Capítulo Um

Sophia Harris

Saio do hospital já tarde

- Caramba estou exausta - falo entrando no carro, já são 1:30 da manhã trabalhar como auxiliar de necropsia em um hospital parece para muitos fúnebre e assustador , e olhando por um lado até que é , ter que lidar todos os dias com a morte é uma tarefa difícil porém é uma profissão muito importante , se não existisse pessoas como eu que investigasse a causa da morte de outros , muitos assassinatos como envenenamentos ou coisa do tipo passariam por morte natural

Dirijo para casa

Deixo o carro no estacionamento pago que fica na rua da minha casa, quatro casas mais à frente para ser mais específica

Quando chego no jardim de casa, a tropeça em uma pedra no meio do caminho e caio de cara no chão

Espera o chão respira?

Levanta o rosto A rua está um pouco escura iluminada somente pela luz dos poucos postes mas mesmo assim percebo que estou caída em cima de um homem

Tento levantar mas ele me envolve com seus braços

- Por favor meu amor não vá - ele resmunga entre soluços e sinto um cheiro forte de álcool que me faz enjoar

- ACORDA -grito dando tapas em seu rosto ele resmunga algo que não consigo entender e me aperta mais forte

- SOCORRO - grito mas ninguém aparece

Queria o quê Sophia?

São quase duas da manhã os vizinhos estão todos dormindo

Que maravilha, estou aqui presa ao incrível Hulk , enquanto todos dormem tranquilos em suas camas , porque essas coisas só acontecem comigo?

Depois de muito esforço consigo sair de seu aperto, me levanto olhando para o homem que ainda dorme no chão

-Não me deixe, por favor - as luzes fracas da cidade iluminam seu rosto, sua expressão é triste e lágrimas escorrem de seus olhos mesmo estando fechados

Meu coração dói ao vivo nesse estado, está tão frio, não posso deixar assim

Penso em tentar carregá-lo para dentro de casa, mas seria muita imprudência fazer isto, ele pode ser um psicopata ou algo do tipo

O homem se mexe, parece que está acordando

- Você... É ... Um Anjo? - pergunta com os olhos entre abertos, com a voz arrastada

- O que? Não sou a dona da casa em que você dormiu no jardim

- Veio ... Salvar? - Caramba esse cara está muito louco

De qualquer forma não posso deixá-lo passando frio, ele parece tão frágil tão ferido e vulnerável

Já sei, corro para dentro de casa e pego o primeiro cobertor que encontro, jogo em cima do homem que voltou a dormir

Depois entro dentro de casa e tranco bem as portas, depois me jogo na cama e caio no sono

...

O despertador toca

- Mas que coisa, já é dia - resmungo com o mesmo mau humor matinal de sempre, faço minha higiene eu vou preparar o café

Mas antes dou uma espiada pela janela, para ver se o homem ainda está no jardim ou fugiu com o meu cobertor

Ele não está mais aqui

Bufo frustrada , é isso que recebo quando tento fazer uma boa ação

Ele nem sequer veio agradecer, devia ter deixado passando frio, no mesmo instante em que falo a campainha toca me assustando

Corro para ver quem é e quando olho pelo olho mágico

Vejo ninguém menos que Adam Morgan, na minha porta segurando um cobertor da hello Kitty

O bêbado de ontem, como não reconheci?

Adam

Acordo com saio de sol batendo em meu rosto, sinto uma pontada na cabeça e algo roçar na minha pele, um cheiro de grama molhada chega as minhas narinas

Abra os olhos e noto que estou deitado sobre a grama com um cobertor Rosa em cima de mim

- Preciso parar de beber - falo para mim mesmo

Me levanto sentindo um pouco zonzo e enjoado

Maldita ressaca

Estou em um jardim e mais à frente vejo uma pequena casa, deve ser a pessoa deve ser da pessoa que me emprestou este cobertor

Vou até a casa para agradecer e devolver o cobertor

Espero que nenhum paparazzi tenha me fotografado nesse está, a tempos venho tentando esconder meu vício da imprensa

Ninguém sabe que virei um alcoólatra, e por isso tive que contratar outra pessoa para ficar no meu lugar na empresa

Lógico que Andrew não gostou nada disso, mas não tenho mais cabeça para nada

Não sei por quanto tempo vou conseguir esconder de todos

Toco a campainha e quando a porta está se abre, encontro o olhar arregalado de uma pequena mulher, ela é linda mas parece assustada

Parece até que enfim um fantasma, Será que estou tão mal assim?

Provavelmente sim porque ela não para de me encarar

- Olá, bom dia eu ...

- Cobertor - ela me interrompe apontando para o que está em minhas mãos

- Sim , eu já ia perguntar é seu ? - ela assente e entrego

- Obrigado por me emprestar - sorrio envergonhado , eu estava bêbado dormindo no quintal dela , isso é constrangedor

- Café?

- Como ?

Ela respira fundo fechando os olhos e limpa a garganta

Depois olha para mim

- Vou preparar agora o café , você aceita ? - estava começando a achar que ela não conseguia formular uma frase completa

Preciso mesmo de um café bem forte

- Aceito - ela me convida para entrar

Na cozinha a mulher começa a preparar o café , ela parece um pouco atrapalha derrubando tudo o que pega e trombando no que encontra pela frente

- Precisa de ajuda? - pergunto

- Não obrigada , só falta o coar o pó... Digo coar a água... NÃO coar o café - ela se atrapalha com as palavras , tão fofa , só não consigo entender porque está tão nervosa

Ela coloca a água no coador de café , mas suas mãos tremem tanto que derruba tudo fora

- Posso fazer ? - pergunto me aproximando e ela assente envergonhada

Fervo novamente a água , dessa vez sou eu que preparo o café enquanto ela faz algumas panquecas

- Então ... Como é o seu nome?

- Sophia , desculpe estar tão atrapalhada , não sou assim , não sei o que deu em mim hoje

- Não se preocupe Sophia , todos nós algum dia acordamos assim

Quando terminamos , nós dois sentamos na mesa

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