Capítulo 03 - Ninguém é bonzinho.

Narração: No dia seguinte passei a focar no meu preparo para a minha primeira luta, as coisas começaram a se complicar… Se por um lado o campeão me “poupou’’ da surra, por outro lado…

O loiro continuava a treinar fazendo abdominais, estava tudo tranquilo por enquanto até que os guardas que anteriormente levaram Bryan e Ivo aos irmãos mecânicos apareceram novamente. Um dos guardas tentou atacar com o cassetete em Bryan, mas ele percebe a tempo e o detento desvia a tempo rolando para o lado.

- Ei que droga é essa?- Bryan perguntou.

- Acha que pode fazer o que quiser? O intervalo acabou.

- Então por que vejo os outros presos por aqui?

- Porque acabou para você novato. - O guarda em seguida tentou um golpe horizontal com sua arma\, mas o novato desviou para trás.

Narração: Naquele momento eu senti que ia dar merda pra mim, não tinha como sair de outra forma dessa situação então, só restou me defender.

Bryan então acertou uma voadora no peitoral de um dos guardas, no segundo deu um chute giratório na perna direita fazendo com que o carcereiro caísse de lado no chão, o terceiro tentou golpe com cassetete, mas o loiro segura o golpe, puxa o inimigo para perto dele e o acerta com um soco no nariz.

Porém, no mesmo segundo outro guarda o surpreende acertando um golpe de cassetete na região temporal direita do crânio, foi o momento que o loiro sentiu-se inconsciente por alguns segundos, não havendo tempo de se recuperar, ele é golpeado na perna esquerda e cai no chão, em seguida mais guardas apareciam acertando incontáveis golpes com o cassetete juntamente com os que estavam ao chão se levantavam.

Narração: Eles haviam armado uma emboscada e me descuidei, não conseguia me mover naquele momento, enquanto eles me desciam o cacete, eu só conseguia desejar que isso acabasse logo.

Bryan então é arrastado pelos guardas até a solitária todo inconsciente, vários sinais de danos na cabeça e sangrando na região temporal direita. Um dos guardas abriu a porta do lugar enquanto o outro o arremessou para dentro da solitária e trancou a porta logo em seguida, os guardas saíram rindo após o ocorrido.

Narração: Meu corpo não se mexia e eu via tudo zoado por conta das pancadas que recebi, apenas uma visão eventualmente ficou clara, quando tive uma alucinação vendo “ela” diante dos meus olhos, ela estava me olhando por um momento indiferente e depois ia embora e a única coisa que estava querendo falar naquela hora era o nome mais lindo do mundo, Miyuki.

Mackey havia visto de longe a cena do massacre, ele foi até sua cela após ver o loiro ser levado para a solitária e comenta. - Malditos guardas do Zictor, sempre atrapalhando meus planos… felizmente tenho um plano reserva, mas irei aplicá-lo no momento certo. - o asiático se sentou em sua cama. - Até lá, vou mexer as minhas cartas.

Enquanto isso, no canto dos nazistas, Hansel recebe a informação a respeito do ocorrido.

- Aqueles merdas... só atacam em bando. - Indagou Hansel. - E isso tudo após registrarmos nossas apostas no 5698.

- Aposto que o Mackey sabia que isso iria ocorrer.

- Eu não duvido disso. - O lider nazista então disse - Mas não faremos nada com o Mackey ainda.

[Momentos depois]

Os demais novatos conversavam em suas celas.

- Eu sabia que cedo ou tarde o Bryan ia se dar mal por conta dessa pose de fodão e achar que pode fazer as coisas sozinho. - disse Victor.

- Se ele foi o primeiro a rodar\, cedo ou tarde será a nossa vez. - disse Nikolai. - O cara da cadeira de rodas disse praticamente a mesma coisa que falei no início\, somos todos pedaço de merda aqui.

- Confesso que mesmo assim eu queria ser forte como ele. - disse Ivo com voz ainda abalada devido ao episódio do estrupo logo que entrou na prisão.

