Capítulo 4

Capítulo 4

Diana ficou em silêncio durante toda a viagem, enquanto tentava fortalecer seu coração que parecia tão ferido. Em certa medida, a garota começou a entender que o corpo que possuía naquele momento não era totalmente seu por direito. Havia duas almas que pareciam misturar-se em uma só. Sua própria alma e também a alma de Diana Emerald. A verdadeira princesa neste mundo paralelo.

Diana estava totalmente ciente de que a dor causada pela partida não liberada pelo Imperador Sean era uma emoção de Diana Emerald. Ela percebeu que o verdadeiro dono do seu corpo certamente sentia muita falta da figura de seu pai, que desde o nascimento até agora nunca havia falado ou sequer se encontrado com ela.

"Não seja sentimental, Di. Você tem que ser forte para conseguir pensar em uma saída deste mundo estranho", disse ela em um monólogo enquanto enxugava as lágrimas restantes.

Havia muito em que ela tinha que pensar além dos sentimentos de Diana Emerald. Ela tinha que pensar em maneiras de prolongar sua vida e em como sair deste mundo de novela. Mesmo, ao pensar em todas as causas de sua entrada neste mundo estranho, Diana começou a se arrepender de toda a sua bondade para com a Velha Vendedora de Livros. Se ela não tivesse tido pena. Se a pena pudesse ser deixada de lado, então talvez ela ainda estivesse na cozinha do restaurante ocupada fazendo molho. Em vez de estar neste lugar e ocupada pensando em maneiras de não morrer jovem.

Toc! Toc! Toc!

Ouviram-se batidas na janela da carruagem. Diana estremeceu um pouco e rapidamente abriu a janela. Ela não conseguiu esconder sua expressão de surpresa quando o Imperador Ashlan apareceu ali com sua expressão vazia coberta por uma máscara.

"Durma! Você deve estar cansada. Nossa jornada ainda é longa", ordenou o homem estranho que mais tarde se tornaria seu anjo da morte.

Imaginando a cena de sua cabeça sendo decapitada como na história, Diana imediatamente estremeceu. Ela segurou reflexivamente seu pescoço esguio e rapidamente fechou a janela novamente, sem se importar que o Imperador ainda estivesse ali.

Enquanto isso, o Imperador Ashlan, que pela primeira vez em sua vida foi tratado dessa forma por alguém, ainda estava paralisado em silêncio. O Cavaleiro Bennett, que viu toda a cena, riu secretamente. Foi engraçado ver a expressão do Imperador e também de seu primo que era muito parecida com a de alguém rejeitado no amor.

******

Após viajar por aproximadamente 8 horas de carruagem, Diana e o grupo do Imperador Ashlan finalmente chegaram ao reino Ocidental. Especificamente, na cidade de Berna. A maior cidade que é o centro de governo e comércio do reino superpotente.

Diana, que havia dormido algumas horas na carruagem, ainda estava com muito sono. No entanto, a agitação da capital que acabava de começar o dia perturbava a audição da garota de olhos verdes. Além disso, ao perceber que a carruagem estava começando a se mover lentamente porque estava passando pelo mercado, Diana ficou ainda mais ansiosa para espiar e observar a paisagem agradável ao redor.

A garota de cabelos castanhos sorriu admirada ao ver os produtos expostos na beira da estrada. Vários tipos de acessórios, alimentos, tecidos e até objetos antigos eram tão agradáveis de se ver. Deslizando um pouco do lugar anterior, agora Diana foi novamente mimada com fileiras de lojas que exibiam vários tipos de belos vestidos nas vitrines de suas lojas. Claro, Diana ficou ainda mais surpresa. Ela não esperava testemunhar uma cena que só podia ver em filmes até agora.

Os cidadãos da cidade que perceberam que o grupo que passava era o grupo do Imperador pareciam inclinar suas cabeças em homenagem. As crianças pequenas também fizeram a mesma coisa, embora não tão demoradamente quanto seus pais. Prova disso é que, assim que o cavalo montado pelo Imperador passou por eles, eles já estavam correndo de volta para brincar como antes. Claro, seus pais foram incapazes de impedir que as crianças fizessem isso. Eles pareciam resignados e também se sentiam culpados pelo comportamento de seus filhos.

BUGH!!

Inesperadamente por ninguém, de repente uma bola pousou na parte de trás da cabeça do Imperador Ashlan. O estado ficou repentinamente silencioso. A velocidade do grupo do Reino parou imediatamente. Os cidadãos da cidade também pareciam prender a respiração quando o incidente aconteceu.

