Capítulo 4

Sombra💰

Eu estou aqui no hospital com essa moça que mesmo nunca tendo visto na vida, salvou o meu morro. Tantas perguntas se passam na minha mente, e todas estão sem resposta. Ela rapidamente é socorrida e a tia Atena chega desesperada com o tio JP e a Céu...

Atena: Oi, meu filho. Tem alguma notícia dela? — pergunta com lágrimas nos olhos.

Eu: Ainda não, tia. Estamos aqui esperando notícia de alguma das duas.

Jp: Duas?

Eu: Sim, tio. Da moça que parou o caveirão, ela acabou levando um tiro.

Jp: Ela fez a mesma coisa que o seu pai fez há anos atrás.

Eu: É, ela fez sim...

Nesse momento a Izzy chega, ela já havia feito a ficha da moça...

Izzy: Alguma notícia dela?

Eu: Ainda não. Maninha, como vocês se conheceram?

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Flashback on💭

Izzy🦩

Eu estava correndo, trocando tiro entrando nos becos até que fui encurralada numa viela. Eu estava sem munição, estava sem nada, e mesmo tentando lutar, eu vi que era o meu fim...

Policial 1: Perdeu, filha da p4t@! — apontava a arma pra mim.

Policial 2: Você deve ser a Izzy, irmã do sombra. Bem gostosa você, pena que é do vale.

Policial 3: Mas, vai deixar de ser quando dermos um belo trato nessa p4tinh@ gostosa!

Sem que eles percebessem, uma mulher se aproxima e em silêncio apaga um dos policiais com um golpe certeiro. Ela lutou com agilidade, golpes extraordinários, ela sabia o que estava fazendo, derrubando cada um deles e os matando. Ela se dirige até mim...

Mulher: Tudo bem? — ela estende a mão para mim e me levanta.

Eu: Está sim, muito obrigada! — ela confirma com a cabeça.

Mulher: Temos que sair daqui agora, com toda certeza tem mais vindo para cá. Vamos, rápido! — ela sai na frente e eu saio com ela.

Ela tem movimentos rápidos, e um reflexo muito bom. Ela vê um policial e tira uma estrela de arremesso e com uma mira certeira o atinge e ele cai no chão. Ela parecia que saiu que saiu de um filme de uma mistura de Ninja com Samurai. Ela por diversas vezes derrubou os policiais sem estar sequer armada. Não demoramos muito e chegamos na casa dela, e ouvimos alguém comentar que o caveirão estava subindo, e ela me entregou a munição que eu estava precisando.

Eu: Valeu por ter me ajudado. Qual é o seu nome?

Mulher: Disponha. Cynthia e o seu? — ela estende a mão para mim.

Eu: Satisfação, Cynthia. Me chamo Izzy! — aperto a sua mão e ela confirma com a cabeça.

Ela tem um olhar frio, ela não esboça nenhuma reação, mas não deixa de ser linda. Ela tem um rosto angelical, parece uma boneca de porcelana, com os cabelos grandes, metade num coque, metade solto. Ela pega algumas granadas e voltamos pro combate e no meio do caminho vamos derrubando mais policiais até que ela consegue se aproximar do caveirão, e tudo que eu escutei foi uma grito do Dudu, pedindo para que ela se abaixasse e quando virei, ela já estava caída no chão, e o Grego derrubou o policial.

Flashback off...

Sombra💰

Algumas horas se passam, e um médico aparece...

Médica: Familiares de Marina Hernandez Soares?

Tia Atena: Somos nós.

Médica: Prazer, sou a doutora Maristela Borges. Qual o grau de parentesco com a paciente?

Tio Jp: Somos os pais da paciente.

Médica: Ótimo. Felizmente a filha de vocês está bem. A bala atingiu a coxa, estava alojada, mas já fizemos a retirada. O projétil na coxa felizmente não atingiu nenhuma artéria femoral, nem arrebentou o fêmur, a paciente já está no quarto, e já pode receber visitas.

Tia Atena: Obrigada, doutora! — a médica sorri e acena em afirmação.

Izzy: Doutora, a senhora tem alguma informação sobre a moça que chegou junto com a Marina?

Médica: Ainda não, mas vou tentar coletar alguma informação sobre. Qual o nome da paciente?

...Izzy: Cynthia Harume....

Médica: Certo, assim que tiver notícias aviso a vocês — ela sorri gentilmente — com licença.

Os pais da Marina vão para o quarto visitá-la junto com a Céu, e a minha irmã e eu ficamos aqui nessa angústia para sabermos como ela está. Mais uma hora se passa, e a tia Atena sai do quarto da Marina com o marido e a filha...

Tio Jp: Alguma notícia da moça? — ele cruza os braços.

Eu: Ainda não. Estou ficando preocupado — jogo a cabeça para trás.

Céu: Não sei pra que tanta preocupação com uma desconhecida! — diz com desdém e pela cara da Izzy ela está se segurando pra não voar no pescoço fino da Céu.

Eu: Me preocupo, porque ela salvou não só a vida da minha irmã, como todo o morro. Salvou a mim, e automaticamente o seu pai, sua mãe, suas irmãs e até mesmo você! — digo já sem paciência.

Tio Jp: Céu, fica quieta! — o Tio Jp olha sério pra ela que não diz mais nada.

Assim que o meu irmão se envolveu com a Sol, eu comecei a ficar com a Céu. Mesmo a minha mãe sendo a melhor amiga da tia Atena, ela nunca aprovou muito isso, e como sabem, aviso de mãe é aviso de Deus! E até mesmo os pais dela foram contra, o que eu admiro nos dois é que eles dois amam as filhas, fazem de tudo por ela, mas não passa pano pros erros das filhas. Fiquei algumas vezes com a Céu, temos uma conexão incrível na cama, mas fora dela não temos nada em comum. Ela queria que eu a assumisse como minha fiel, mas se eu fosse me basear somente na conexão que temos na cama, isso daria muito errado, até porque sexo não é tudo. Ela é uma mulher linda, atraente, é gostosa, sabe bem como satisfazer um homem, mas eu quero uma companheira para partilhar uma vida, e eu me inspiro muito nos meus pais quando o assunto é casamento. Eu vi a forma como os meus pais dirigiam o morro. A minha mãe estava sempre ao lado do meu pai, fortalecendo ele, e ele a apoiando em tudo assim como ela fazia com ele. O amor dos dois me inspiram, são referência, tanto para mim, como para cada um dos meus irmãos.

Essa moça desconhecida acabou causando uma pequena bagunça aqui dentro. O seu rosto tão angelical, o seu olhar pentrante como quem conseguisse enxergar a minha alma, seus lábios vermelhos, sua boca desenhada, os seus cabelos macios e o seu cheiro amadeirado e ao mesmo tempo suave ainda está impregnado em mim e eu estou com um medo absurdo de perde-lá e não é somente por gratidão, vai muito além disso. Eu me lembro de quando os meus pais contavam a história de como eles se conheceram, como o meu pai se encantou por ela desde o primeiro momento que a viu e soube que seria ela. Será que o mesmo está acontecendo comigo? Tudo ainda é muito confuso, e a única coisa que sei é que eu não vou reprimir esse sentimento tão bom, e sim, apenas senti-lo com todas as minhas forças.

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