Um dia na praia

Roberta Salles

Quando eu achei que a levaria para minha cama, a campainha tocou era a comida que eu pedi, atendi a porta e assim que o entregador foi embora, ela saiu dizendo.

- C: Desculpa eu tenho que ir

Sua voz estava fraca, ela saiu sem nem olhar pra trás eu tentei impedir mas ela foi muito rápida, mas tudo bem, talvez ela tivesse razão, tínhamos que parar, só que eu ainda estava tão excitada, que não conseguia comer, então coloquei a comida em cima da mesa e fui tomar um banho para esfriar meu corpo.

Em baixo do chuveiro, eu passei tudo aquilo que tinha acontecido na cabeça, e só de lembrar dela gozando em minha mão, do seu rosto vermelho, em chamas, seu corpo tremendo ao gozar, nossas respirações descontroladas, meu corpo foi se esquentado, senti meu sexo se contraí de desejo, então passei uma mão em meus seios apertei de leve, enquanto com a outra comecei a me masturbar, me lembrei da suas palavras, me pedindo para ir mais rápido que ela iria gozar gemendo, senti o orgasmo chegar e explodir, me deixando trêmula, e sem ar, esperei meu corpo se acalmar, respirei fundo e terminei meu banho.

Coloquei um pijama, fui até a cozinha, coloquei a comida no prato, fui até a sala, liguei a Tv e coloquei uma série.

E o resto da noite foi assim deitada no sofá assistindo série, acabei dormindo no sofá de tão cansada que estava.

Acordei no meio da madrugada, com o corpo dolorido por está no sofá, desliguei a Tv e fui para o quarto, deitei na cama e voltei a dormir.

Na manhã de domingo, o sol estava tão lindo que decidir ir a praia, coloquei meu biquíne, peguei uma saída de banho,peguei o protetor solar e fui de ônibus, quando cheguei estava cheio, andei até a beira do mar e lavei meus pés, minha mãe era Umbandista então aprendi dês de cedo, a saudar os orixás, pedi licença a Iemanjá, depois fui até a barraca mais próxima, pedi uma caipirinha, peguei uma cadeira de praia com guarda sol e sentei, como sempre saio com meu celular e meu fone, coloquei uma música deitei na cadeira e fiquei ali observando as pessoas, era uma vista boa, tinha cachorros correndo, crianças brincando, pessoas conversando e dando risadas, pessoas surfando e nadando, tudo uma paz, como eu sempre sonhava quando era criança.

E engraçado ver que estou conseguindo aos poucos, lembro que tive muito medo, que pensei em desistir várias vezes, que me sentia inútil, pois não conseguia ajudar minha mãe, pois não conseguia ser melhor para ela, mas mesmo assim eu continuei e não desistir por isso que quando eu fiz 21 anos me dei duas tatuagens de presente, uma escrito " Cont;nue" e a outra " Gratidão".

As pessoas me olhando e me vê feliz, cantando, dançando, brincando, mas só eu sei dos meus traumas, esses que são meus tormentos, que eu não consigo esquecer, tô fazendo de tudo para só seguir em frente, só continuar, mas as vezes as lembranças vem e eu tenho vontade de morrer, ou fazer algo para mudar o passado, ou apagar minha memória, só que não posso fazer nada disse, então apenas choro até a dor passar, e eu consegui continuar. Foi por isso que me mudei, para tentar esquecer, ou só para tentar seguir enfrente.

Fico tão focada em minhas lembranças e em meus pensamentos, que nem noto quando uma pessoa de aproxima, só a percebo porque toca em meu braço e diz

- Oi, está sozinha?

Era um rapaz, moreno alto, com olhou castanhos e cabelos cacheados, ele está segurando uma prancha de surf, e com um sorriso esperando minha resposta

- R: A sim estou

- E: Meu nome e Eduardo, posso sentar aqui, te fazer companhia ?

Ele tinha um sotaque carioca, era bonito.

" Porque não, tô sozinha mesmo"

- R: Claro, senta aí, meu nome e Roberta

Eduardo e um cara gentil e engraçado, me faz esquecer minha lembranças, bebemos juntos, depois nadamos também, ele me contou que nasceu no Rio, que morava ali perto, eu contei que tinha acabado de me mudar para o Rio que não conhecia ninguém, ele pediu o meu número, se ofereceu para me mostrar a cidade se eu quisesse, e eu aceitei, pois não conhecia ninguém, e sou uma pessoa difícil de fazer amizade, mas ele parecia ser uma boa pessoa, em nenhum momento ele deu em cima de mim, ou falou algo constrangedor, ele ágil como alguém que só queria ser legal e eu gostei.

A tarde eu decidi ir embora, e me despedi de Eduardo, combinado que conversaremos por telefone, votei para casa feliz por te feito um amigo

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