Dois guardas se moveram rapidamente para pegar o corpo de um menino de aproximadamente 5 anos que havia chutado a bola. A criança foi arrastada bruscamente e depois jogada com força no chão. Todos os que viram pareceram cobrir suas bocas. Enquanto isso, o Imperador Ashlan ainda estava parado em cima do cavalo sem dizer uma palavra.

"Criança malcriada! Como ousa insultar Sua Majestade o Imperador!" repreendeu um dos guardas que havia jogado o corpinho da criança no chão.

Diana, que estava assistindo de dentro da carruagem, começou a sentir seu coração esquentar ao testemunhar a cena. Especialmente, quando a criança que ainda não era capaz de distinguir entre o bem e o mal começou a chorar de medo. As juntas dos dedos de Diana ficaram brancas à medida que seu aperto na superfície da janela se apertava. No entanto, ela também estava ciente de que não havia nada que ela pudesse fazer, considerando que ela também tinha que encontrar uma maneira de não ser odiada pelo Imperador.

"Prestem atenção!" gritou o guarda em voz alta. A espada em sua cintura ele elevou bem alto. "Este é o castigo para aqueles que ousam insultar Sua Majestade."

"Perdoe meu filho, Vossa Majestade! Imploro!" gritou uma mãe que de repente veio e abraçou o menino. Seu corpo prostrou-se diante do cavalo do Imperador Ashlan. Suas lágrimas caíram, implorando com um tom comovente pela mão de seu filho que estava prestes a ser cortada.

Ashlan não se moveu. Mesmo com o Cavaleiro Bennett. Diana que testemunhou isso ficou irritada. Será que os dois homens não tinham nenhum sentimento?

"Saia!" O corpo da Mãe foi empurrado bruscamente. Forçado a se separar de seu filho que também tentava alcançar a mão de sua mãe.

"Nããoooo... Meu filhoooo!!!" gritou a Mãe ainda mais amargamente.

Os cidadãos da cidade só podiam abaixar suas cabeças em silêncio. Alguns deles até tentaram desviar o rosto quando a espada do guarda começou a balançar para cortar a mão do menino.

E...

CRASH!!!

A espada que foi balançada rapidamente não pôde ser parada mais. O rosto do guarda que estava executando a execução ficou repentinamente pálido. Exatamente alguns segundos atrás, Diana que ainda estava dentro da carruagem de repente desceu e correu para abraçar o corpo da criança. Seu braço esquerdo foi levantado para impedir a velocidade da espada. Enquanto isso, seu rosto virou-se com os olhos fechados porque sabia que seu braço certamente não ficaria bem depois disso.

"V-Vossa Majestade...," disse o guarda hesitante. Ele podia ver sua espada se transformar em partículas de poeira em uma fração de segundo. Ele também caiu languidamente e ajoelhou-se no chão. Atrasando um pouco que o Imperador Ashlan lançasse seu feitiço mágico, então certamente ele havia prejudicado a Rainha de sua própria nação.

Os cidadãos da cidade também arregalaram os olhos ao ver o incidente. Alguns deles até perceberam que haviam soltado gritos contidos de tanto medo ao testemunhar o incidente. E, quando tudo parecia estar bem, eles começaram a respirar aliviados e começaram a questionar a identidade da mulher que acabara de salvar a mão do menino.

Ouvindo o tumulto dos cidadãos da cidade, Diana começou a se encorajar para abrir os olhos. Percebendo que sua mão estava bem e a criança que ela ajudou também não se machucou, Diana sentou-se fracamente enquanto soltava seu abraço do corpo do menino.

A criança que ainda estava soluçando correu para os braços da Mãe que estava de pé não muito longe de onde Diana estava sentada fracamente. Enquanto isso, Diana ainda estava tentando neutralizar sua respiração.

"Você não ama mais sua mão?" perguntou alguém que soava tão frio.

"Você não tem compaixão de uma criança que nem sabe de nada?" Diana respondeu sem querer perder.

Diana bufou irritada. Ela olhou para Ashlan com um olhar de ódio. Por qualquer coisa, ela não gostava de alguém que ousava machucar crianças como Ashlan e seus guardas.

"Volte para dentro da carruagem! Precisamos chegar ao palácio o mais rápido possível. Há um preço a pagar por salvar aquela criança", disse o Imperador Ashlan enquanto olhava para a criança. A pergunta que Diana jogou de volta ele ignorou.

"O-o quê?" Os olhos de Diana se arregalaram. E, o Imperador Ashlan já estava acelerando seu cavalo rapidamente, deixando o grupo para trás, incluindo Diana.

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