Capítulo 13

Rafael não estava conseguindo se concentrar na leitura dos documentos, ele não estava aceitando bem a indiferença de Elisa, queria saber o motivo dela agir assim. Quando finalmente ele acabou de ler e assinar os documentos ele chamou ela até sua sala.

Elisa: Com licença senhor.

Rafael: Os documentos já estão assinados, pode levar.

Elisa pega os documentos e antes de tocar a maçaneta para sair, Rafael a chama.

Rafael: Espera!

Elisa: Mais alguma coisa?

Rafael: Por que não foi à festa? Pensei que queria comemorar o sucesso da nossa equipe.

Elisa suspirou profundamente e respondeu.

Elisa: Desculpa senhor é que meu namorado chegou tarde do trabalho e estava muito cansado, preferiu ficar em casa descansando.

Rafael: Claro, eu deveria ter imaginado que você teria alguém. Era só isso pode ir agora.

Elisa sai e sente um alívio, ela não gosta de mentir, mas não queria que o interesse de Rafael a prejudicasse em seu trabalho, ela sabe que um envolvimento entre chefe e funcionário sempre acaba mal, e o que ela não quer é problema, pois já tem um bem grande para resolver.

💭Espero que com isso ele desista de querer me levar para cama e mude o foco, eu preciso me concentrar em algo bem mais importante.

Rafael em sua sala atirou um peso de papel em sua porta, estava sentindo algo estranho, ele nunca sentiu isso antes, e estava perdido sem saber como agir, depois que Elisa mencionou que tinha namorado, ele sentiu seu coração rasgando, sentiu um gosto amargo e uma raiva de alguém que ele nem conhecia, quando ele viu Elisa pela primeira vez, teve a certeza de que ela seria dele e nem cogitou a possibilidade dela está em um relacionamento, ele ficou de péssimo humor.

💭Droga Elisa porque você tinha que ter alguém, porque não esperou eu chegar em sua vida.

Felipe entrou na sala e viu a bagunça na mesa do Rafael e como bom amigo ele sabe que se trata de algo sério, que Rafael não esta bem e precisa desabafar com um amigo.

Felipe: Pelo visto, você falou com sua secretária.

Rafael: Ela não foi por causa do namorado.

Felipe: Sabíamos que era uma possibilidade.

Rafael: Eu sei, mais doeu ouvir isso da boca dela.

Felipe: Agora que sabe que ela é comprometida, o que pretende fazer?

Rafael: A única coisa certa a se fazer, eu vou desistir dela, não posso atrapalhar a vida dela, mesmo que isso me machuque muito, eu vou tirar ela da minha cabeça.

Felipe: Você vai conseguir separa as coisas? não esqueça que esse sentimento é unilateral da sua parte, que ela nunca demonstrou interesse, sabe que não pode fazer nada que a prejudique, ela é dedicada e está fazendo um ótimo trabalho.

Rafael: É claro que eu sei parece que não me conhece, eu jamais faria algo desse tipo, sei reconhecer quando perco uma batalha.

Felipe: Desculpa amigo, mais em se tratando de Elisa você perde o foco totalmente, e não consegue raciocinar direito, ela mexeu de verdade com sua cabeça, então minha preocupação é válida.

Rafael: Não se preocupe a tratarei com profissionalismo.

Isso era o que Rafael tinha em mente, mas a razão e emoção nem sempre costumam andar juntas, ele começou a dá mais trabalho para ela, e também horas extras diariamente, Elisa não se importava, cumpria suas tarefas sem reclamar, pois ele não demonstrava mais interesse nela, e a tratava de modo respeitoso, na verdade ela ficou muito feliz, pois além do salário ser bom, ainda estava ganhando hora extra.

Rafael mesmo prometendo a si mesmo que esqueceria Elisa, ele não se esforçava para conseguir, pois no trabalho sempre dava um jeito de está o mais próximo dela e até na hora do almoço ele sentava em um local que desse para ficar observando ela.

E durante três semanas seguidas ele triplicou o trabalho de Elisa, pedia para ela fazer uma coisa, e depois que refizesse novamente, e cada vez ela saía mais tarde.

Depois de um longo dia de trabalho Elisa se dirigiu ao ponto de ônibus, a rua estava vazia e um pouco escura, ela apressou o passo e antes de chegar ao seu destino ela foi atacada por um assaltante, ele cortou a alça da bolsa dela com um canivete, Elisa se assustou e em um movimento brusco o canivete feriu a mão dela, foi tudo muito rápido e quando ela se deu conta do que estava acontecendo o assaltante estava bem longe. Um casal estava de longe viu toda a ação e foram socorrer ela, que estava muito nervosa. Os dois a acompanharam até o ponto de ônibus e deram o dinheiro da passagem de volta, por sorte ela tinha colocado o celular no bolso e o assaltante não viu. Dentro do ônibus voltando para casa, ela ligou para Mônica e pediu para ir buscá-la na parada, pois ainda estava muito assustada, Mônica pediu a um vizinho que a acompanhasse pois já era tarde, e as ruas estavam quase vazia.

Quando Elisa viu Mônica ela a abraçou e chorou muito, Mônica ficou com muita raiva do Rafael por fazer a amiga passar por isso.

Na manhã seguinte ao chegar na empresa Rafael comprimentou Mônica na recepção.

Rafael: Bom dia!

Mônica com cara se poucos amigos não aguentou e deu uma resposta.

Mônica: Bom dia! só se for para o senhor.

Rafael arregalou os olhos pois não esperava aquela resposta.

💭****Só pode está de TPM, melhor nem dizer nada.

Ele foi até a sala e chamou Elisa.

Elisa: Com licença.

Rafael percebeu o curativo na mão de Elisa.

Rafael: O que foi isso na sua mão.

Elisa: Um acidente doméstico, nada que impeça de cumprir com as minhas obrigações.

Além do ferimento na mão, Rafael também percebeu que ela tinha chorado, então não acreditou na história de acidente doméstico, e lembrou também da maneira como Mônica o respondeu. Ele imaginou que Elisa foi vítima de agressão por parte do namorado.

💭Se aquele canalha estiver por trás disso, ele vai se arrepender.

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