Mirella Adams
Nem sempre as coisas acontecem como deveriam, era apenas uma garotinha inocente que precisava de proteção, porém não encontrei.
Eu morava no Brasil e quando estava com cinco anos o meu pai faleceu e deixou eu, minha mãe e meu irmão Christian de apenas dois anos sozinhos. Sem o meu pai, a minha mãe trabalhou para nos manter.
Os anos foram passando e tudo estava dando certo, a minha mãe trabalhava enquanto eu e o meu irmão íamos para a escola e depois para casa da minha tia até o momento que ela nos levava para casa. Quando completei 9 anos a minha mãe arrumou um namorado que no começo me tratava bem, sempre com surpresas, passeios e momentos de diversão comigo, meu irmão e minha mãe.
Um dia ele deixou de ser namorado e passou a ser marido e foi nesse momento que tudo mudou.
Estava com 12 anos, a minha mãe trabalhando, o meu irmão na escola e eu em casa, foi quando Marcos meu padrasto apareceu e venho na minha direção na cozinha. Ele aproximou-se de mim e começou a cheirar os meus cabelos, naquele momento senti um mal-estar e o meu corpo estremeceu.
Tentei sair de perto, mas ele colocou as suas mãos no meu ombro e depois passou ela em meu corpo, acariciou a minha intimidade e falou que eu estava preparada. Fiquei imóvel e não consegui me mexer, simplesmente paralisei enquanto as suas mãos tocavam o meu corpo.
Não sei explicar o que estava sentindo naquele momento e a sensação que aquele homem me transmitia, sei dizer que foi horrível. Naquele dia fui destruída e o meu pesadelo começou.
Aquele homem me destruiu por seis longos anos até que eu fugi dele, passei minha adolescência rodeada pelo medo, ameaças e sendo objeto de prazer daquele homem.
Quando completei 17 anos, conheci pela internet Eduardo. Ele sofria pressão dos seus pais, pois queriam ver o seu único filho casado e com uma família, entretanto existia algo que impedia, ele era gay.
Eduardo e eu começamos uma amizade e passamos a conversar diariamente durante meses até que um dia desabafei com ele, contei tudo sobre a minha vida, ele ficou indignado e queria que eu denunciasse aquele monstro. Seria o certo a fazer, mas quem acreditaria em mim se nem mesmo a minha própria mãe acreditou nas minhas palavras, seria a palavra de uma garota contra a de um homem que aos olhos de outras pessoas era bom e também um policial, por esse motivo o silêncio foi minha única alternativa.
Depois da minha conversa com Eduardo, ele fez-me uma proposta, casaria com ele e deixaria a minha vida no Brasil para trás longe daquele homem e mudaria para São Francisco, ficaríamos casados por dois anos depois cada um viveria a sua vida, assim a sua família pararia com as pressões e eu iria recomeçar.
Aquela proposta era uma loucura, mas do jeito que a minha vida estava, seria uma loucura não aceitar. Confiar em um desconhecido é estar fora da razão, então contrariando a razão confiei nele mesmo sem o conhecer.
Eduardo cuidou de toda a documentação e passagem o único problema era eu ser menor de idade, como precisava preparar todos os documentos e não tinha idéia de como fazer, seguindo conselhos de Eduardo contei tudo o que acontecia comigo para minha tia. No início ela não acreditou precisei contar cada detalhe do que aquele homem fazia comigo para ela me abraçar chorando e acreditar nas minhas palavras.
Contei também sobre Eduardo e a sua proposta, ela dizia ser uma loucura o que eu queria fazer, então tive uma conversa franca com ela e perguntei qual a hipótese daquele homem me deixar em paz já que dizia que eu era seu brinquedinho, sem alternativa ela decidiu me ajudar.
Eduardo enviou uma pessoa de confiança até a casa da minha tia e os dois arrumaram todos os documentos necessários e quando chegou o meu aniversário de 18 anos, me despedi da minha tia e sem olhar para trás deixei o Brasil.
Ao desembarcar em São Francisco, Eduardo me aguardava no aeroporto, quando o vi pela primeira vez, tive certeza que havia feito a escolha certa. Ele Era exatamente como nas fotos que me enviava e logo apagava, o seu olhar fascinante e limpo como se pudesse enxerga-ló através dos seus olhos transmitiu-me segurança.
Conversamos muito sobre o que faríamos a seguir e concordei, após um mês naquela cidade conheci os seus pais e casamos. Foi uma cerimônia simples para poucas pessoas, os seus pais estavam radiantes, Eduardo livre das opressões e eu havia finalmente escapado da minha vida de horror onde recomeçaria, então uma notícia me fez desejar morrer.
Uma semana depois do casamento desmaiei e acordei num quarto de hospital, o médico fez alguns exames e o resultado dizia que eu estava grávida. Aquela notícia era como uma sentença cruel de algum crime hediondo que cometi.
