Dona Ana

Dona Ana, uma mulher humilde, quando jovem era muito bonita, de cabelos longos castanhos, olhos verdes que lembrava esmeraldas, pele clara. Trabalhou com a sua família colhendo cana-de-açúcar, para a usina, ela era tímida, quando conheceu o seu esposo, ele alto, magro de olhos castanhos, um homem de poucas palavras, no início era gentil e se mostrava muito apaixonado por ela, com o nascimento dos filhos, principalmente a gravidez de Helena, foi um pouco complicada, pois, venho a notícia que Dona Ana, estava com câncer de pele tipo Melanoma, este era muito agressivo, e com o tempo começou a se espalhar para outros órgãos do seu corpo.

Ela começou a perceber certas atitudes estranhas que o seu marido tinha com a sua filha Cris, de início achava muito bonito o cuidado que ele tinha, quase sempre trazia mimos para menina, conforme ela crescia se tornado uma jovem bela, o ciúme dele aumentava, chegando a ser possessivo.

Com o passar do tempo, o comportamento da filha, só mostrava ter algo muito sério acontecendo, pois, antes ela fazia festas com a chegada do pai. A menina alegre se tornou triste, sempre calada, não aceitava nenhuma aproximação do pai, principalmente em público, o cuidado que ela tinha pela irmã, mas nova era mas de protegida , principalmente em relação ao pai.

Pedro foi a sua realização como mãe, desde a sua adolescência, ela desejava ter um menino, o seu primogênito. Ela sabia que o sonho dele era terminar os seus estudos, infelizmente o pai obrigou ele, a deixa os estudos para trabalhar com ele na casa do Sr.Germano, ensinando-lhe como administrar a casa grande. Mesmo sendo contra a sua vontade, o menino seguiu as ordens do pai. Dona Ana, sempre lhe dizia para aproveita as oportunidades, porque ele iria realiza os seus sonhos.

Helena, foi a sua melhor surpresa: pois foi quando se descobriu o câncer, e era maligno e o seu tratamento seria agressivo. O médico perguntou-lhe, se preferia interromper o tratamento ou a gravidez. Claro que preferiu prosseguir com a gravidez, até porque ela já estava de 13 semanas, ela está ciente das complicações, mas quando a menina nasceu, ela viu que foi a sua melhor escolha. A menina era linda, lembrava muito a ela, quando criança e a cada dia se parecia ainda, mas com a mãe.

Certo dia, em casa sozinha esperando as filhas chegarem da Escola Rural, D. Ana sentiu uma dor muito forte no peito, parecia estar sufocado, estava com muitas dificuldades para respirar, as suas costas doía, ela não conseguia se levantar da cama, para perdi ajuda, a sua maior preocupação não era a dor insuportável que sentia, mas suas filhas que iriam chegar, e poder-lhe-iam encontrar morta. Mas infelizmente ela perdeu os sentidos, quando acordou ouviu algo, muito dolorido, pois a sua filha Cris contou tudo, com detalhes o que o pai fez com ela.

Cris, estava ao lado da cama de hospital a onde a sua mãe estava deitada, ela tinha certeza que a sua mãe dormia, pois, ela tomou morfina, as dores a cada dia estavam insuportáveis, o câncer já atingiu os pulmões e destruído o fígado, os médicos já não tinham, mas esperanças para melhorar dela. Cris decidiu abrir o seu coração, acreditando que a sua mãe dormia profundamente, e não poderia ouvir- lá, contou com detalhes todos os abusos que sofreu, a vergonha que sentiu, o nojo do seu pai e o medo que ele faça com Helena, o que fez com ela. Foi como ela tivesse retirado o mundo dos seus ombros, mesmo sabendo que a sua mãe não iria ouvir, foi libertador contar tudo que sofreu desde os seus 13 anos. Quem iria acreditar numa menina? O pai dizia se ela falasse para alguém, ele iria matar a mãe e iria fazer pior com a irmã, o silêncio dela era a salvação daquelas que ela amava tanto.

Mesmo em uma situação tão difícil que se encontrava, D. Ana tinha que faze algo para ajuda a tira as filhas do lado do pai. No dia em que ela se sentiu melhor, perdiu uma folha e caneta para enfermeira , e escreveu para sua melhor amiga, D.Rosa a mãe de Marilu ,para que ela arrumasse um emprego para Cris e Helena, e que elas fossem protegidas pelo Sr.Germano. Não teve coragem de detalhar a situação da sua filha Cris, pois sabia que a situação era muito delicada, e a própria filha não viu que ela tinha escutando tudo.