Victor se levantou de sua cama e disse. - Mas juntos podemos ser mais fortes que ele e sobrevivermos aqui.

Nikolai riu do comentário do Victor.

- O que é engraçado?

- Não é óbvio? Esse papo clichê não funciona aqui. Estamos convivendo com gente mais perigosa\, os grandes eventualmente vão se livrar da gente.

- Ao menos poderemos fazer a diferença. - Retrucou Victor.

- Blá Blá Blá! - Debochou seu colega de cela. - Vou repetir o que ele falou uma vez pra você… Fale por você!

- Pelo menos acreditar nisso é o que me mantém vivo\, assim como lutar pelo meu país.

- Tentar explodir uma bomba lá na casa branca do tio Sam é lutar pelo país? E cadê nosso presidente para te salvar como agradecimento?

- Os americanos são a causa da podridão desse mundo. - Retrucou Victor.

- Quer saber? O Bryan tem razão\, você é insuportável.

Os dois novatos em seguida começaram a brigar a ponto de se rolarem ao chão, não durou muito o ocorrido até os guardas chegarem, "apartarem" a briga e golpeando os dois novatos logo em seguida.

Ivo que apenas via a briga assustado também apanhou sem motivo algum, um dos guardas e seguida o levou para fora do corredor enquanto os demais carcereiros prendiam Nicolai e Victor na solitária.

- E. Eu juro que não fiz nada. - Ivo repetia inúmeras vezes.

O guarda o levou até uma sala cheia de roupas sujas no chão e disse. - Graças a um de vocês, eu fiquei sem meu extra então… - ele o jogou dentro daquela sala e disse. - De agora em diante você vai ser a minha putinha.

O detento albino apareceu em seguida dando um bolo de dinheiro em rubros.

- Aqui está meu aluguel adiantado. - disse Kazimir.

O guarda ia embora em seguida deixando os dois presos a sós dentro daquela sala.Ivo se arrastava até a parede de medo do “Vampiro” enquanto o albino dizia - Sabe o que eu gosto? De uma carne fresca. - Ele o pegou por trás e Ivo começou a mijar nas calças de medo e chorar em silêncio. - Carnes frescas tendem a ter um sangue bem fresquinho. - lambeu a bochecha de sua presa e disse. - Eu sei até onde posso fazer certas coisas sem te matar. - Kazimir então deu uma mordida no pescoço de Ivo e de fora da sala só podia ouvir o grito do frágil detento.

Pouco tempo depois, em um corredor qualquer, o astuto asiático se encontrou com o cadeirante que lhe entregou algumas microcâmeras e Mackey então dá o pagamento combinado.

- Fico curioso em saber o que você vai aprontar com esses brinquedinhos.

- Se eu te dissesse eu teria que matar você depois\, Dimitri.

- Desde que eu seja pago\, para mim não tem diferença.

- Uma pergunta\, você sabe por quanto tempo o 5698 vai ficar na solitária?

- Boa pergunta\, pois nem mesmo Zictor sabe do ocorrido.

- De uma certa forma eu posso usar essa informação a meu favor. - Disse o japonês mestiço que em seguida se despede de Dimitri. - É como dizem\, conhecimento é poder.

Enquanto isso na solitária, o loiro ainda estava em estado de “sono”, seu corpo não mexia, não pensava em nada até o momento.

Narração: As horas iam se passando na solitária e não conseguia pensar em nada. Tomei tanta porrada que sinto que até para fechar os olhos eu não conseguia, seria meu psicológico? Quem sabe, eu tinha a noção que a situação aqui nesse inferno ia ser uma merda e só podia contar com meus punhos para sobreviver, em outras palavras, sustentar meu vício por lutas era a forma de sobreviver embora, por outro lado, algo dentro de mim já queria ir dessa para melhor.

Até um certo momento eu só via a sala da solitária, até que do nada a solitária se transformou na sala de estar da mansão onde eu morei até meus seis anos.

