Desafios Do Amor

Anna Vassiliev

Chamo-me Anna Vassiliev, tenho este nome devido a minha mãe Lanna, que infelizmente morreu quando eu tinha 4 anos e meu irmão Dimitri Vassiliev tinha apenas 10 e a partir de então se tornou o meu melhor amigo e protetor.

Nosso pai, o grande chefe da máfia russa Nikolai Vassiliev, sempre me deixou de fora de toda essa vida, como último desejo da minha mãe, que no leito de morte pediu para que eu tivesse a vida mais normal possível.

Meus pais se casaram ainda novos, regras da máfia, minha mãe era filha do Dom da segunda maior máfia russa, sendo meu pai o grande herdeiro do império russo. Um dia, em uma reunião de negócios entre seus pais, eles se conheceram, e como sempre diz o meu pai, “foi amor a primeira vista”.

Graças a Deus, pois ainda que se odiassem seriam obrigados a se casarem, contudo, o universo foi bondoso, mais como não se apaixonar pela minha mãe Lanna Vassiliev, seus olhos azuis da cor do céu e cabelos pretos que reluziam, sinto tanta a falta dela!

Cresci o mais longe possível de toda essa vida, mesma sorte não teve meu irmão, que como primogênito já nasceu com o fardo de assumir a máfia um dia! Completei 25 anos há um mês em uma festa só para os mais chegados, ou seja, os poucos que sabem da minha existência.

Como vivi em outra casa, que não era a sede da máfia, e os negócios de meu pai eram os mais discretos possíveis, por isso o sucesso da máfia ao seu comando, conhecia poucas pessoas desse mundo!

Formei-me em direito, pois mesmo longe, queria poder ajudar de alguma forma, e assim fazia. Digamos que é impossível se isolar totalmente da máfia.

Até meus 17 anos sempre tive uma vida tranquila, porém por infelicidade de meu pai puxei seu gênio forte com o toque doce e teimoso da minha mãe, assim nunca acatei uma ordem de primeira, até que entendesse o porquê, e foi por essa minha teimosia que aprendi a atirar com 13 anos, quando vi meu irmão em suas aulas e insisti até que ele me ensinasse, pois nem sempre teria alguém para me proteger.

Ainda que ele tenha me falado que sempre alguém me protegeria, meu argumento foi maior, eu precisava aprender a me defender além de atirar, queria também aprender defesa pessoal.

Dimitri: Anna, você não precisa disso, lembra da promessa do papai para a mamãe?

Já cansada de insistir, mais não me dando por vencida, disse com um tom mais autoritário.

Anna: Claro que me lembro, mas aprender a atirar não quer dizer me envolver nos negócios do papai. Irmão, preciso aprender a me defender, não posso colocar a minha vida na mão de qualquer um, quando você e o papai não estiverem por perto.

E assim comecei a aprender e hoje digamos que sei me virar muito bem. Papai ficou com muita raiva quando descobriu, mais no instante em que um bandido, que não sabia com que estava se metendo, tentou me roubar na saída do colegial e eu consegui me defender, ele agradeceu por eu saber me virar sozinha.

Graças a meu jeito teimoso, calmo e calculista, sempre soube me livrar bem de contratempos, até que nada tirou da minha cabeça que eu precisava ajudar em algo, e assim com meus vinte anos comecei a me envolver mesmo que distante nos negócios da máfia.