Capítulo - 1 Do céu ao inferno

Eu sempre gostei de admirar o céu. Peguei esse hábito com o meu pai e minha mãe. Todo dia de manhã eu acordava as 05:30 e eles já estavam acordados e juntos tomando café.

Eu sempre achei lindo. Gostava de juntar-me a eles e sempre líamos o nosso livro favorito na varanda admirando o nascer do Sol. Éramos muito felizes e, devo dizer, a morte deles abalou-me muito.

A propósito sou Olivia e vou contar a minha história para vocês e lhes adianto, preparem os lencinhos.

Nascida numa cidade no interior do Mato Grosso, vim de uma família muito humilde, meu pai e minha mãe faleceram num acidente ha 4 anos e foi a partir daí que minha vida começou a desandar.

Fiquei sozinha aos 17 anos. Sem conhecimento adequado para cuidar do pequeno sítio que os meus pais me deixaram, decidi vendê-lo.

Imaginava que saindo daquele lugar que, apesar de ter memórias maravilhosas, iria facilitar a superar a perda.

Ledo engano.

Com a venda foi possível transferir a faculdade de publicidade e propaganda para outra cidade e comprar um pequeno apartamento. Foi nesta nova faculdade, inclusive, que conheci o homem que ferrou com a minha vida.

Durante a faculdade eu estava focada nos meus estudos, tinha uma roda de amigos que eram poucos. Minhas melhores amigas eram Daniela e Cristina e eramos inseparáveis. Introvertida, eu odiava sair nas resenhas e fui em poucas, minhas amigas enchiam meu saco para ir.

Cristina era a mais insistente:

- Olivia, chega de estudar hoje é sexta feira, amanhã não tem aula. Hoje você não tem desculpa, você vai com a gente no rolê na casa do Kaio.

- Sem condições meninas, tenho que terminar meu TCC! Vocês sabem, a sorte não anda do meu lado, tenho que estudar e deixar meu TCC babado de maravilhoso.

- Negativo não aceito amiga - emendou Daniela em apoio a Cristina. Você nunca se diverte. Vamos vai, por favorzinho por favoooor , poxa vida eu faço tudo por você, tudo que você quer faço, e agora não pode ir no rolê com a gente? Isso que é amiga em...

Atacada por chantagens, elas venceram! Após o banho me arrumei como de costume: calça jeans e um blusa básica. Liguei para as meninas que disseram que nao iam se arrumar tanto, entao achei que eu estava ótima.

Como estava.

Foto da Internet

Chamei o Uber e fui chegando na resenha que era em uma casa espetacular.

Quando encontro minhas amigas fiquei sem acreditar na produção delas.

-Gente como assim? Vocês falaram que não iam se arrumar porque era simples, eu to parecendo um trapo velho, a casa é super chique...

Cristina zombava de sua amiga.

-Amiga, estamos normal, ninguém mandou você se vestir igual uma mendiga.

foto da Internet

O normal delas era uma produção de Hollywood.

Daniela acalmou as coisas

-Amiga, você está maravilhosa, para de graça, vem, vamos beber! A noite é nossa! Vamos dar um oi para galera.

- E ai galera essa é a Olivia, ela é velha, tem 80 anos não gosta de sair, né amiga.

- Oi pessoal, tudo bem? Na verdade tenho 90 anos você errou Cristina.

- Mas eu sempre fui na minha, não gosto muito de sair, perder o foco dos estudos. Afinal eu nao posso nem pensar em repetir matérias, ta repreendido isso nunca deva acontecer, Cristina sempre gostou de me fazer passar vergonha.

Nessa roda de amigos das meninas havia uns caras até gatinhos, mas não queria relacionamentos.

Um deles me encarava e vou confessar tinha um olhar aterrorizante, mas me chamou muita atenção.

foto da Internet

Ele veio em minha direção com sorriso safado.

- Oi, Tudo bem? Olivia né? Prazer! Sou Dante Roozer.

- Oi, tudo bem sim, Olivia Toppers.

- Não está bebedendo nada Olivia? Vou pegar uma bebida pra você.

- Não precis... ele se virou de costas e de repente voltou com uma bebida na mão. Me pareceu gentil.

- Aqui está Olivia.

Ele me trouxe uma linda taça de gin.

Foto da internet

- Obrigada Dante, mas é que eu não bebo.

- Ah mas hoje vai beber sim, fala sério, você não me fez ir lá fazer essa bebida MARAVILHOSA pra você não beber. Não sabia que você era assim Olivia Toppers, que feio...

Fiqueisem graça e acabei bebedendo o tal gin e, como sempre muito fraca pra bebida, no final da taça já estava em Nárnia.

Dante é meio mandão, mas me atraiu de uma certa forma. Eu ainda não havia me apaixonado por ninguém, nem lembrava qual a última vez que beijara alguém e por um instante entendi por que Cristina dizia que eu tinha 80 anos. Começo a rir sozinha.

- Você pode me dizer porque está a rir? Tem algo no meu dente?

- Não, imagina, eu que estava a pensar longe.

Envergonhei-me com minha própria atitude. Conversava comigo mesma e afastava os homens. Embora, nesse caso, nao teria sido ruim.

- Você faz publicidade não faz? Se eu não me engano te vi no bloco 2 semana passada.

- Sim, tá chegando ao fim graças a Deus , não vejo a hora de colocar tudo em prática. Penso em abrir uma empresa de publicidade e propaganda.

- Que legal, eu estou desenvolvendo um projeto para empresas, estou quase no fim.

- Quem sabe não fazemos uma parceria e viramos uma grande empresa juntos. Mas agora eu quero saber se posso virar sócio dessa boca.

- Nossa, fiquei até sem graça agora, não sei o que dize.... Ele me beija sem ao menos eu ter tempo de responder.

foto da internet

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