As Armações de Alvaro

Então conforme o combinado no dia seguinte, no final do dia Rafael vai até a casa de Elena para buscá-la. Quando retornam para a fazenda, Alvaro aproveita para fazer um pedido a ela.

Alvaro: Elena, eu preciso te pedir um favor. Amanhã Rafael vai à cidade para buscar algumas coisas, queria saber se você não poderia acompanhá-lo para comprar umas coisas para sua casa, assim pode escolher o que gosta.

Elena: É mas eu tenho muita coisa para fazer amanhã.

Alvaro: Não se preocupe, eu cuido de tudo, geralmente peço a Olga que faça isso mas ela amanhã tem outras coisas urgentes para fazer.

Rafael: Pai, eu posso fazer isso. Não precisa incomodar Elena.

Alvaro: Rafael filho desculpa, mas da última vez que você teve que fazer compras no supermercado foi um desastre.

Elena dá risada pela forma que Alvaro fala e claro ela não correria o risco de deixar que Rafael fizesse as compras depois do que escutou.

Elena: Bom, nesse caso eu posso ir, não vou arriscar kkk

Rafael: Muito engraçadinha você né? Trate de acordar cedo por a viagem ser longa.

Alvaro vai até o escritório e pede a Olga que lhe faça uma lista para poder entregar a Elena.

Olga: Pobre moça, não vai ter tempo para muita coisa, pois Rafael não costuma demorar nessas ocasiões, mas o senhor já sabe né?

Alvaro: Eu não teria tanta certeza Olga, garanto que não retornam no mesmo dia kkkkk

Olga: Pelo seu humor tenho certeza que está armando algo, só espero saiba que está fazendo.

Alvaro: Eu sei sim Olga, sei bem o que estou fazendo.

Alvaro estava empenhado e decidido a fazer com que Rafael percebesse que Elena era a mulher perfeita para ele. Claro, com sua experiência sabia que havia um interesse entre eles e na sua opinião precisavam de um empurrãozinho apenas para poderem enxergar isso.

É claro que Elena não se sentia confortável em fazer uma viagem com Rafael, pois apesar de estarem começando eles sempre acabavam discutindo por alguma coisa.

Logo quando amanhece, Elena levanta bem cedo e percebe que Rafael já a estava esperando. Eles pegam a estrada logo cedo. Durante uma parte do trajeto eles mal conversam, mas Elena resolve quebrar o silêncio comentando sobre o dia anterior.

Elena: Eu gostei muito da feira ontem, você não gostou?

Rafael: Eu estou acostumado a ir a essas feiras, não vi nada de mais nela ontem.

Elena pensou: " Caramba, mas nem para comentar sobre quando dançamos, né? "

Elena: Pois eu gostei muito, já fazia muito tempo que não me divertia tanto.

Rafael: Imagino que onde você estudava deveria ser bem mais divertido, não é?

Elena: Sinceramente acho que você está me confundindo com essa mulheres que costuma sair.

Rafael: Como pode falar algo que não sabe? Além domais solteira numa cidade grande, acha mesmo que não sei o que estou falando?

Elena: Olha aqui, Rafael, não sei porque você age assim, mas nem todo mundo é como você pensa. Eu não vou ficar dando explicações da minha vida para você. Achei que tínhamos nos entendido mais uma vez, estou enganada, você tem um jeito muito estranho de tratar as pessoas que tentam se aproximar de você.

Então Rafael para a caminhonete num acostamento se vira para Elena, a deixando assustada.

Rafael: Infelizmente esse é meu jeito e não quero que ninguém se aproxime, estou bem assim. Olha, Elena, eu sinto muito mas não crie expectativas de amizade ou outra coisa, eu tenho meus motivos para ser dessa forma.

Elena: Eu também tenho minhas feridas, Rafael, não pense que minha vida longe daqui foi esse mar de rosas que você imagina, mas não vou ficar machucando as pessoas por isso. Elas não tem culpa disso além domais ainda tenho uma longa vida pela frente, eu estou lutando muito para mudar isso dentro de mim e sei que vou conseguir.  Não se pode permitir que o passado fique para sempre atormentando a vida.

Elena: Vamos, prometo não ter fazer mais perguntas.

Rafael fica totalmente sem palavras, pois Elena se vira olhando para a paisagem, deixando ele sem direito de resposta. Rafael percebe que foi duro demais em suas conclusões, que ela também tem motivos para ser assim como ele, talvez seu pai tenha razão quando diz que sendo daquele jeito será uma pessoa sozinha e talvez fosse hora de começar a pensar de outra forma.

Algumas horas depois chegamos, Elena está tão chateada com Rafael que nem espera ele abrir a porta e já desce.

Elena: Bom você pode ir resolver suas coisas, eu vou fazer as compras que seu pai me pediu, nos encontramos mais tarde nesse mesmo lugar, se você me der seu número te envio uma mensagem.

Rafael: Tudo bem, tinha até esquecido que ainda não tínhamos o número do contato do outro, não demora porque precisamos retornar antes de anoitecer.

Elena: Não vou demorar.

Ambos saem cada um para um lado, estão claramente aborrecidos com a discussão totalmente inútil.

Elena anda pensativa: "Eu preciso não sei porque as palavras dele me aborreceu tanto, eu prometi a mim mesma que não iria nunca mais me envolver com outra pessoa, mas não consigo entender esse sentimento que tenho por ele. Ontem quando dançamos não quis falar nada para Norma, mas o perfume dele não sei explicar, de certa forma me sinto segura quando está por perto. Mas preciso voltar a focar no meu objetivo, está claro que se ficar pensando nisso vou me machucar novamente. "

E claro Rafael também apesar de ser um pouco mais quieto não expressar muito o que sente segue pensando: "Talvez tenha sido rude demais com Elena, afinal eu não sei, mas sinto algo quando está perto, fiquei desesperado quando a achei desmaiada aquele dia, e ontem quando dançamos pude sentir seu calor e seu perfume mais uma vez não sei explicar. Como se tivesse tentando lutar contra algo que não entendo."

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