Para mim aquela gravidez era uma maldição, um pedaço daquele monstro que crescia dentro de mim que serviria para lembrar dos seus toques nojentos no meu corpo e o quanto eu era imunda e suja. Com aquela criança nunca conseguiria seguir em frente, não poderia recomeçar porque aquele bebê seria aquele homem para sempre ao meu lado.
Foi difícil aceitar que seria a mãe de um filho daquele homem, Eduardo tentou me consolar, mas suas palavras para mim, eram jogadas ao vento, então decidi tirar aquela maldição de mim, porém não fui capaz.
Marquei o procedimento para tirar o bebê de dentro de mim, cheguei na clínica, preenchi a ficha e não demorou para eu ser atendida. Primeiro passei por um psicólogo que explicou sobre o bebê, disse ser uma vida inocente que cresce e se desenvolve dentro de mim, expliquei os meus motivo sem expor tanto a minha vida para aquele homem e após me ouvir, falou que o meu bebê era uma vítima assim como eu, sai do seu consultório onde fui encaminhada para outro médico que pediu que deitasse na cama e examinou a mim e o bebê, no final deu iniciar ao procedimento.
Deitada naquela cama acaricie a minha barriga pela primeira vez e lembrei das palavras do psicólogo que dizia que aquela criança era apenas um inocente assim como eu e também seria uma vítima se eu continuasse com aquilo. Sem falar e ouvir ninguém coloquei as minhas roupas e sai o mais rápido daquele lugar, ao chegar em casa falei para Eduardo que não consegui, ele me abraçou e disse que iria ficar tudo bem.
Depois daquele dia fui orientada por Eduardo a procurar ajuda, iniciei um tratamento com o psicólogo e com a sua ajuda aceitei a minha gravidez e principalmente que teria um filho. Com a incerteza de como seria ter um filho de Marcos, ansiedade, medo e pesadelos faziam parte de mim, por esse motivo recusava fazer o pré-natal e acompanhar a gravidez, foi um momento angustiante que graças ao psicólogo e Eduardo consegui enfrentar.
Alguns meses depois, meu filho venho ao mundo, um bebê frágil e saudável, ao vê-lo pela primeira vez senti um sentimento estranho desconhecido para mim eu queria apenas amar, cuidar e proteger aquele ser indefeso que estava nos meus braços. Recebi alta e voltei para casa com o meu filho, um bebê puro e limpo que entendi que era apenas meu.
Ryan Adams, nome que dei ao meu filho e que desejo que seja muito amado e cresça seguro e protegido.
Eduardo queria assumir sua paternidade, mas não aceitei seria muito para mim, colocar essa responsabilidade em cima dele mesmo insatisfeito, ele concordou.
Fiquei casada com Eduardo por dois anos e depois nos separamos, os seus pais não entendiam e aceitavam nosso divórcio, porém não dava para continuar com aquela farsa. Com o divórcio fiquei perdida Eduardo é importante para mim e aos olhos dos outros éramos um casal perfeito entretanto a situação estava fora de controle, pois, Eduardo assumiu o seu namoro com o meu psicólogo Henry.
Um dia após apresentá-los não se desgrudaram mais, conversando com Eduardo ele entendeu que já estava na hora de contar para seus pais quem ele era realmente. Infelizmente os seus pais não o aceitaram e diante da rejeição Eduardo decidiu largar a empresa em São Francisco e recomeçar em outro lugar, por isso mudamos para Nova York.
Em Nova York Eduardo construiu a sua empresa de Publicidade com o seu amigo e agora sócio, não o conheço, mas Eduardo tem um carinho especial por ele.
Hoje fazem 4 anos que mudamos para essa cidade, durante esse tempo comecei a faculdade de publicidade e o curso de fotografia que terminam em menos de um mês. Trabalho em meio período não aceitei a oferta de trabalho do Eduardo quando não tinha formação porém agora tudo mudou, por isso aceitei o emprego de publicitária e fotógrafa na sua empresa, porém ocuparei esse cargo depois da formatura.
Enquanto isso trabalho meio período em uma loja masculina, foi um desafio que aceitei para tentar superar o meu trauma, faço faculdade e dedico o resto do meu tempo para o meu filho o qual eu amo cada dia mais.
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Atualizado até capítulo 60
Comments
Solaní Rosa
como essas mulheres arrumam esses homens nojento e deixam filhas com ele e não ficam de olho
esse estrupado tinha que estar preso
2024-06-03
5
Luisa Nascimento
Difícil mais você vai conseguir superar. só espero que o traste não apareça atrás do filho. nojo de estuprador! 🤮🤬🤬
2024-04-20
3
Lena Macêdo E Silva
infelizmente as consequências de estupros muitas vezes é gravidez ou DST com isso causando traumas e transtornos emocionais irreversíveis e irreparáveis.
na minha infância convivi com muitas colegas escolares que decorrente aos abusos de pedófilos tiveram gravidez de riscos e muitas vieram a óbito durante a gestação, parto e pós parto , por não terem idades ou até mesmo junto com a gravidez tiveram DST ocasionando assim alguns óbitos prematuramente...
2024-01-10
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