Capítulo 9

Heloísa espera a Júlia, pois ela estar com ela durante o período de viagens dos seus pais, ela chega do trabalho mais tarde e a encontra vendo filme quase dormindo.

_Oi amiga que preguiça é esta vamos tomar um vinho e jogar conversa fora.

_Ah vamos lembrar da adolescência maravilhosa que tivemos e o quanto aprontamos.

_ Vou tomar um banho e já desço e vou fazer uns lanches bem gostoso para nós.

_Então vai logo menina estou com fome.

A Júlia toma o seu banho se troca e desce, de repente o telefone da Heloísa toca é um número desconhecido, ela hesita em atender mais como não para de tocar acaba atendendo.

_Alô é a senhora Heloisa Brito de Lacerda?

_ Sim, sou eu, do que se trata?

_ Estou a falar em nome da companhia de navegação e cruzeiros a senhora pode comparecer aqui.

_Mas porque tenho de estar aí meus pais como estão? Houve alguma coisa?

_Houve uma tempestade e algumas pessoas estavam no mar naquele momento mas é melhor a senhora vir o mais rápido que puder. Aportamos na cidade do Cabo.

_ Está bem estou indo.

A Júlia observa tudo e chega perto de sua amiga que já está pálida com o semblante em agonia.

_ O que aconteceu?

_Meus pais, houve uma tempestade e eles estavam no mar com algumas pessoas ainda não sabem como estão, vou ter que ir para lá.

_ Eu vou contigo amiga não se preocupe.

_ Estou muito preocupada não me falaram nada por telefone será que eles estão bem? Ai amiga estou com dor no peito eles são minha vida.

_ Vamos pegar as bolsas, pegue seus documentos, eu vou dirigindo.

_ Vamos então.

Elas entram no carro, Heloísa está com um pressentimento de que algo de muito grave aconteceu com seus pais, porque estavam fora do navio? O que será que estavam fazendo?

_O que acontece que está demorando tanto Júlia, parece que não chega nunca.

_ Calma daqui a pouco estaremos lá no local informado, não posso correr além do limite.

_ Esta angústia está me deixando nervosa, sem saber de nada.

_ Entendo, mas logo saberemos, estamos chegando.

_ Nossa tem muitas pessoas lá no porto, estacione ali perto.

_ Verdade não vai dar para chegar até lá de carro, vamos deixar aqui mesmo.

Elas pegam suas bolsas e seguem para o navio, quando chega ela se apresenta e a Júlia também.

O capitão já estava esperando justamente com um casal de senhores aparentemente da mesma idade dos seus pais. o senhor lhe lembrava alguém mas no momento não se recordava quem.

_ Boa noite! Senhorita Heloisa eu chamo-me Luiz Fernando e esta é minha esposa Nair.

_ Boa noite! Senhores, prazer em conhecê-los, mas gostaria de saber notícias dos meus pais, como sabem quem sou?

_ Sente se por favor, todos se sentam o senhor Luiz Fernando se aproxima dela.

_ Os seus pais amam-lhe muito com orgulho da senhora eles mostraram uma foto sua ano passado. Hoje eles resolveram participar de uma corrida de jet-esqui, era tudo brincadeira, muitos participaram eles estavam bem empolgados.

_Estavam? Onde eles estão, se machucaram?

_ A maioria estava em alto mar sendo surpreendidos por uma tempestade e um raio os atingiu. A equipa fez todas as manobras para salvá-los, porém não foi possível.

_ Eles... Não pode ser, eu não acredito os meus pais, o meu tudo.

Ela começa a chorar as lágrimas escorrem como cachoeira, ela não consegue raciocinar direito os seus pensamentos estão desconexos a dor dilacera o seu peito, o coração parece que vai parar, aquele momento ela queria ter ido com eles, não imagina viver sem os seus queridos pais, porque incentivou esta viagem, porque ela está viva, não pode ser verdade é só um pesadelo, o seu porto seguro e apoio em todo o tempo, não vai aguentar sem eles.

_ Infelizmente eles foram resgatados sem vida.

Nesta hora ela já não conseguia exprimir uma palavra, Heloisa sente como se o seu corpo pesasse uma tonelada, imagina o quanto eles estavam ansiosos com este cruzeiro, pareciam duas crianças, ah! Que faria da sua vida, seu mundo desmoronou e agora? Ah! Pai não me deixe eu preciso do seu sorriso e incentivo, sua garotinha te chama, não me deixe por favor. Mãe cadê seu abraço quentinho e seus carinhos, não me ensinaram a viver sem vocês, me ajuda. Júlia a amparava, ali do seu lado garantindo um pouco de segurança nesta hora tão difícil.

Eles a levam até onde estão os corpos deles para ela reconhecê-los. Ela os vê ali sem vida tão diferente daqueles que deixaram a chácara, olha para cada um é como se esperasse que eles acordassem dizendo que era tudo uma brincadeira, ah! Que dor e esta, pensa Heloísa porque as coisas acontecem desse jeito? Quantos projetos e sonhos seus pais tinham e olhando para eles lhe vem a mente a vontade de desistir de tudo, pois qual a motivação para viver agora?

_ Pai, mãe não me deixem, o que vou fazer sem vocês? Porque tinha que ser assim? Eu não tenho estrutura nem forças para encarar isto. Como vou prosseguir sem os seus conselhos e carinho, a mãe e seu abraço? Ah Júlia o que eu vou fazer?

Júlia abraça com força ela que está tremendo e soluçando, grande é a tristeza e dor que está sentindo, não há palavras que a consoles, por isso um abraço sincero é o que amiga oferece, neste momento ela percebe que só tem seus amigos agora. Sem compreender por enquanto os desígnios desta vida ela se questiona sobre os acontecimentos das últimas horas, assim dar lugar ao pranto. mesmo com sua amiga ali do lado, ela sentiu se desamparada é como se tirasse um pedaço dela, sentiu o coração rasgado ao meio por uma dor imensa, sim ela está desestruturada sem direção, no momento nada a consola. Perder seus pais a deixou desnorteada, não tem ânimo para nada.

_ Senhora tem uns documentos para assinar e os pertences deles para lhe entregar.

_ Eu irei com ela é só dizer onde diz julia.

_Nós também estamos com a senhorita diz o casal.

Assim eles a acompanham.

O seu mundo ruiu e com as lágrimas rolando pela face, andando como uma autómato amparada por Julia ela conseguiu resolver as coisas e encaminhar os corpos para o funeral. O senhor Luiz Fernando e a esposa estão todo tempo do lado dela, pois ele prometeu cuidar da filha deles.

O Otavio avisou que estava a caminho com a solução para o contrato, mas agora nem era o momento, porém ele o aguarda.

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