Yulexi não para de chorar há um bom tempo. Isso começa a incomodar outras sereias que estão lá também.
— Por que você a trouxe aqui? — A voz de outra sereia soa. — Essa vampira é muito barulhenta.
— O que você queria que eu fizesse? Que a deixasse morrer?
— Como assim morrer? — Pergunta Yulexi. Parece que seu maior problema neste momento não é o amor de Victoriano.
— Dois lobos te jogaram ao mar encadeada, se eu não tivesse te salvado, você teria se afogado. — Responde Bianca. Este é o nome da sereia que a salvou.
— Muito obrigada. Embora agora não sei se é melhor estar viva ou morta. — A dor em seu coração é mais forte do que as surras que recebeu ao longo de sua vida.
— Sempre é melhor estar viva. Você vai superar essa dor.
— Um amor nunca se supera.
— Você não precisa mais se preocupar com isso. De qualquer maneira, você nunca sairá daqui.
Yulexi chora mais.
— Você não é boa consolando as pessoas.
— Desculpe-me.
— Como você se chama?
— Eu sou Bianca.
— Eu sou Yulexi.
— Eu sei, as sereias têm o poder de ver o passado das pessoas.
— Sério?
— Sim.
— Li isso em uma lenda. Parece que a maioria das lendas são reais.
— Você também sabia sobre o príncipe das duas matérias?
— Sim.
— Você é uma idiota, somente a você ocorre renunciar aos seus poderes por amor. — Diz uma sereia que Yulexi não viu.
— De quem é essa voz? — Pergunta Yulexi.
— Conheço alguém que se atirou ao mar para que seu amor vivesse para sempre na culpa. — Diz Bianca para calar a outra sereia.
— Cale a boca, Bianca. — Se incomoda a outra. Várias sereias vão saindo do mar aos poucos.
— Todas vocês são...? — Yulexi as olha com impressão.
— Mulheres decepcionadas do amor que nos atiramos ao mar, agora somos sereias, mas antes fomos humanas. — Conta Bianca.
— É incrível, todas podem ver o passado?
— A maioria sim, há cinco ou seis que não, seus poderes não evoluíram.
— E quanto ao futuro? Alguém pode vê-lo? — Se fosse assim, Yulexi não hesitaria em perguntar sobre o seu.
— Não, a deusa do oceano só nos permite ver o passado.
Yulexi se sente decepcionada, mas ainda tem uma pequena luz de esperança.
— Há alguma forma de eu sair daqui?
— Se você se tornar uma sereia, poderá ir e vir com liberdade, mas nunca tocará o solo firme.
— Não quero isso, preciso sair em terra firme, quero buscar minha família.
— Escute, a única forma de sair sendo humana é chegando ao fundo do redemoinho, encontrando a flor azul e comendo-a. — Diz uma das sereias.
— O quê? — Yulexi já leu sobre essa flor, mas se supõe que ninguém nunca sequer a viu e menos a tocou.
— A flor azul é uma lenda, não ligue para isso. — Diz Bianca, ela não quer que Yulexi se coloque em perigo.
— Essa flor realmente existe, mas somente alguém de coração puro é capaz de encontrá-la, alguém que nunca matou. Nós nos matamos, por isso, mesmo que cheguemos lá, não poderíamos vê-la. Mas talvez você possa.
— Nunca matei, mas meu coração não é puro, se essa flor existe, eu também não poderia encontrá-la. – Diz Yulexi com tristeza.
— Como você pode ter certeza de que seu coração não é puro? Eu não vejo ódio em seus olhos, há apenas tristeza, não vejo rancor, apenas dor, não vejo sede de vingança, apenas o desejo de ver os seus. Seu coração é mais puro do que o de muitos.
— De qualquer forma, não respiro debaixo d'água. – Esse é o maior obstáculo. O estômago de Yulexi ronca.
— Você está com fome, não é? – Diz Bianca.
Yulexi desmaia. Desde o hospital, ela não comeu nada. Além disso, ficou internada por três meses e desistiu de seus poderes. Ainda não sabem como ela consegue falar.
Bianca se corta com uma pedra.
— O que você está fazendo? – Diz outra sereia.
— Eu não vou deixá-la morrer. – Coloca algumas gotas de seu sangue na boca de Morgana.
Meia hora depois, Morgana acorda. Ela vê tudo escuro até que Bianca cria uma luz.
— Obrigada por me ajudar. – Agradece Bianca.
— Como você sabe que fui eu?
— Você é a mais gentil aqui.
— Isso doeu. – Diz uma sereia.
— Eu vou apresentá-las. Essa é Andy, Lili, Niki, Lucy, Elsy, Maru, Tilo... – Apresenta todas.
Yulexi se levanta com um pouco de dificuldade.
— Existe alguma maneira de eu poder tomar um banho?
— Estamos no mar, só há água salgada.
— Nunca gostei de água salgada.
— Se você tivesse seus poderes, poderia transformar a água salgada em água doce. - Diz Andy.
— Obrigada por me dizer o que já sei. É nisso que dá subestimar meus poderes. Contem-me mais sobre esta flor.
Bianca conta a história.
- Há muitos séculos\, a deusa do oceano viu muitas pessoas más jogando outras no mar. Ela teve piedade deles e os transformou em sereias\, tritões e criaturas do oceano. Então ela plantou uma flor no fundo do redemoinho. Disse que se alguém quisesse voltar à terra firme\, poderia fazê-lo. Mas a pessoa deveria ter o coração puro. E não carregar más intenções. Não podemos ir até lá\, já sabemos o porquê.
— Mmm.
Yulexi mergulha no mar, mas quando chega ao redemoinho, é impossível controlar seu corpo. Ele absorve tudo o que chega até ele. Ela não tem outra opção senão nadar até a superfície.
— Nunca vou conseguir chegar lá. Esse redemoinho é muito forte.
— Você precisa de energia. – Bianca tira um pouco de comida.
Yulexi sente saliva ao redor da boca.
— Muito obrigada. - Pega uma maçã e come, que tem um sabor bastante saboroso.
— Você precisa ter cuidado aqui. Nesta ilha, não somos os únicos que vivemos. - É difícil para Bianca dizer.
— Quem mais vive aqui?
— Criaturas que comem humanos. Talvez elas não te machuquem, mas eu não tenho certeza.
— Obrigada por me avisar.
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Atualizado até capítulo 59
Comments
Valda Martins
Ansiosa pra ela recuperar seus poderes
2023-08-12
2
kessy
Espero que ela saia dai e mostre sua força e que consiga seus poderes novamente, para destruir o rei e a cadela .😡😡😡😡😡😡
2023-06-26
0
Suzi Ozorio
😍😍😍😍😍
2023-06-25
1