VOCÊ DE NOVO?

Depois de uns dois minutos mais ou menos, a professora chega e começa a aula. Nós socialisamos uma pesquisa que ela havia passado e discutimos o assunto em grupo, fizemos isso até o sinal tocar.

Assim que a primeira aula acabou, eu e as minhas amigas saímos da sala e fomos ao banheiro e aproveitamos para beber água e fofocar um pouquinho, sempre fazíamos isso quando ocorria a troca de professores.

Quando chegamos rumo a porta da sala onde estudamos, percebemos uma movimentação estranha, o professor estava na sala conversando com a diretora e outros dois homens que estavam virados de costas para a porta.

LARISSA: Uai gente!... O que será que está acontecendo?

EMILLY: É fia, eu não sei não viu.

ÉRIKA: Eita! A diretora está lá, coisa boa não deve ser.

ANA: Eu quero saber é quem vai entrar primeiro?

Depois de Ana ter perguntado quem entraria primeiro, todas nós nos entre olhamos, as meninas ficaram mandando umas, as outras entrarem, mas todas se recusaram a ser a primeira. Como eu sabia que aquela confusão duraria por muito tempo, enchi-me de coragem, aproximei-me da porta, dei leves batidinhas nela chamando a atenção do professor, da diretora e dos dois homens que estavam mais adiante e então pedi licença.

As minhas amigas aproveitaram que eu estava entrando e andaram rapidamente para entrar junto sem precisar se manifestar. Enquanto eu entrava, me virei para olhar os dois homens estranhos que estavam ali, até que um deles virou na mesma hora que eu e passou a me encarar.

Meu Deus!... Não pode ser! O homem que agora me encarava era o mesmo que eu esbarrei a caminho da escola, notei que o outro homem que o acompanhava, era um senhor que aparentava uns sessenta anos no máximo, ao fazer as minhas observações virei o mais rápido possível e andei rumo a carteira onde eu me sentava, ela era a última carteira da segunda fileira e ficava próxima dos lugares das minhas amigas.

Enquanto eu permanecia virada andando para me sentar, senti o olhar daquele cara queimando as minhas costas, fiquei muito envergonhada, eu mal mal conseguia olhar para frente, onde ele e os outros estavam.

O professor chamou atenção de toda a turma com uma voz alta e grave, então começou a explicar que a nossa escola foi escolhida para fazer uma seleção de jovem aprendiz com todas as turmas de segundo e terceiro ano, para trabalhar com duas empresas que estavam dando início a um projeto de parceria, que contrataria uma quantidade determinada de jovens.

Logo em seguida o cara do esbarrão começa a falar, primeiro ele se apresenta dizendo que o seu nome é Jordan Heddle e que o senhor que o acompanhava se chamava Augusto Heddle, depois disso eles começam a apresentar a ideia inicial do projeto e como tudo ia funcionar.

JORDAN: Então pessoal, a proposta do nosso projeto é essa, temos como objetivo principal gerar empregos para jovens, mesmo sem experiência, para que mais pessoas possam ter oportunidade.

JORDAN: Bom, eu vou passar entregando esses formulários para vocês, quem estiver realmente interessado em participar da seleção, vai preencher com os seus dados pessoais e quando terminar eu vou recolher.

Após terminar de explicar como séria o processo da seleção e como séria se fossemos contratados, Jordan passa entregando os formulários para todos os alunos. Quando ele veio me entregar, peguei o papel sem ao menos olhar para ele. Eu estava muito desconfortável com ele por perto, toda aquela situação do esbarrão na esquina e ter o reencontrado me deixou muito nervosa, penso que foi pelo modo que ele me respondeu hoje, foi tão rude e grosseiro, fico ainda mais nervosa só de lembrar.

Preenchi o formulário o mais rápido que pude, quando terminei olhei para a esquerda encarando a minha amiga Emilly, me inclinei em sua direção e a chamei quase sussurrando.

ÉRIKA: Emilly, ja terminou?

EMILLY: Já sim e voce?

ÉRIKA: Eu também.

EMILLY: Menina, você viu como aquele Jordan é gato? Nossa senhora!

ÉRIKA. Nem me fala, presciso te contar um babado depois.

EMILLY: Conta logo, ninguém ta ouvindo.

ÉRIKA: Agora não, depois eu falo.

Após ter conversado com ela, vi que o professor estava nos olhando com um olhar de insatisfação e que o tal Jordan vinha na minha direção, então consertei minha postura e fingi que não o vi.

JODAN: Não sei se é perseguição ou obra do acaso... O que acha?

ÉRIKA: Quê?! Eu... Eu não acho nada.

Falei gaguejando, surpresa com essa aproximação repentina. Algumas pessoas nos encaravam, principalmente as meninas da sala, deve ser devido à beleza daquele homem. Em meio a isso, eu ouvia alguns cochichos de fundo, bem rápido por sinal.

O Jordan continuava parado na minha frente, com uma expressão séria e os seus olhos azuis esverdeados fixados em mim. Eu, por outro lado, permaneci de cabeça baixa olhando o meu celular para disfarçar o nervoso que estava sentindo.

Não demorou muito tempo até algumas meninas o chamar, disseram que ja haviam terminado com o formulário, mas é óbvio que além de entregar o papel elas também queriam se aproximar dele. Então o mesmo foi até o grupinho que o chamava para recolher os papeis.