, agora ele pode ficar com a Olívia e ser feliz.

Andrew e Ryan estão muito quietos desde que voltei para a casa, o senhor Connor tem feito algumas perguntas e eu respondi a ele, contando tudo sobre minha vida nos últimos 9 anos.

Não tenho certeza de como ler a reação deles ao que eu disse a eles, mas uma coisa é clara, eles estão com raiva.

Sr. Connor: Vamos levá-la para a cama, amanhã é um novo dia, vamos descobrir tudo isso. - diz o Sr. Connor enquanto sou levado de volta ao quarto em que estava

No caminho para cima, a Sra. Connor fica quieta, mas pergunta sobre minha falta de bagagem, explico que isso é tudo o que possuo e ela me diz que me levará às compras amanhã, ela explicou que cancelou sua viagem de negócios o que me deixou chocada, eu tentei discutir com ela sobre isso, mas ela é muito severa.

Sophia Connor: Nenhuma filha minha está perdendo alguma roupa, depois do café da manhã, vamos escrever uma lista de coisas que você precisa, Ok. -ela gentilmente me abraça dizendo boa noite e me deixa no quarto sozinha.

Depois de desfazer as malas novamente, coloco meu short e camisa para dormir, assim que estou me preparando para subir na cama, há uma batida na minha porta, digo à pessoa para entrar, Alexander empurra a porta e entra com as mãos nos bolsos.

Alexander: Você está bem? -ele pergunta enquanto se senta na cadeira perto da janela, eu me aproximo e sento em frente a ele

Anna: Não tenho certeza, eu não entendo o que está acontecendo, eu sei que você não quer isso, eu posso dizer pelo jeito que você estava no carro quando você me pegou, posso sair se quiser. -digo a ele enquanto pego a bainha da minha camisa

Alexander: O que eu disse no carro, esqueça isso, eu não sabia que você passou por tanta coisa morando lá, eu pensei que você teria sido tratada da mesma forma que Rose e Brandon, eu sinto muito por tirar conclusões precipitadas. -ele diz enquanto põe sua mão em minha mão e esfregou meus dedos

Uma vez que você esteja aqui, vamos resolver isso ok, estou com meus pais nisso, você não vai voltar lá. -ele diz, me olhando nos olhos- Ninguém merece o que você passou.

Anna: Estou acostumada com isso, é tudo que eu sei nos últimos anos. 

Seus pais vão me deixar trabalhar para eles, eu não quero ficar aqui sem pagar minha passagem, eu não tenho muito dinheiro, mas eu posso cozinhar ou limpar.

Alexander: Mamãe não vai deixar você fazer nada do tipo, você não está aqui para servir, eu sei que meu pai disse que você pode ficar mesmo se não nos casarmos, eu estou bem com isso também um dia de cada vez.

Você precisa descansar e melhorar primeiro, essa é a prioridade, ok. -ele diz docemente, eu aceno com a cabeça enquanto ele diz boa noite e saí me deixando descansar

Subir na minha cama nova é estranho, toda esta situação é estranha, eu finalmente fico confortável o suficiente e caio em um sono sem sonhos, só espero e rezo para que não me mandem de volta para a casa do meu pai, eu realmente não acho que eu poderia sobreviver ficando lá novamente.

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