Capítulo 4

Continuação

Orgulho é uma palavra muito forte para eu poder dizer, eu não sei exatamente se todo mundo que pertence a minha família se orgulhava de mim. A única pessoa que eu tenho certeza que sentia orgulho de mim é a minha mãe, mesmo ela sabendo que eu não poderia ter um emprego por conta do meu pai.

Eu sempre quis viver uma vida normal como as pessoas tem, acordar cedo para trabalhar e ficar feliz quando soubesse que teria folga, mas isso não aconteceu comigo por causa dele. O meu pai sempre arruinava meus planos, ele fazia questão de sujar meu nome nas empresas por puro capricho.

Diz ele que não queria a sua única filha trabalhando e dando duro para ganhar migalhas. O jeito machista dele pensar me deixava envergonhada e com medo de passar vergonha eu desistir de procurar um trabalho e por isso não sei o que significa orgulho, já que eu nunca pude senrir orgulho de mim mesma.

Suspiro e bebo o líquido do copo,olho tentando não demonstrar o desconforto que estou sentindo e me pronuncio tentando não fraquejar.

- Só a minha mãe sentia orgulho de mim, meu pai nunca ligou para o que eu pensava....eu sempre fui uma marionete em suas ageis mãos.

Colem: Você é uma adulta e pode fazer o que bem entende, imagino que teve seus motivos para viver embaixo do nariz do seu pai.

- Sim, ele acabava com todos os meus planos de procurar um emprego.

Colem: Você já parou para pensar no por que dele fazer isso?

- Não, pois é fácil imaginar o porquê dele agir dessa forma.

Colem: Talvez ele só queria lhe manter perto dele, é normal os pais terem esse tipo de cuidado com os seus filhos.

- Não tenho tanta certeza disso, meu pai sempre foi um homem que gosta muito de controlar as pessoas.

Colem: Não vai adiantar nada ficar aqui dizendo o que o seu pai é ou deixa de ser, vamos apenas deixar isso de lado e se concentrar no que é preciso.

Ele tem razão não vale apena perder tempo falando do meu pai, falar dele só vai deixar o clima tenso e até pode acabar com a nossa noite. Eu me concentro no que ele está dizendo e a todo momento observo ao redor. Me sentindo inquieta por conta dos olhares em nossa direção, eu o chamo e peço para irmos pro quarto.

Ao terminar a nossa refeição, seguimos para o elevador de mãos dadas para não levantar suspeitas. No quarto, eu começo a me alongar por conta da dor nas costas, devido ao mal jeito que eu fiquei na cadeira enquanto prestava atenção no que o Colem falava.

- Você acha que isso vai da certo?- Digo assim que termino de ouvir um pouco sobre a vida dele.

Colem: Tem que dar, tente gravar pelo menos a metade.

- Só lembro que você tem 33 anos, teve dois relacionamentos mais não deram certo, eu lembro que você não curte muito sair para festas, não bebe muito só bebe quando está chateado ou com problemas....

Colem me olha como se esperasse mais de mim, realmente eu estou decepcionada comigo mesma, ele me contou tanta coisa e eu só lembro disso??

Colem: Não lembra mais de nada?

- Não...minha mente deu um branco.

Colem: Tudo bem, foi muito para um dia só, amanhã a gente continua.

- Melhor, minha cabeça parece que vai explodir!

Colem: Tome um remédio e descanse, isso vai lhe ajudar.

- Onde irá dormir?

Colem: Na cama, eu não irei fazer nada com você. E a cama tem muito espaço.

- Claro e eu não vou bancar a criancinha né!

Sigo para o banheiro, prendo o meu cabelo em uma poupa solta e limpo o meu rosto tirando todo o excesso da maquiagem, escovo os meus dentes e lavo bem a minha boca antes de sair do banheiro. Ao sair vejo o Colem de costas sentado e observando algo em seu celular, sigo para o closet e pego uma roupa de dormir, me visto e sigo para a enorme cama de casal.

Ao deitar nela eu suspiro pois ela é tão macia! Eu me ajeito na cama e em menos de segundos eu caio em um sono profundo e arrebatador.

Continua

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