- Mas o que diabos está hav… - Bryan teve seu pensamento interrompido ao ver em sua frente sua mãe morta e mais acima seu pai apanhando do lutador mascarado de quimono dourado. - M.Mãe? P.Pai?

Narração: Foram as palavras que me viram a mente no momento em que estava revendo a cena que me traumatizou por um bom tempo, rever meu pai cair de cabeça daquela altura e aquele maldito do Imperador do Karatê descendo as escadas estava sendo um porre, era como se eu estivesse voltando no tempo e falhando novamente em salvar meus pais, não conseguia nem levantar.

O misterioso mascarado então se aproximou de Bryan se agachou e disse. - Isso foi decepcionante, o que vai fazer agora?

Ele se levantou e foi embora da mansão dizendo. - Fraco.

- C.Cala a boca! - O loiro conseguia voltar a falar enquanto o mascarado ia embora e as imagens da mente de Bryan se voltavam para a solitária gradualmente enquanto as palavras do assassino misterioso ainda ecoavam em sua mente.

- Por sua causa. - Bryan arrumava forças para se levantar novamente enquanto ainda ouvia as vozes de sua mente. - Você que me deixou assim.

Narração: A voz do assassino dos meus pais não parava de ecoar em minha mente, em simultâneo eu já estava lentamente me reerguendo, as mesmas frases ditas por aquela voz foram parando quando vi mais alucinações,mas dessa vez eram pequenas esferas energéticas caindo como se fosse neve, algumas que caiam em mim, desapareciam e por alguma razão eu não me assustei, senti como se elas fossem parte de mim, naquela hora do nada me deu a louca de meditar através do karatê.

Bryan então se posicionou para fazer o movimento de *Kata (Kata é um conjunto de movimentos de ataque e defesa e está presente nas mais diversas artes marciais japonesas, realizados em conjunto ou individualmente.)

Narração: Uma parte de mim já sabia que ou eu fazia algo para ocupar a minha mente, ou eu ia surtar, parece coisa de filme, mas por alguma razão fazer movimentos de kata vieram em mente quando aquelas “luzes” apareceram diante de mim, enquanto praticava, aquelas pequenas esferas ainda “choviam” ao meu redor e não, não fiquei girando meus braços para tentar soltar Hadouken ou KameHameHa.

A mente do detento se mantinha em equilíbrio devido à prática de Kata, o loiro materializou em seguida o mascarado de seus pesadelos e disse.

- Nem sei se você ainda vive\, mas por agora\, só quero socar sua cara.

A sua luta imaginária então começara. Ela era similar ao treinamento dos boxeadores que treinam com sua sombra, as luzes o ajudavam a indicar de onde vinham os golpes do mascarado o fazendo se defender, a cada ataque acertado no imperador, ele desaparecia como mágica e depois ressurgia.

Enquanto isso na famosa gaiola, o Rikishi recebia diversos golpes de seu adversário, o preso estava usando apenas um short preto parecido com o do Campeão, porém os golpes do preso não causavam dano algum na camada de “banhas” e músculos do lutador de sumô, para Takahashi, os golpes do boxe tailandês de seu adversário eram como picadas de mosquito, mesmo chutes em sua perna não causavam dano algum.

O Sumotori então revida derrubando seu adversário com um tapão de mão aberta em seu peitoral e então, seu inimigo “voou’’ até o chão.

O detento rival até tentou se levantar depois, mas o gigante japonês o atropela com uma barrigada que fez com que seu adversário batesse a nuca na gaiola caindo de boca ao chão em seguida, para dar fim, o Rikishi pula de bunda em cima do seu oponente o matando sufocado eventualmente.

Takahashi após o finalizador se levanta e ergue as mãos comemorando a vitória.

Após sair da gaiola, o quase Yokozuna vê em sua frente Boris, o lutador de Sambô e o clima entre os dois se esquentou ao se encararem por um instante e depois o russo ignorar seu rival e ir para a gaiola.

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