Capítulo 3 - A arrogância em forma de gente.

Começo hoje oficialmente no restaurante. Durante a semana fui assinar uns papéis e fazer uns exames. Hoje começo as 17 horas, pois também é responsabilidade das recepcionistas a organização do salão.

Me arrumo e e arrumo minhas coisas na mochila, coloco algumas maquiagens e também meu salto dentro da mochila, afinal é mais confortável ir de tênis até lá.

Eu e Sabrina vamos juntas.

Chegamos e somos recebidas por Heitor, o barman e por Luís um dos garçons. Eles são rapazes muito legais, mas apesar das investidas de Luís desde o dia do meu teste, não o vejo como um pretendente, apenas como um cara legal que vai virar meu amigo.

Depois também conheço o pessoal da cozinha. Todos muito animados, menos o cozinheiro. Esse parece estar de mal com a vida e reclama de tudo. Mas também é boa pessoa.

Cada um vai cuidar dos seus afazeres e até agora nada do tal Eduardo. Eu e Sabrina terminamos de organizar o salão e vamos nos arrumar para assumirmos nosso posto. Nos trocamos e arrumamos o cabelo e a maquiagem! Subimos no salto e saímos do vestiário.

Quando estamos indo para a recepção eu vejo um homem lindo, ele é tatuado, tem um corpo muito definido e malhado (e olha que eu não sou de admirar homens assim) e o cabelo e a barba num leve tom de ruivo. Como é lindo!!

Sabrina passa por ele e diz:

- Oi Edu!

Ele mal olha pra ela e mantém o cenho fechado. Parece que nem notou minha presença. Eu acho estranho que ninguém se refira aos patrões como senhor, mas o pessoal me explicou que por serem jovens, eles preferem serem chamados pelos nomes.

O caixa, que é onde os patrões geralmente ficam, fica próximo a recepção e também ao bar. Quando passo pelo bar Heitor lembra a Eduardo da minha presença:

(Heitor)

- Edu, essa é Laura! A nova integrante da equipe!

(Eduardo)

- Eu sei!

Ele fala sem tirar os olhos do celular.

Eu penso QUE CARA ESTRANHO.

A noite corre bem, tudo tranquilo, nos despedimos e vamos para casa. Como todos moram mais ou menos perto, vamos todos juntos andando. Eu não seguro a língua na boca e digo que achei o tal Eduardo bem estranho. Eles dizem que ele é meio estressadinho mas é legal.

A outra noite também correu bem tranquila e normal. O tal Eduardo ainda não tinha dirigido a palavra a mim. E isso estava me deixando irritada. Se ele não gostou do meu trabalho é só me falar, mas na segunda o restaurante não abre e na terça o Gustavo já estaria de volta. Pelo menos esse é bonito e simpático!

Toda a galera do restaurante combinou de ir a praia na folga. Eu não estava muito afim mas fui pra conhecer melhor o pessoal. Na cozinha trabalha Stefany e a Patricia, e elas são um casal muito fofo e por coincidência são da mesma cidade do Senhor EU ME ACHO Eduardo. Elas me contam que ele é de família muito rica e da alta sociedade da cidade. Pelo que entendi ele foi um moleque muito mimado e esnobe, mas parece ter melhorado depois do casamento.

Ficamos na praia até o por do sol e depois fomos pro AP da Sabrina e eu fiz uma comida pra nós. Foi um dia bastante divertido.

Na terça eu resolvo ir resolver um problema no centro da cidade e acabo me atrasando pro serviço. Chego 20 minutos atrasada e o Eduardo estava na porta, assim que me vê atravessando a rua ele entra no restaurante e vai até o caixa onde está o Gustavo. Me aproximo e peço desculpas pelo atraso.

(Laura)

- Desculpa meu atraso. Tive que resolver um problema no centro e peguei trânsito.

(Gustavo)

- Não tem problema. Vai se trocar para começar.

Agradeço e me viro em direção ao vestiário e então escuto:

(Eduardo)

- Essa é a funcionaria nova! Mal começou e já tem desculpa de atraso. Precisamos de gente que quer trabalhar Gustavo !

Porque eu tenho que ser tão emotiva ???

Meus olhos marejam e eu fico vermelha de raiva. O que esse infeliz tem de lindo também tem de arrogante. Porque não disse isso pra mim??? Esse filho do cão nem me dirige a palavra!!!

Eu odeio esse homem.

Calma Laura, você tem que pagar contas!

Me troco e vou para meu posto. A noite termina e o pessoal resolveu tomar uma cerveja depois do trabalho. Eu não vou. Agradeço e vou pra casa. Tenho que chorar pra raiva desse babaca passar!

Corro pra casa, tomo banho e desabo na cama. botei pra fora todo choro que estava preso.

Eduardo Gasppari

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